Revista + Vida 25 | A sua saúde é uma prioridade

foco |

A SUA SAÚDE É UMA PRIORIDADE

RAQUEL WISE/4SEE

"Quanto mais cedo o cancro é diagnosticado, maior é a probabilidade de poder ser tratado e de o doente ficar curado."

Ana Raimundo Diretora Clínica CUF Oncologia

Diagnóstico precoce no cancro: a chave para o sucesso

Todos os anos, são diagnosticados em Portugal cerca de 50 mil novos casos de cancro em rastreios e em consulta. A deteção precoce da doença é essencial para o prognóstico, para o tipo de tratamento e até para as taxas de letalidade associadas a cada tipo de cancro. Por este motivo, a redução de 85% no número de novos diagnósticos registados nos hospitais CUF – o maior diagnosticador privado do país – durante os meses de março e abril é preocupante. “Isto não significa que o número de cancros reduziu, apenas que o diagnóstico não foi feito”, alerta Ana Raimundo, Diretora Clínica CUF Oncologia. “É importante ter em mente que, com a implementação de rastreios como os do cancro da mama, do colo do útero e do cancro colorretal, os diagnósticos são feitos de uma forma mais precoce. Quanto mais cedo o cancro é diagnosticado, maior é a probabilidade de poder ser tratado e de o doente ficar curado.” Também o acesso facilitado a médicos e meios complementares de diagnóstico permite uma maior probabilidade de sucesso. Por tudo isto, a CUF apostou num Plano de Diagnósticos, designado Via Verde Diagnóstico de Cancro, no qual equipas multidisciplinares – que incluem médicos especialistas, equipas de imagiologia e de outros meios complementares de diagnóstico – atuam de forma integrada para garantir o melhor diagnóstico num

espaço de tempo o mais curto possível. “É importante perceber a importância de, a partir de uma determinada idade ou perante antecedentes familiares, se fazerem rastreios mais apertados”, explica Ana Raimundo. Em algumas neoplasias, como o cancro da mama, um dos tumores mais frequentes no sexo feminino, o rastreio anual permite inclusive detetar lesões ainda não palpáveis. “Outro aspeto relevante são sintomas suspeitos: emagrecimento, mal-estar, fadiga constante, um nódulo ou uma massa que se palpa, alteração dos hábitos intestinais. Tudo isto deve fazer soar o alerta”, refere a responsável da CUF Oncologia. Algumas semanas podem fazer toda a diferença. “Em tumores de crescimento mais rápido, e outros de comportamento biológico mais agressivo como no pâncreas, esperar três ou quatro semanas pode significar uma redução significativa na possibilidade de cura. As pessoas devem ter presente que, se têm um sintoma persistente, este deve ser estudado.” A opinião de Ana Raimundo é partilhada por Encarnação Teixeira, Pneumologista no Hospital CUF Descobertas, que, durante os meses de confinamento, registou menos 50% de primeiras consultas. Sendo o cancro do pulmão uma patologia de desenvolvimento rápido e com taxas de letalidade significativas – mata, por ano, cinco mil pessoas em Portugal –, este é um dado preocupante que é importante reverter.

20 | +vida _ julho 2020

Powered by