Revista + Vida 25 | A sua saúde é uma prioridade

O confinamento e os receios associados à COVID-19 levaram muitos portugueses a deixar os cuidados de saúde para segundo plano. Contudo, importa lembrar que a saúde não pode ser adiada e que a prevenção, as idas regulares ao médico e a realização de exames, rotinas que ao longo do tempo nos permitiram conquistar anos de vida saudável, são também aquelas que hoje nos podem ajudar a salvar vidas. E hoje, como sempre, é possível fazê-lo com toda a segurança nos hospitais e clínicas da rede CUF.

25 JULHO 2020

Salvador de Mello Entrevista com o Presidente do Conselho de Administração da CUF sobre o futuro dos cuidados de saúde

CUF Oncologia Principal prestador privado a diagnosticar e tratar cancro apresenta relatório bienal

Iker Casillas Estrela do futebol

mundial revela como foi a sua experiência na CUF

Hoje, como sempre

A sua saúde é uma prioridade Porque a prevenção não pode ser adiada, retome as suas rotinas de saúde com confiança

75 anos ao serviço da saúde dos portugueses Conheça alguns dos principais marcos desta história de sucesso

JULHO 2020

Sabia que o tempo é um fator crucial para o sucesso no tratamento dos mais diversos problemas de saúde? Por isso, não adie as suas rotinas de prevenção e diagnóstico.

conhecimento

saúde

40 Reportagem A resposta da CUF à COVID-19 A CUF não baixou os braços perante a pandemia. Fique a conhecer todo o trabalho desenvolvido. 50 Família Médico de família Saiba mais sobre o médico assistente, um profissional com quem os doentes desenvolvem, tantas vezes, uma relação próxima e de confiança. 52 Desporto Conheça o caso de Tiago Pratas, jovem promessa da Seleção Nacional de Padel, tratado a uma entorse aguda do joelho na CUF.

54 Conselhos e Dicas Aprenda a prevenir dores nas costas, a principal causa de incapacidade em Portugal e no mundo. 56 Descomplicador Imagem renovada, novas funcionalidades e novos conteúdos. Saiba o que pode encontrar no novo site da CUF. 57 Verdades e Mitos Esclareça as suas dúvidas sobre vacinas e não deixe de seguir o Programa Nacional de Vacinação. 58 CUF Kids Explique aos mais novos como, quando e porque devem lavar as mãos.

notícias

5 Todas as notícias na área

da saúde e ainda as novidades da CUF.

testemunhos

foco

14 Tema de Capa A sua saúde é uma prioridade Manter as rotinas de prevenção, as idas regulares ao médico e a realização dos exames necessários é fundamental para viver com mais saúde. 28 Aniversário CUF 75 anos ao serviço

10 Perfil Iker Casillas A estrela do futebol

mundial conta como foi a sua experiência na CUF.

34 Grande Entrevista

da saúde dos portugueses

Salvador de Mello O Presidente do Conselho de Administração da CUF fala do futuro da CUF e dos cuidados de saúde em Portugal.

Recorde alguns dos principais marcos de uma história que continua a ser escrita.

Sabia que o Hospital CUF Infante Santo foi a primeira unidade de saúde da CUF, inaugurada em 1945?

editorial

| julho 2020

A história da nossa história

A CUF celebra 75 anos de vida.

médicos portugueses como Fernando da Fonseca, Pulido Valente, Carneiro de Moura, Jorge Horta, Celestino da Costa, José de Mello e Castro, Bentes de Jesus, Jorge Girão, João Lobo Antunes. Figuras incontornáveis da medicina em Portugal que passaram pelo Hospital CUF Infante Santo e deixaram um legado que hoje aqui permanece. Um legado e uma responsabilidade que mantemos bem presente, agora que nos aproximamos de um novo capítulo da nossa história. Em 2020 não celebramos apenas 75 anos de vida. Celebramos o fecho de um ciclo de sucesso ao serviço da saúde dos portugueses e iniciamos, simultaneamente, uma nova fase desta instituição 100% portuguesa: o Hospital CUF Infante Santo dará lugar, em breve, ao Hospital CUF Tejo, um dos maiores e mais relevantes projetos das nossas vidas. Vivemos com entusiasmo este período, sem esquecer o momento desafiante a nível mundial, que nos tem vindo a colocar à prova. Porque é sabido que “a união faz força”, a CUF disse “presente” no esforço nacional de combate ao novo coronavírus, colocando-se ao serviço do país e dos portugueses. Deixo uma palavra especial a todos os médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos, administrativos, equipas da limpeza, colaboradores das mais variadas categorias profissionais, quer da CUF, quer de todos os hospitais públicos ou privados, que todos os dias se mantêm nas suas funções em nome do bem-estar e da saúde dos portugueses, dando o seu melhor e honrando os nomes das suas instituições. São heróis e merecem o nosso reconhecimento e distinção. Estou certo de que juntos ultrapassaremos esta fase e continuaremos a fazer aquilo que desde 1945 fazemos tão bem: cuidar dos nossos doentes.

O hospital onde nasci, pelas mãos do Diretor Clínico Dr. Pedro da Cunha, e no qual me tornei diretor clínico muitos anos depois, atingiu as sete décadas e meia de vida. Foi no dia 10 de junho de 1945, pelas 12h00, que se iniciou esta história de sucesso. Nascia nesta data o primeiro Hospital da CUF, hoje designado por Hospital CUF Infante Santo, um hospital inovador, construído para os 80 mil colaboradores e familiares do Grupo CUF, Companhia União Fabril, que constituía, à época, um grande conglomerado de empresas, sobretudo do setor químico. Na inauguração marcaram presença o Presidente da República, General Óscar Carmona, o Ministro da Marinha, o Almirante Américo Tomás, assim como o Senhor D. Manuel de Mello, Administrador-Geral do Grupo CUF. O hospital dispunha de 20 médicos, 60 especialistas, 100 camas, 12 enfermarias e 24 quartos particulares. O seu corpo clínico, já na altura, era reconhecido pela excelência, sendo composto pelos melhores clínicos e os melhores professores da Faculdade de Medicina. Hoje, 75 anos depois do nascimento desta primeira unidade de saúde, a CUF é uma referência na prestação de cuidados de saúde de qualidade em Portugal, com quase sete mil colaboradores e uma rede de 18 hospitais e clínicas, com presença em 13 municípios, gerindo ainda, em regime de parceria público-privada, o Hospital Vila Franca de Xira, um hospital do Serviço Nacional de Saúde, reconhecido por todos pela sua excelência clínica. 75 anos de vida são 75 anos de história e de histórias, da qual muito me orgulho de fazer parte enquanto diretor clínico do hospital que esteve na génese deste caminho de sucesso. Um hospital por onde passaram grandes gerações de

