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A importância da vigilância nas doenças cardiovasculares

cardíaca é necessário um acompanhamento clínico constante. “Hoje dispomos de tratamentos que nos têm permitido resultados fantásticos. Quando temos o doente otimizado do ponto de vista da abordagem terapêutica inovadora, conseguimos reduzir a mortalidade em 50%, o que é impressionante. E conseguimos reduzir os internamentos em 60 a 70%”, explica Mário Martins Oliveira. Igualmente determinantes são os comportamentos que devem ser mantidos no dia a dia. Nos primeiros meses de 2020, apesar dos apelos por parte das autoridades para que se mantivesse o exercício regular – o chamado “passeio higiénico” –, registou-se um decréscimo da atividade física. “Começámos a receber muitos telefonemas de doentes que se queixavam que tinham os pés inchados. Em doentes crónicos, seja com patologia venosa ou cardíaca, insistimos muito na realização da marcha diária, que funciona como uma espécie de ‘coração periférico’, empurrando o sangue para cima e diminuindo a acumulação de sangue nos membros inferiores”, explica o cardiologista. É importante que doentes e familiares estejam atentos aos sinais que podem indiciar um agravamento da doença. No caso da insuficiência cardíaca, as manifestações são diversas e nem sempre simultâneas. “Um doente que comece a ter muita dificuldade em subir escadas ou a caminhar num plano inclinado, algo que até então fazia bem, que tenha de parar para respirar porque fica com falta de ar, que ao final do dia fique com os pés de tal forma inchados que não lhe cabem nos sapatos... tem de procurar rapidamente ajuda numa consulta de Cardiologia”, aconselha Mário Martins Oliveira.

O peso das doenças cardiovasculares no número total de óbitos em Portugal motiva uma preocupação acrescida sobre os muitos doentes crónicos desta área, segundo Mário Martins Oliveira, Cardiologista no Hospital CUF Porto e Coordenador de Cardiologia do Hospital CUF Infante Santo. “Nas faixas etárias mais avançadas, a presença de doença cardiovascular com envolvimento cardíaco é muito grande. [Devido à pandemia], muitos destes doentes perderam consultas, exames e os chamados internamentos eletivos. Um conjunto de fatores que levou a que muitos descontrolassem e descompensassem a sua doença crónica”, alerta. Como consequência, surgem agora nas consultas situações mais difíceis de debelar, como a da doente com uma fibrilhação auricular paroxística (arritmia) que o cardiologista assistiu em janeiro e a quem recomendou uma ablação, isto é, uma intervenção com cateteres usada no tratamento da arritmia. “Só a voltei a ver em maio quando me procurou já com insuficiência cardíaca”, lamenta Mário Martins Oliveira. “Ficou com uma arritmia durante tanto tempo que passou para uma fase mais adiantada da doença.” Os casos de insuficiência cardíaca têm vindo a aumentar em Portugal, uma tendência que se deverá manter. Dados de 2014 da Direção-Geral da Saúde chegam a apontar esta patologia como a segunda maior a nível de atribuição de recursos pelos sistemas de saúde, com quase 19 mil internamentos e elevada mortalidade hospitalar. Apesar de tudo, é uma situação clínica que continua a ser desvalorizada por uma grande parte da população. Para haver um bom controlo da insuficiência

RICARDO LOPES/4SEE

"Hoje dispomos de tratamentos que nos têm permitido resultados fantásticos." Mário Martins Oliveira Cardiologista no Hospital CUF Porto e Coordenador de Cardiologia do Hospital CUF Infante Santo

+vida _ julho 2020 | 17

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