Revista + Vida 25 | A sua saúde é uma prioridade

3 PERGUNTAS A...

Ana Sofia Ventura Médica Internista no Hospital CUF Sintra

1. Porque escolheu tornar-se médica? A minha escolha foi simples e determinada desde muito cedo. Filha de uma Intensivista Pediátrica e de um Internista, convivi desde sempre de perto com a realidade da medicina generalista hospitalar e habituei-me a ver o hospital como um local muito familiar. Lembro-me de me sentir sempre muito atraída pela dinâmica e energia vibrantes do hospital, sempre muito impressionada pela relação forte, próxima e especial que percebia estabelecer-se entre médico e doente. 2. E porquê Medicina Interna? É uma especialidade altamente desafiante e estimulante que trabalha o conhecimento profundo e científico das doenças, integrando os sintomas do doente. Dedica a sua atenção ao doente como um todo, colocando-o no centro da sua ação e do sistema de saúde, nos mais variados ambientes hospitalares. É uma especialidade mais de doentes do que de doenças, aspeto que me cativa particularmente.

3. O que pode dizer aos doentes que, devido à pandemia, estão ainda com receio de regressar aos hospitais e às clínicas? Um desafio que se tem colocado aos médicos nesta pandemia é o resultado do medo que se instalou na população, especialmente nos doentes idosos com comorbilidades e doenças crónicas, em recorrerem ao hospital, acabando por fazê-lo apenas em fases já muito avançadas e descompensadas da sua doença. O atraso na realização de exames, intervenções e tratamentos acarreta graves consequências em termos de morbilidade e mortalidade. É, por isso, muito importante investir na literacia em saúde e urgente fazer sentir a estes doentes que podem recorrer às unidades de saúde com segurança. São muitas as vozes da área de saúde que se têm multiplicado, no sentido de apelar à população para que resista e ultrapasse o medo e regresse às unidades de saúde, continuando a cumprir as regras definidas pela Direção-Geral da Saúde. Os hospitais apostam em assegurar a qualidade do serviço, garantindo segurança, tendo organizados circuitos distintos e separados para os doentes COVID-19 e não COVID-19.

de renovação de receituário ou de certificados de incapacidade”. Não obstante, durante essa fase, os contatos e o acompanhamento mantiveram-se, ainda que à distância, através de telefone, e-mail ou teleconsulta. Ana Sofia Ventura considera, contudo, que agora é hora de voltar: “É prioritário que os doentes regressem às unidades de saúde, que retomem as suas consultas de seguimento e rotina, que não adiem a realização de exames complementares de diagnóstico necessários. As outras patologias não desapareceram, antes pelo contrário, e a saúde não pode ser adiada.” O médico assistente estará presente para o que for preciso.

+vida _ julho 2020 | 51

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