Presidente do Conselho Médico da CUF e Diretor Clínico do Hospital CUF Infante Santo João Paço

A CUF é líder na prestação de cuidados de saúde em Portugal, gerindo um hospital público, em regime de parceria público-privada, e 18 unidades de saúde privadas CUF, nove das quais hospitais.

Conselho Editorial: Direção de Comunicação da CUF Edição: Adagietto • R. Flores de Lima, 16, 1700-196 Lisboa

Coordenação: Tiago Matos • Paginação: Rita Santa Marta, Sara da Mata Redação: Fátima Mariano, Inês Pereira, Luís Garcia, Sónia Castro, Susana Torrão Fotografia: António Pedrosa, Enric Vives Rubio, Raquel Wise, Ricardo Lopes, Sérgio Azenha (4SEE) e CUF • Imagens: iStock Apoio à paginação: Miguel Saturnino Propriedade: CUF • Av. do Forte, Edifício Suécia, III - 2.º, 2790-073 Carnaxide Impressão e acabamento: Lidergraf Tiragem: 3.000 exemplares • Depósito legal 308443/10 Distribuição gratuita

Votos de boas leituras.

EDIÇÃO ONLINE www.cuf.pt

4 | +vida _ julho 2020

notícias

HOSPITAL CUF PORTO CELEBRA 10.º ANIVERSÁRIO

em números

407 000 doentes acompanhados

757 000 consultas

O Hospital CUF Porto está a comemorar dez anos de atividade marcados pela dedicação, entrega e profissionalismo de uma equipa de colaboradores que diariamente assegura o nível de excelência que caracteriza esta unidade hospitalar desde a sua abertura. O Hospital CUF Porto tem vindo a alcançar um patamar de grande reconhecimento na cidade do Porto e na região norte, disponibilizando cuidados de saúde

alicerçados nos mais exigentes padrões de qualidade, inovação e segurança ao doente. O balanço desta década tem sido muito positivo, tornando-se evidente nos números: mais de 407 mil doentes acompanhados, mais de 757 mil consultas realizadas, mais de 73 mil cirurgias e cerca de sete mil partos. Indicadores que refletem o esforço conjunto e o trabalho em equipa.

73 000 cirurgias

7 000 partos

+vida _ julho 2020 | 5

notícias HOSPITAL CUF SINTRA RECEBE VISITA DE COMITIVA

REVISTA +VIDA PREMIADA DUPLAMENTE

DA CÂMARA MUNICIPAL

A revista +Vida , publicação trimestral da CUF, foi distinguida com dois prémios nas áreas da comunicação e criatividade. A +Vida foi a vencedora da categoria de Publicação Interna ou Institucional dos Prémios Comunicação M&P 2019, uma iniciativa do jornal Meios & Publicidade . Nesta sétima edição dos prémios, a +Vida foi distinguida numa shortlist onde estavam a concurso as publicações institucionais do Lidl e da Sonae. Nos Prémios Lusófonos da Criatividade, a revista +Vida recebeu o prémio Bronze na categoria de Design Editorial. Este é um festival internacional de criatividade, sediado em Portugal, e o único mundialmente dedicado a premiar os mercados publicitários e de comunicação dos países de língua oficial portuguesa. A +Vida está, assim, de parabéns! MATERNIDADE CUF CADA VEZ MAIS PRÓXIMA DOS PAIS

Exames Especiais de diversas especialidades, para Medicina Dentária, bem como um ginásio para Medicina Física e de Reabilitação e um hospital de dia oncológico. O Hospital CUF Sintra passa assim a ter uma oferta de serviços de saúde mais completa, mantendo os cuidados de excelência prestados à população. As novas áreas clínicas fizeram parte do percurso da visita realizada pela comitiva da Câmara Municipal de Sintra, que pôde conhecer todos os novos espaços em primeira mão. Totalmente equipadas e preparadas para iniciar a prestação de cuidados, as áreas clínicas entrarão em funcionamento em breve.

O Hospital CUF Sintra recebeu a visita do Presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, e do Presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, Jorge Coelho, entre outras personalidades que integraram a comitiva da Câmara Municipal. A unidade hospitalar encontra-se na reta final da segunda fase de expansão, que irá aumentar a oferta e diferenciação dos serviços de saúde na região, criando capacidade para a realização de 10 mil cirurgias por ano. Internamento (com 55 camas), Unidade de Cuidados Intermédios (com 15 camas) e Bloco Operatório são alguns dos serviços que passarão a estar disponíveis. A estes juntam-se áreas específicas para

O nascimento do primeiro filho é um dos momentos mais felizes mas também mais desafiantes da vida dos pais. Para os ajudar ao longo dos primeiros meses de vida do filho, a equipa de Pediatria do Hospital CUF Descobertas elaborou o manual Conheça Melhor o Seu Bebé , onde se abordam as questões que, com maior frequência, são colocadas pelos pais nas primeiras consultas. Desde os primeiros cuidados ao recém-nascido às dúvidas sobre choro, amamentação, banho ou, mais tarde, com a introdução dos novos alimentos e a primeira febre, este é um manual disponibilizado gratuitamente pela equipa

de Pediatria que pretende esclarecer de forma clara e simples as principais dúvidas de mães e pais.

