Revista + Vida 25 | A sua saúde é uma prioridade

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A SUA SAÚDE É UMA PRIORIDADE

O tempo é essencial no tratamento de doenças agudas Ainda no campo das doenças cardiovasculares, também os casos de doença aguda devem ser tratados com a maior rapidez possível, com recurso obrigatório à urgência hospitalar – não só para evitar sequelas de um eventual evento cardíaco que possa ocorrer como para fazer uma prevenção secundária de episódios futuros: “Se um doente tiver um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e não fizer nada, a probabilidade de o AVC se repetir no ano seguinte é de um terço”, explica Mário Martins Oliveira. “Esta prevenção secundária consiste em estratégias destinadas a evitar que o acidente se repita – como o início da terapêutica para controlar a hipertensão, as gorduras do sangue, e medicação antitrombótica – e a recuperar o melhor possível a função do órgão afetado através da reabilitação.” Também no caso do enfarte do miocárdio a rapidez na prestação de cuidados médicos é essencial. “Se forem tratados durante a primeira hora através de uma angioplastia primária, que vai desobstruir o vaso, estes doentes conseguem ficar sem nenhuma cicatriz e com o coração quase normal. Mas por cada hora que passa perde-se mais miocárdio e há uma maior probabilidade de complicações arrítmicas que podem originar morte súbita”, alerta o cardiologista. Para garantir que os doentes afetados por um enfarte do miocárdio são tratados atempadamente, está implantada em Portugal a Via Verde Coronária, que cobre o país e tem equipas especializadas preparadas para atuar 24 horas por dia numa rede de hospitais da qual fazem parte o Hospital CUF Infante

Santo, em Lisboa, e o Hospital CUF Porto. Tal como acontece com o AVC, um enfarte não tratado pode ter consequências graves. É a prevenção secundária, iniciada logo a seguir ao enfarte, que vai permitir diminuir o risco de arritmias, evitar o aparecimento de novos coágulos e recuperar a força contráctil do coração. A isto junta-se ainda o processo de reabilitação cardíaca, essencial no regresso à vida ativa. “É um processo que começa precocemente depois do enfarte e tem, em média, 12 semanas de duração, no qual o doente vai ao hospital três vezes por semana, como se fosse a um ginásio. Com a particularidade de que vai a um espaço para treinar, monitorizado por terapeutas e cardiologistas, e faz exercícios estudados cientificamente para aumentar a sua capacidade funcional e melhorar a sua qualidade de vida”, explica Mário Martins Oliveira. A rapidez com que o doente chega ao Atendimento Permanente é o fator determinante para o sucesso do tratamento, por isso é importante vencer receios. “Neste momento, é seguro as pessoas irem à urgência e ao hospital. Há máscaras e gel desinfetante à entrada, as consultas são espaçadas, as salas de espera têm lugares intervalados, os acompanhantes só entram quando é absolutamente necessário e, no gabinete, a distância entre médico e doente é de dois metros”, assegura o clínico. “As pessoas não devem deixar de ir ao hospital fazer os seus exames programados. Não devem deixar de ir às consultas. Não devem deixar de ir à urgência quando há sinais de alarme.”

Potenciais sintomas de enfarte do miocárdio

Potenciais sintomas de AVC

Dor no peito que irradia para o braço

Falta de força num dos lados do corpo

Dor de cabeça intensa

Cansaço súbito

Falta de ar

Desvio da face

Dificuldade na articulação da fala

Sensação de desmaio

Alteração da visão

Falta de coordenação de movimentos Náuseas e suores

Tonturas

18 | +vida _ julho 2020

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