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Mónica Cró Braz Pediatra no Hospital CUF Descobertas e Clínica CUF Alvalade

VERDADES E MITOS

Vacinas

Esclareça as suas dúvidas sobre vacinas e não deixe de seguir o Programa Nacional de Vacinação.

Não é permitido levar uma vacina quando se tem febre Mito Se a febre for provocada por uma doença ligeira aguda, como uma constipação, não é necessário adiar a vacinação. Regra geral, as contraindicações à vacinação são raras e temporárias, aplicando-se contraindicações permanentes apenas a dois grupos específicos: vacinas vivas não podem ser administradas a pessoas com deficiências imunitárias graves ou a grávidas. Não obstante, antes da administração da vacina, são sempre feitas algumas questões para detetar a eventual necessidade de aplicar precauções especiais. As vacinas provocam autismo Mito Não existe qualquer evidência científica que estabeleça uma relação entre vacinação e perturbação do espetro do autismo. O mito surgiu em 1998, na sequência da publicação de um estudo que sugeria esta hipótese, mas este acabou por ser retirado da revista que o publicou por falta de provas que o suportassem. Posteriormente, o General Medical Council considerou Andrew Wakefield, o médico responsável pelo estudo, culpado de má conduta profissional e proibiu-o de exercer Medicina no Reino Unido .

As vacinas podem ser tomadas fora da idade prevista Verdade O ideal é que seja cumprido o esquema de vacinação previsto no Programa Nacional de Vacinação. Na eventualidade de isso não acontecer, o plano pode ser adaptado para contemplar situações excecionais, estando previstos esquemas acelerados ou em atraso, situação frequente em tempos de COVID-19. As vacinas em atraso devem ser administradas logo que possível. Não obstante, há que ter em conta que a sua eficácia máxima poderá ficar comprometida. Ser vacinado contra várias

É preferível ganhar imunidade através da doença do que da vacinação Mito Embora ultrapassar uma doença possa, em determinados casos, proteger contra uma reincidência, é importante não esquecer que algumas doenças podem evoluir para complicações graves ou mesmo fatais. Este risco é prevenido com a administração da vacina, já que as partículas que a constituem estão preparadas para desencadear não a doença mas uma reação imunitária. Certas vacinas, como a do vírus do papiloma humano, conferem maior proteção do que a própria infeção.

doenças de uma só vez sobrecarrega o sistema imunitário Mito

O controlo de uma doença depende da quantidade de pessoas vacinadas Verdade

O sistema imunitário está preparado para lidar com a exposição simultânea aos mais diversos estímulos, muitos deles infeciosos, pelo que a administração de mais do que uma vacina numa única ocasião não resulta num aumento de reações adversas. Na verdade, a imunização contra várias doenças numa única injeção facilita o processo de vacinação, já que evita o potencial desconforto provocado por múltiplas injeções.

É uma ideia importante a reter: para que seja possível controlar ou erradicar a grande maioria das doenças, é necessário que uma grande proporção da população esteja vacinada – e consequentemente imunizada – contra essa doença. Cada pessoa que não tenha levado a vacina – por opção ou por impedimento – corre não só o risco de adoecer como também de transmitir a doença a outras pessoas.

+vida _ julho 2020 | 57

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