6 | +vida _ julho 2020

CUF ONCOLOGIA LANÇA RELATÓRIO BIENAL A EXPERIÊNCIA AO SERVIÇO DAS PESSOAS

Aceda ao Relatório da CUF Oncologia em CUF.pt

CUF Oncologia Relatório 2018-2019

A EXPERIÊNCIA AO SERVIÇO DAS PESSOAS

Oncologia alcançados por uma equipa de mais de 300 especialistas. A importância da aposta na inovação e na investigação, aspetos em que a CUF Oncologia investe ativamente, é uma constante ao longo das páginas que compõem este Relatório . Um Relatório que destaca os marcos mais importantes de um passado recente e que deixa refletem a qualidade e proximidade dos cuidados clínicos, bem como a dedicação de todos os profissionais. Ao mesmo tempo, o Relatório apresenta a rede de cuidados CUF Oncologia, a maior rede privada de cuidados oncológicos do país, o trabalho desenvolvido e os resultados positivos antever um futuro de maior esperança e qualidade de vida para os doentes. na abordagem multidisciplinar, no diagnóstico e no tratamento exigem um esforço conjunto. O Relatório da CUF Oncologia pretende, por isso, focar as perspetivas e experiências dos profissionais e doentes. Ao mesmo tempo, mostrar como a Oncologia está organizada e articulada de forma transversal em toda a rede CUF. 2. O relatório revela que, nos últimos anos, aumentou o número de diagnósticos e de doentes tratados na rede CUF. Como interpreta estes dados?

Há 35 anos que a CUF não baixa os braços na luta contra o cancro e assume a excelência do tratamento oncológico como uma das suas prioridades. O Relatório 2018-2019 da CUF Oncologia é precisamente o espelho deste compromisso. O Relatório destaca os últimos dois anos de atividade, período em que a CUF recebeu, da Ordem dos Médicos, idoneidade formativa para a especialidade de Oncologia Médica, entre outras importantes certificações nacionais e internacionais. Os sucessos, contudo, não se ficam por aqui. O Relatório é, na sua maioria, composto pelos testemunhos não só de médicos e profissionais de saúde mas também dos próprios pacientes. Ao todo, são mais de 35 os testemunhos que

Oncologia

3 PERGUNTAS A...

mais acentuada na investigação e na inovação? Nas últimas décadas a incidência do cancro tem aumentado, pelo que se compreende o aumento do número de novos diagnósticos. No entanto, é importante sublinhar que a CUF se impõe na sua capacidade e qualidade de resposta, pelo que é o principal diagnosticador privado de cancro em Portugal, o que muito reflete a confiança da população na marca CUF. A rede CUF é responsável por cerca de 38% do total de diagnósticos de cancro no setor privado, segundo os dados de 2018 do Registo Oncológico Nacional,

sendo o sexto a nível nacional de um total de 56 prestadores.

3. No geral, como avalia a evolução da CUF Oncologia nos últimos dois anos? Gostava de sublinhar três aspetos que mostram a evolução da CUF Oncologia. Em primeiro lugar, a organização em Unidades de Patologia, com profissionais dedicados. Em segundo lugar, o aumento do número de ensaios clínicos. E, por último, o facto de a inovação tecnológica, quer nos meios de diagnóstico, quer na terapêutica, ter vindo a ter uma evolução fantástica.

Ana Raimundo Diretora Clínica CUF Oncologia

1. O Relatório 2018-2019 adota um formato assumidamente próximo. Quais são os principais objetivos deste relatório? Na atividade clínica é importante fazer, mas também avaliar e mostrar a qualidade e quantidade daquilo que se faz. A Oncologia evoluiu muito nas últimas décadas e a complexidade

Considera que pode ser o resultado de uma aposta

+vida _ julho 2020 | 7

notícias

HOSPITAL VILA FRANCA DE XIRA É O MAIS ELOGIADO DO SNS

recebidos durante o ano de 2019 foram a humanização no tratamento

O Hospital Vila Franca de Xira está de parabéns , sendo a unidade de saúde do país mais elogiada pelos seus utentes. Os dados constam do mais recente relatório do Sistema de Gestão de Reclamações da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) referente a 2019 e indicam que o hospital, gerido pela CUF em regime de parceria público-privada, recebeu 684 elogios por parte dos seus utentes. Quando tipificados, os cinco principais motivos de elogio

médico e de enfermagem, a qualidade assistencial de

enfermeiros e médicos e a atitude e comportamento dos assistentes técnicos. Resultados que revelam o compromisso permanente que o Hospital Vila Franca de Xira tem com a qualidade do serviço que presta aos seus utentes, só possível de alcançar devido à elevada competência e empenho de todos os seus profissionais.

BOLSA D. MANUEL DE MELLO PREMEIA INVESTIGAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE MENTAL

Nesta edição, a Bolsa, no valor de 50 mil euros, foi a entregue a Miguel Bajouco pelo projeto de investigação “Neuroimagem multimodal no primeiro episódio psicótico: a procura por biomarcadores de resposta ao tratamento”, que tem como objetivo melhorar o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas que sofrem de doenças mentais graves, como a esquizofrenia, que afetam 23,6 milhões de pessoas a nível mundial. As candidaturas para a próxima edição da Bolsa D. Manuel de Mello já se encontram abertas e devem ser enviadas até dia 24 de julho, em formato digital, aos respetivos Conselhos Científicos das faculdades. A decisão do júri será conhecida até ao dia 30 de novembro.

O maior prémio nacional de incentivo à investigação para jovens médicos foi entregue a Miguel Bajouco, professor e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Médico Psiquiatra no Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, autor de um projeto de investigação na área da esquizofrenia e das doenças mentais graves. A Bolsa D. Manuel de Mello é uma bolsa de investigação anual instituída em 2007 pela Fundação Amélia de Mello em parceria com a CUF e destina-se a premiar jovens médicos que desenvolvam projetos de investigação clínica, no âmbito das unidades de investigação e desenvolvimento das Faculdades de Medicina portuguesas.

8 | +vida _ julho 2020

notícias CUF.pt

Vídeo

A importância da proteção do sol ensinada às crianças Como explicar a uma criança os perigos da exposição solar? A melhor forma é explicar o que pode acontecer, dando exemplos concretos de como pode prejudicar a saúde. tinyurl.com/y7g4ocv2

Artigos

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Doenças endócrinas na gravidez: tudo o que deve saber A diabetes gestacional e a diabetes mellitus , a hiperplasia da suprarrenal e a obesidade são algumas das doenças do foro endócrino mais frequentes e que podem estar presentes na mulher grávida. Conheça os riscos para a mãe e para o bebé. tinyurl.com/y9f9yyvu Cancro oral: esteja atento aos sinais O cancro oral é o 7.º mais comum do mundo. A prevenção e o diagnóstico precoce são as formas mais eficazes de reduzir a mortalidade. Aprenda a fazer o autoexame da boca. tinyurl.com/y2jmtk729

Cuidados a ter com a pele É o maior órgão do corpo humano e exige cuidados especiais. Saiba tudo sobre a pele, desde formas de hidratação até tratamentos de acne, rugas e manchas. tinyurl.com/ycmyj6aq Miomas uterinos: o que são e como afetam a gravidez? Também designado por leiomioma ou fibromioma, o mioma uterino é um tumor benigno que cresce no tecido do útero. Conheça os tipos de mioma uterino e aqueles que podem influenciar a capacidade de a mulher engravidar. tinyurl.com/y8ck5u2j

Hipertensão: perigos e conselhos A hipertensão arterial surge quando há um aumento da pressão nas artérias do nosso corpo. Conheça as causas

Está a ingerir vitamina B12 em quantidade suficiente? A Vitamina B12 é essencial para o bom funcionamento do organismo e quando os seus níveis estão abaixo dos adequados o corpo ressente-se. Conheça os sinais e os sintomas. tinyurl.com/yavuon37

e saiba como prevenir. tinyurl.com/ydyfbetd

testemunhos

PERFIL

Iker Casillas

“Estou eternamente agradecido aos profissionais da CUF”

ANTÓNIO PEDROSA/4SEE

Veja o vídeo da entrevista em CUF.pt

cuf.pt/sobre-nos/revista-mais-vida

Um ano depois de sofrer um enfarte agudo do miocárdio, Iker Casillas avalia a sua experiência na CUF e confirma que se mantém de boa saúde.

O dia começou como outro qualquer”, recorda Iker Casillas. “Fui treinar ao Olival, o centro de estágios do FC Porto, e tudo corria normalmente. Até que, passados 30 ou 40 minutos, senti uma espécie de falta de ar, uma necessidade de respirar. Depois comecei a sentir-me doente e a perder um pouco o conhecimento.” É desta forma que o guarda-redes internacional, e um dos atletas mais populares e respeitados do mundo nas últimas décadas, recorda a manhã do dia 1 de maio de 2019 quando, sem nada que o fizesse prever, sofreu um enfarte agudo do miocárdio. Nos primeiros instantes, o atleta não se apercebeu da gravidade do que lhe estava a acontecer. “Tenho propensão para alergias, era maio, estava calor e, mesmo a caminho do hospital, quando senti um aperto no peito, julguei que fosse alguma reação alérgica ou talvez algo que me tivesse caído mal.” Não era o caso. Felizmente, o problema foi detetado atempadamente pela equipa técnica do seu clube. O fisioterapeuta que acompanhava o treino chamou de imediato Nélson Puga, médico do FC Porto, e Iker Casillas foi rapidamente levado para o Hospital CUF Porto. “Tive muita sorte. Desde o Olival à CUF demorámos apenas uns 15 minutos”, conta o guarda-redes. À chegada à unidade hospitalar, Iker Casillas tinha à sua espera, no Centro do Coração, uma equipa preparada para o receber liderada pelo cardiologista Filipe Macedo. Seguiu-se a realização de um cateterismo cardíaco e de uma

angioplastia. “Lembro-me de uma médica falar comigo e me dizer que tínhamos de fazer um cateterismo. Fiquei um pouco assustado. No entanto, desde o momento em que caí no treino até que entrei na sala de operações não se passaram mais do que 45 minutos”, garante Iker Casillas. A rapidez no socorro e na realização do cateterismo foram determinantes, explica Filipe Macedo, Coordenador do Centro do Coração CUF Porto e o cardiologista que acompanha Iker Casillas. “De uma forma geral, o tempo corresponde à deterioração do músculo cardíaco. Quanto mais rápida for a intervenção desde o início dos sintomas até ao início do cateterismo e consequente angioplastia [abertura da artéria], melhor será o desfecho da situação aguda.” O médico acrescenta: “Neste caso conseguiu-se, de uma forma muito organizada, efetuar todo o procedimento dentro da janela terapêutica ideal. O processo completo não demorou sequer 90 minutos. Este tempo contribuiu para o excelente resultado obtido.” Para Filipe Macedo, embora não sejam inéditos, casos como os de Iker Casillas são pouco comuns. “De uma maneira geral, as pessoas que têm maior predisposição para acidente agudo das coronárias são pessoas com múltiplos fatores de risco cardiovasculares, mais idosas ou com história familiar de doença das coronárias”, explica o médico. “Não se pode dizer que não surjam situações isquémicas agudas nos grupos etários jovens, mas habitualmente são pessoas com um perfil muito diferente do Iker Casillas, daí este caso ser pouco comum.”

“A rapidez no socorro e na realização do cateterismo foram determinantes.”

Filipe Macedo Coordenador do Centro do Coração CUF Porto

+vida _ julho 2020 | 11

testemunhos

BI

Iker Casillas

Nasceu a 20 de maio de 1981, em Móstoles, Espanha

Estreou-se no Real Madrid com apenas 18 anos, defendendo a baliza do clube espanhol durante 17 temporadas e realizando 725 partidas. É o atleta mais internacional de sempre pela Seleção Espanhola, conquistando dois Europeus e um Mundial em 167 aparições. Chegou ao FC Porto em 2015 e, em apenas quatro temporadas, fez mais de 150 jogos.

Nova vida, novos treinos

na vida normal com maior confiança e com uma estratégia mais adequada de prevenção cardiovascular”, assegura Filipe Macedo. Uma das componentes centrais do programa de reabilitação cardiovascular é o programa de exercício físico desenhado para a recuperação cardiovascular mas também o estado prévio do doente e as suas expectativas para o futuro. “Fazemos uma avaliação clínica exaustiva. Os doentes são avaliados pela Cardiologia e pela área de Reabilitação Cardíaca e fazem uma prova de esforço que dá informações sobre a estabilidade e funcional. O programa de exercícios tem em conta não apenas as características e gravidade do enfarte sofrido

cansado”, recorda o guarda-redes. Passadas quatro semanas, Iker Casillas iniciou um programa de reabilitação cardíaca com sessões de treino específico e adaptado no Instituto CUF Porto. “São programas multidisciplinares que envolvem vários profissionais, desde logo o cardiologista, que vai fazendo o acompanhamento da evolução da doença, o médico fisiatra, responsável pela avaliação clínico-funcional e pelas sessões de exercício, o nutricionista e o psicólogo”, explica Afonso Rocha, Coordenador da Unidade de Reabilitação Cardíaca do Instituto CUF Porto, que coordenou o programa de reabilitação cardíaca de Iker Casillas. “Os doentes que fazem programas de reabilitação são integrados mais rapidamente

Created by joni from the Noun Project Foi já após a alta que Iker Casillas se consciencializou enfim do que lhe tinha sucedido. “No hospital toda a gente me tratou de forma fenomenal. Sentia-me protegido e podia sempre chamar alguém. Mas quando fui para casa fiquei um pouco mais nervoso”, admite o atleta, que estranhou o descanso a que se viu obrigado nas primeiras semanas. “O Prof. Filipe Macedo disse-me que durante as duas primeiras semanas tinha de permanecer muito sossegado e que, se saísse à rua, que fosse apenas por dez minutos. E eu pensei: como? A verdade, no entanto, é que começava a andar e, passado pouco tempo, sentia-me

12 | +vida _ julho 2020

clínica e as respostas fisiológicas em diferentes níveis de intensidade do exercício, a partir da qual retiramos os parâmetros para construir um programa de exercício”, refere Afonso Rocha. Os treinos incluem sempre treino aeróbico — “um treino de longa duração com intensidade predeterminada em que resulta num aumento da frequência cardíaca e respiratória” — e treino de força. No caso de Iker Casillas, um atleta de alta competição com elevados níveis prévios de capacidade e intensidade cujo enfarte não teve critérios de gravidade, a opção recaiu num treino intervalado de alta intensidade. “É uma modalidade muito conhecida na alta competição, que permite atingir níveis de intensidade muito mais elevados. Não é fácil, mas o Iker teve uma evolução muito positiva e chegou a níveis de intensidade compatíveis com os de um atleta com os seus níveis de exigência sem qualquer tipo de preocupação”, garante Afonso Rocha. O programa foi realizado em articulação com o FC Porto, uma prática comum nestes casos. “Após o primeiro mês, e estando estabelecidos critérios de segurança relativos ao esforço de maior intensidade, começamos a fazer uma ponte com os preparadores físicos do clube para que possam fazer algum complemento das nossas sessões”, explica o especialista, salientando que, nestes momentos, a comunicação entre as duas equipas é fundamental. “Eles fazem monitorização e registos de resposta a diferentes tipos de exercício e nós damos feedback , de modo a potenciar resultados e, progressivamente, transitar alguma da nossa atividade para o clube”, revela Afonso Rocha. Para Iker Casillas, o tempo custou um pouco mais a passar. “Para quem está habituado a fazer desporto, passar para uma fase em que não se faz quase nada é difícil”, confessa. “Mas o tempo foi passando e fui-me

sentindo melhor.” Não obstante, admite que o regresso ao Olival, meses depois, foi um momento agridoce: “Foi emotivo. Estava mais perto de todos os meus colegas, mas não podia fazer o que fazia antes e não me sentia tão confiante.”

“Conseguimos atingir todos os objetivos que delineámos, muito por

mérito do atleta e da dedicação e motivação que demonstrou.”

Afonso Rocha Coordenador da Unidade de Reabilitação Cardíaca do Instituto CUF Porto

Agarrar a vida com as duas mãos Um ano depois do enfarte sofrido, Iker Casillas segue uma alimentação (ainda mais) saudável do que antes, ganhou gosto pela caminhada e passou a apreciar o descanso e o desporto de menor intensidade. “Sinto-me bem. Gostava de estar a 100%. Gostava de poder voltar a jogar. Mas tenho de estar agradecido porque muitas pessoas não têm a sorte que eu tive”, afirma. “Estou eternamente agradecido tanto aos profissionais da CUF como do FC Porto pelo que se passou naquele dia.” Filipe Macedo e Afonso Rocha também se congratulam com os resultados obtidos. “Conseguimos

atingir todos os objetivos que delineámos, muito por mérito do atleta e da dedicação e motivação que demonstrou”, diz Afonso Rocha. Por sua vez, Filipe Macedo garante que o caso foi “um excelente exemplo do sucesso da medicina atual e da importância do trabalho em equipa”. Com a saúde recuperada, é altura de pensar no futuro, o que no caso de Iker Casillas passará inevitavelmente pelo futebol, embora talvez em funções distintas: “Penso que se vai fechar uma etapa na minha vida como jogador. Quero continuar ligado ao mundo do futebol, mas não sei ainda de que maneira. Ainda assim, estou convencido de que posso ajudar da melhor maneira que sei, usando a minha experiência de 21 anos como atleta profissional.”

+vida _ julho 2020 | 13

foco

A SUA SAÚDE É UMA PRIORIDADE O confinamento e os receios associados à COVID-19 levaram muitos portugueses a deixar os cuidados de saúde para segundo plano. Contudo, importa lembrar que a saúde não pode ser adiada e que a prevenção, as idas regulares ao médico e a realização de exames, rotinas que ao longo do tempo nos permitiram conquistar anos de vida saudável, são também aquelas que hoje nos podem ajudar a salvar vidas. E hoje, como sempre, é possível fazê-lo com toda a segurança nos hospitais e clínicas da rede CUF.

foco |

A SUA SAÚDE É UMA PRIORIDADE

Evolução da esperança média à nascença em Portugal

A longevidade dos portugueses tem anos. Este aumento da esperança média de vida, conquistado ao longo de décadas, é resultado da evolução socioeconómica do país e da melhoria das condições sanitárias, mas é também um reflexo dos comportamentos da população que, ao longo dos anos, interiorizou rotinas de vigilância e prevenção essenciais, não negligenciando a sua saúde. Se é verdade que desde março o país se uniu no combate à COVID-19, é também uma realidade que este combate não pode fazer esquecer as doenças que se mantêm presentes no quotidiano dos portugueses. As doenças do aparelho circulatório, o cancro e as doenças do aparelho respiratório constituem as principais causas de morte em Portugal, sendo que, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística, as taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório e por tumores malignos atingiram em 2018 os valores mais altos da última década. De salientar ainda que, no mesmo ano, mais de 11 mil pessoas morreram de AVC, vindo a crescer ano após ano, sendo que uma criança nascida hoje em Portugal poderá viver, em média, cerca de 82 seguindo-se, como causas de morte mais frequentes, a doença isquémica do coração, a pneumonia e o enfarte agudo do miocárdio. Numa altura em que assistimos à reabertura gradual dos serviços e da economia, é tempo de lembrar que também a saúde não pode ser adiada e que as rotinas de prevenção, diagnóstico e tratamento que, ao longo do tempo, nos permitiram conquistar anos de vida saudável, são também aquelas que hoje podem ajudar a salvar vidas.

Homens

Mulheres

1950 – 55,8 anos 2017 – 78,4 anos 2040 – 81,8 anos

1950 – 61 anos 2017 – 84,6 anos 2040 – 87,3 anos

FONTE: INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA E A DEMOGRAFIA E O PAÍS (CÁLCULO PROSPETIVO FEITO PELOS AUTORES DO LIVRO)

16 | +vida _ julho 2020

Veja os vídeos das entrevistas em CUF.pt

cuf.pt/sobre-nos/revista-mais-vida

A importância da vigilância nas doenças cardiovasculares

cardíaca é necessário um acompanhamento clínico constante. “Hoje dispomos de tratamentos que nos têm permitido resultados fantásticos. Quando temos o doente otimizado do ponto de vista da abordagem terapêutica inovadora, conseguimos reduzir a mortalidade em 50%, o que é impressionante. E conseguimos reduzir os internamentos em 60 a 70%”, explica Mário Martins Oliveira. Igualmente determinantes são os comportamentos que devem ser mantidos no dia a dia. Nos primeiros meses de 2020, apesar dos apelos por parte das autoridades para que se mantivesse o exercício regular – o chamado “passeio higiénico” –, registou-se um decréscimo da atividade física. “Começámos a receber muitos telefonemas de doentes que se queixavam que tinham os pés inchados. Em doentes crónicos, seja com patologia venosa ou cardíaca, insistimos muito na realização da marcha diária, que funciona como uma espécie de ‘coração periférico’, empurrando o sangue para cima e diminuindo a acumulação de sangue nos membros inferiores”, explica o cardiologista. É importante que doentes e familiares estejam atentos aos sinais que podem indiciar um agravamento da doença. No caso da insuficiência cardíaca, as manifestações são diversas e nem sempre simultâneas. “Um doente que comece a ter muita dificuldade em subir escadas ou a caminhar num plano inclinado, algo que até então fazia bem, que tenha de parar para respirar porque fica com falta de ar, que ao final do dia fique com os pés de tal forma inchados que não lhe cabem nos sapatos... tem de procurar rapidamente ajuda numa consulta de Cardiologia”, aconselha Mário Martins Oliveira.

O peso das doenças cardiovasculares no número total de óbitos em Portugal motiva uma preocupação acrescida sobre os muitos doentes crónicos desta área, segundo Mário Martins Oliveira, Cardiologista no Hospital CUF Porto e Coordenador de Cardiologia do Hospital CUF Infante Santo. “Nas faixas etárias mais avançadas, a presença de doença cardiovascular com envolvimento cardíaco é muito grande. [Devido à pandemia], muitos destes doentes perderam consultas, exames e os chamados internamentos eletivos. Um conjunto de fatores que levou a que muitos descontrolassem e descompensassem a sua doença crónica”, alerta. Como consequência, surgem agora nas consultas situações mais difíceis de debelar, como a da doente com uma fibrilhação auricular paroxística (arritmia) que o cardiologista assistiu em janeiro e a quem recomendou uma ablação, isto é, uma intervenção com cateteres usada no tratamento da arritmia. “Só a voltei a ver em maio quando me procurou já com insuficiência cardíaca”, lamenta Mário Martins Oliveira. “Ficou com uma arritmia durante tanto tempo que passou para uma fase mais adiantada da doença.” Os casos de insuficiência cardíaca têm vindo a aumentar em Portugal, uma tendência que se deverá manter. Dados de 2014 da Direção-Geral da Saúde chegam a apontar esta patologia como a segunda maior a nível de atribuição de recursos pelos sistemas de saúde, com quase 19 mil internamentos e elevada mortalidade hospitalar. Apesar de tudo, é uma situação clínica que continua a ser desvalorizada por uma grande parte da população. Para haver um bom controlo da insuficiência

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"Hoje dispomos de tratamentos que nos têm permitido resultados fantásticos." Mário Martins Oliveira Cardiologista no Hospital CUF Porto e Coordenador de Cardiologia do Hospital CUF Infante Santo

+vida _ julho 2020 | 17

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A SUA SAÚDE É UMA PRIORIDADE

O tempo é essencial no tratamento de doenças agudas Ainda no campo das doenças cardiovasculares, também os casos de doença aguda devem ser tratados com a maior rapidez possível, com recurso obrigatório à urgência hospitalar – não só para evitar sequelas de um eventual evento cardíaco que possa ocorrer como para fazer uma prevenção secundária de episódios futuros: “Se um doente tiver um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e não fizer nada, a probabilidade de o AVC se repetir no ano seguinte é de um terço”, explica Mário Martins Oliveira. “Esta prevenção secundária consiste em estratégias destinadas a evitar que o acidente se repita – como o início da terapêutica para controlar a hipertensão, as gorduras do sangue, e medicação antitrombótica – e a recuperar o melhor possível a função do órgão afetado através da reabilitação.” Também no caso do enfarte do miocárdio a rapidez na prestação de cuidados médicos é essencial. “Se forem tratados durante a primeira hora através de uma angioplastia primária, que vai desobstruir o vaso, estes doentes conseguem ficar sem nenhuma cicatriz e com o coração quase normal. Mas por cada hora que passa perde-se mais miocárdio e há uma maior probabilidade de complicações arrítmicas que podem originar morte súbita”, alerta o cardiologista. Para garantir que os doentes afetados por um enfarte do miocárdio são tratados atempadamente, está implantada em Portugal a Via Verde Coronária, que cobre o país e tem equipas especializadas preparadas para atuar 24 horas por dia numa rede de hospitais da qual fazem parte o Hospital CUF Infante

Santo, em Lisboa, e o Hospital CUF Porto. Tal como acontece com o AVC, um enfarte não tratado pode ter consequências graves. É a prevenção secundária, iniciada logo a seguir ao enfarte, que vai permitir diminuir o risco de arritmias, evitar o aparecimento de novos coágulos e recuperar a força contráctil do coração. A isto junta-se ainda o processo de reabilitação cardíaca, essencial no regresso à vida ativa. “É um processo que começa precocemente depois do enfarte e tem, em média, 12 semanas de duração, no qual o doente vai ao hospital três vezes por semana, como se fosse a um ginásio. Com a particularidade de que vai a um espaço para treinar, monitorizado por terapeutas e cardiologistas, e faz exercícios estudados cientificamente para aumentar a sua capacidade funcional e melhorar a sua qualidade de vida”, explica Mário Martins Oliveira. A rapidez com que o doente chega ao Atendimento Permanente é o fator determinante para o sucesso do tratamento, por isso é importante vencer receios. “Neste momento, é seguro as pessoas irem à urgência e ao hospital. Há máscaras e gel desinfetante à entrada, as consultas são espaçadas, as salas de espera têm lugares intervalados, os acompanhantes só entram quando é absolutamente necessário e, no gabinete, a distância entre médico e doente é de dois metros”, assegura o clínico. “As pessoas não devem deixar de ir ao hospital fazer os seus exames programados. Não devem deixar de ir às consultas. Não devem deixar de ir à urgência quando há sinais de alarme.”

Potenciais sintomas de enfarte do miocárdio

Potenciais sintomas de AVC

Dor no peito que irradia para o braço

Falta de força num dos lados do corpo

Dor de cabeça intensa

Cansaço súbito

Falta de ar

Desvio da face

Dificuldade na articulação da fala

Sensação de desmaio

Alteração da visão

Falta de coordenação de movimentos Náuseas e suores

Tonturas

18 | +vida _ julho 2020

RICARDO LOPES/4SEE

"Senti-me completamente seguro. "

Manuel Faria Blanc Paciente CUF

Vencer o medo, salvar a vida Manuel Faria Blanc confessa que hesitou antes de se dirigir ao Atendimento Permanente do Hospital CUF Infante Santo, a 20 de abril. Dois dias antes, enquanto fazia exercícios na sua passadeira, em casa, tinha sentido um peso no peito que desapareceu depois de descansar um pouco. No entanto, naquele dia, uma dor de estômago alarmou-o. Com 65 anos e um enfarte do miocárdio no historial, sabia pertencer ao grupo de risco, mas estava confinado em casa desde 13 de março. “Estávamos em plena fase de pandemia ‘assanhada’, por assim dizer, e não me apetecia nada ir ao hospital”, admite. Acabaram por ser as suas filhas, ambas profissionais na área da saúde, que o convenceram a deslocar-se ao Hospital CUF Infante Santo. “Ainda bem que fui, porque estava a ter um enfarte”, recorda. “Dei entrada a 20 de abril e passei lá essa noite. No dia seguinte fiz um cateterismo, coloquei um stent e tive alta dois dias depois.” Apesar de ter experienciado um primeiro enfarte seis anos antes, Manuel Faria Blanc não reconheceu de imediato os sinais. “Os sintomas de enfarte são muito parecidos com os de quem tem um problema de refluxo gastroesofágico”, explica este administrador não executivo de um banco

que, durante o tempo que passou no hospital, se apercebeu de que os receios iniciais de recorrer ao Atendimento Permanente eram infundados. “Senti- me completamente seguro. Os circuitos estavam totalmente separados”, recorda. O teste à COVID-19 feito à chegada, bem como o raio X ao tórax, também lhe deram a garantia que, a nível dessa infeção, não tinha com que se preocupar. Manuel Faria Blanc é acompanhado na CUF desde o primeiro enfarte, com consultas a cada seis meses e a realização de exames que incluíram, entre outros, eletrocardiograma, holter e prova de esforço. No dia 1 de junho, regressou ao Hospital CUF Infante Santo para um eletrocardiograma que revelou que o enfarte sofrido em abril não deixou lesões. “E nessa altura já fui completamente tranquilo”, revela. Enquanto não chega a altura de fazer os próximos exames, Manuel Faria Blanc vai continuar a recuperar em casa, mantendo-se em regime de teletrabalho sem falhar as reuniões por videoconferência da administração do banco e da IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social, que dirige. “Também já estive uns dias fora de Lisboa. Mas sempre com cuidado.”

+vida _ julho 2020 | 19

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A SUA SAÚDE É UMA PRIORIDADE

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"Quanto mais cedo o cancro é diagnosticado, maior é a probabilidade de poder ser tratado e de o doente ficar curado."

Ana Raimundo Diretora Clínica CUF Oncologia

Diagnóstico precoce no cancro: a chave para o sucesso

Todos os anos, são diagnosticados em Portugal cerca de 50 mil novos casos de cancro em rastreios e em consulta. A deteção precoce da doença é essencial para o prognóstico, para o tipo de tratamento e até para as taxas de letalidade associadas a cada tipo de cancro. Por este motivo, a redução de 85% no número de novos diagnósticos registados nos hospitais CUF – o maior diagnosticador privado do país – durante os meses de março e abril é preocupante. “Isto não significa que o número de cancros reduziu, apenas que o diagnóstico não foi feito”, alerta Ana Raimundo, Diretora Clínica CUF Oncologia. “É importante ter em mente que, com a implementação de rastreios como os do cancro da mama, do colo do útero e do cancro colorretal, os diagnósticos são feitos de uma forma mais precoce. Quanto mais cedo o cancro é diagnosticado, maior é a probabilidade de poder ser tratado e de o doente ficar curado.” Também o acesso facilitado a médicos e meios complementares de diagnóstico permite uma maior probabilidade de sucesso. Por tudo isto, a CUF apostou num Plano de Diagnósticos, designado Via Verde Diagnóstico de Cancro, no qual equipas multidisciplinares – que incluem médicos especialistas, equipas de imagiologia e de outros meios complementares de diagnóstico – atuam de forma integrada para garantir o melhor diagnóstico num

espaço de tempo o mais curto possível. “É importante perceber a importância de, a partir de uma determinada idade ou perante antecedentes familiares, se fazerem rastreios mais apertados”, explica Ana Raimundo. Em algumas neoplasias, como o cancro da mama, um dos tumores mais frequentes no sexo feminino, o rastreio anual permite inclusive detetar lesões ainda não palpáveis. “Outro aspeto relevante são sintomas suspeitos: emagrecimento, mal-estar, fadiga constante, um nódulo ou uma massa que se palpa, alteração dos hábitos intestinais. Tudo isto deve fazer soar o alerta”, refere a responsável da CUF Oncologia. Algumas semanas podem fazer toda a diferença. “Em tumores de crescimento mais rápido, e outros de comportamento biológico mais agressivo como no pâncreas, esperar três ou quatro semanas pode significar uma redução significativa na possibilidade de cura. As pessoas devem ter presente que, se têm um sintoma persistente, este deve ser estudado.” A opinião de Ana Raimundo é partilhada por Encarnação Teixeira, Pneumologista no Hospital CUF Descobertas, que, durante os meses de confinamento, registou menos 50% de primeiras consultas. Sendo o cancro do pulmão uma patologia de desenvolvimento rápido e com taxas de letalidade significativas – mata, por ano, cinco mil pessoas em Portugal –, este é um dado preocupante que é importante reverter.

20 | +vida _ julho 2020

“Sabemos que, aos cinco anos, estão vivos cerca de 16% de todos os doentes com cancro do pulmão. No estadio 1 podemos chegar aos 80%. Mas, dos doentes diagnosticados num estadio IV, só 5% ou menos estão vivos passados cinco anos”, explica a médica. “Se conseguirmos diagnosticar numa fase em que seja possível a cirurgia, as possibilidades de cura e sobrevivência são maiores”, continua Encarnação Teixeira. “Para isso, o diagnóstico precoce é fundamental. No nosso dia a dia, verificamos que a cirurgia só é possível em 20% dos casos, no máximo 30%, o que significa que os restantes têm doença localmente avançada ou metastática”. A pneumologista explica ainda que, em fases mais avançadas, o doente fará quimioterapia, radioterapia e eventualmente imunoterapia mas terá uma sobrevida mais curta. “Particularmente os fumadores – e a maioria dos doentes de cancro do pulmão têm hábitos tabágicos – devem valorizar as alterações das características da tosse. Por exemplo, se passaram a ter mais tosse ou expetoração; se tiverem expetoração com sangue; se "Se conseguirmos diagnosticar numa fase em que seja possível a cirurgia, as possibilidades de cura são maiores."

emagrecerem subitamente; se tiverem uma quebra do estado geral, cansaço, dificuldade respiratória, pieira, rouquidão e dor torácica permanentes. Todas estas situações devem levar as pessoas a procurar o médico”, alerta Encarnação Teixeira. O cancro do pulmão está associado ao tabaco e por isso os doentes tendem a ter outras comorbilidades, nomeadamente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e doenças cardiovasculares. Para além do cancro do pulmão, o tabaco é também responsável por outros tumores. “Muitas vezes o primeiro tumor de um doente fumador não é no pulmão. Pode ser na laringe, faringe, boca, bexiga. Outras vezes, tumores muito pequeninos a nível pulmonar podem provocar metástases a nível pulmonar- isto é, quando o cancro se espalha para outra parte do corpo, e a sintomatologia até pode ser a da metástase”, explica a pneumologista. “É natural que na fase de confinamento as pessoas tivessem medo de vir ao hospital. Mas os hospitais conseguiram criar fluxos diferenciados, mudar as estruturas e tornar seguras as idas ao médico e aos tratamentos.”

Via Verde Diagnóstico de Cancro

A pensar em quem precisa de uma resposta rápida para um diagnóstico oncológico, a CUF Oncologia reforçou os seus processos e recursos para disponibilizar um maior acesso às suas vias verdes internas, sempre acionáveis nos casos de suspeita de cancro. Nesta fase, a prioridade será dada aos tumores com maior incidência – cancro da mama, cancro colorretal, cancro da próstata e cancro do pulmão – mas a oferta poderá ser reforçada noutras áreas caso seja necessário.

Encarnação Teixeira Pneumologista no Hospital CUF Descobertas

Uma resposta imediata Todo o processo relativo à Via Verde Diagnóstico de Cancro está organizado de modo a garantir uma resposta célere e atempada. “Temos equipas multidisciplinares que abordam o doente, comunicam entre si e, se for necessário fazer um exame, é-lhe dada prioridade”, explica Ana Raimundo, Diretora Clínica CUF Oncologia. “Tudo está organizado de modo a ter um diagnóstico rápido que permita que o doente inicie o tratamento o mais rapidamente possível. Serão, nesse sentido, criadas mais vagas para que exames complementares possam ser feitos no mesmo dia ou logo que possível.” Devem recorrer à Via Verde Diagnóstico de Cancro as pessoas com suspeita de doença oncológica, que tenham feito exames que revelem alterações ou que apresentem sintomas persistentes, como alteração dos hábitos intestinais, fadiga constante, emagrecimento inexplicado ou um nódulo palpável. Os interessados deverão fazer a marcação da consulta através da linha gratuita da CUF Oncologia: 800 100 077. Para mais informações, pode também consultar o site www.cufoncologia.pt. Quem deve recorrer?

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