A visão é, dos cinco sentidos, aquele que mais utilizamos no dia a dia e o que mais importância tem para o nosso bem-estar. Conservar a saúde dos nossos olhos é, por isso, essencial. E é por este motivo que os cerca de 200 médicos oftalmologistas da CUF e as suas equipas trabalham todos os dias: para colocar a visão em primeiro plano.
24 NOVEMBRO 2019
Uma publicação José de Mello Saúde
Menos Sal Portugal Conheça o estudo inédito que procura combater o consumo excessivo de sal Coração Há uma nova estratégia de tratamento da fibrilhação auricular, um problema de coração que pode provocar incapacidade ou até morte Radioterapia no tratamento do cancro Descubra algumas das mais inovadoras tecnologias
A visão em primeiro plano Preparada para responder aos novos desafios da saúde ocular, a CUF apresenta uma rede nacional de cuidados de qualidade, capaz de tratar até os casos mais complexos
NOVEMBRO 2019
Sabia que deve consultar um médico oftalmologista de dois em dois anos após os 40 anos e todos os anos após os 60?
conhecimento
saúde
36 Família Doenças do tempo frio Sabia que o inverno propicia o desenvolvimento de certas doenças, o que resulta num dos períodos em que mais aumentam os atendimentos nas urgências? 38 Família Tensão baixa A tensão arterial baixa pode ser um problema. Conheça os sintomas e saiba como a tratar. 40 Infantil Apneia do sono Sabia que a apneia do sono também afeta crianças, interferindo com uma das fases mais importantes do seu desenvolvimento? 42 Maternidade Segurança na gravidez A saúde do seu bebé depende da sua. Saiba como um acompanhamento permanente pode fazer a diferença.
54 Conselhos e Dicas Saiba qual é a melhor postura a adotar enquanto dorme. 56 Descomplicador Porque nem tudo o que é tecnológico tem de ser um bicho-de-sete-cabeças, a aplicação My CUF permite-lhe aceder à sua informação de saúde com um clique. 57 Verdades e Mitos As análises são um meio complementar de diagnóstico essencial na definição do tratamento mais adequado, mas ainda existem alguns mitos sobre estes exames. 58 CUF Kids Explique aos mais novos o que são e para que servem os espirros.
44 Oncologia Radioterapia Conheça algumas das mais inovadoras tecnologias atualmente disponíveis na CUF. 46 Desporto Fisioterapia Após uma rotura do ligamento cruzado anterior, Hugo Eduardo, jogador de futsal acompanhado na CUF, prepara-se para voltar a jogar. 48 Doenças do Futuro Fibrilhação auricular Conheça a nova estratégia de tratamento da fibrilhação auricular, um problema de coração que pode provocar incapacidade ou até morte. 50 Reportagem Menos Sal Portugal Um estudo inédito, promovido pela CUF, procura combater o excesso de consumo de sal em Portugal através de um programa de literacia alimentar.
notícias
5 Todas as notícias na área da saúde e ainda as novidades da José de Mello Saúde.
testemunhos
17 Opinião Belén de Vicente A diretora da AHED – Advanced Health Education escreve sobre a necessidade de manter e adquirir novas competências diferenciadas na área da saúde.
12 Perfil
Jessica Athayde A atriz, que foi mãe pela primeira vez no Hospital CUF Descobertas, partilha a sua experiência.
foco
14 Histórias Felizes
18 Tema de capa Saúde ocular Saiba como proteger os seus olhos das patologias mais comuns e como a CUF está preparada para responder aos novos desafios da saúde ocular.
Depois de perder a audição total do ouvido esquerdo, Fernanda Silva fez uma cirurgia para colocar um implante coclear, a primeira do género no Hospital CUF Viseu e no distrito de Viseu.
Sabia que existem vários exames de sangue que não requerem jejum para poderem ser realizados?
editorial
| novembro 2019
Quando o saber ocupa lugar
a NOVA Medical School, é mais um exemplo desse pioneirismo e de como o saber e o conhecimento científico “ocupam lugar” na nossa instituição. Neste caso, ocupam um lugar físico no Hospital CUF Infante Santo, que se torna assim o primeiro hospital privado em Portugal a integrar a atividade assistencial de prestação de cuidados de saúde com o ensino pré e pós-graduado e ainda com a investigação clínica, e que recebe, ao longo do ano, cerca de 150 alunos do 4.º ano de Medicina. Um núcleo que viverá, a partir de 2020, no Hospital CUF Tejo, o novo hospital que está a nascer em Lisboa e que será seguramente um hospital de referência para o país. Porque acreditamos igualmente na multidisciplinaridade e na especialização como base da prestação de cuidados de saúde, continuamos também a apostar no ensino e na formação enquanto parceiros da nova escola de estudos pós-graduados AHED – Advanced Health Education, uma escola que surge com o objetivo de permitir a todos os profissionais do setor adquirir conhecimentos e treinar, de forma prática, competências fundamentais para a atividade que já desenvolvem junto dos cidadãos nos serviços de saúde onde trabalham. Mais um passo que acreditamos vir a contribuir para o desenvolvimento do projeto clínico da CUF e da José de Mello Saúde. Uma aposta no futuro e na melhoria dos cuidados de saúde prestados à população.
Há mais de 70 anos que a José de Mello Saúde e a CUF assumiram um compromisso com a sociedade, promovendo a excelência na saúde, ao serviço de Portugal e da saúde dos portugueses. O ensino da Medicina, a ligação às universidades e ao meio académico, a formação e a investigação clínica são para nós vetores essenciais para a melhoria contínua dos cuidados de saúde, razão pela qual temos feito, ao longo dos anos, um esforço significativo, quer ao nível das equipas clínicas envolvidas nestas áreas, quer ao nível financeiro. Ora, num sistema de saúde que é, desde há muitos anos, um sistema misto com um setor público que é complementado por um setor privado e social com grande relevância, esta realidade reveste-se de grande importância. Enquanto empresa portuguesa de referência na prestação de cuidados de saúde, com condições de excelência para o desenvolvimento do ensino e da formação médica, sentimos, naturalmente, uma responsabilidade cívica acrescida para com o país e para com o futuro dos cuidados de saúde em Portugal. Muito nos orgulhamos, por isso, do caminho que temos vindo a percorrer e no qual a CUF tem sido pioneira, tendo sido uma das primeiras instituições privadas a obter idoneidade formativa e a formar médicos internos no país, um reconhecimento atribuído pela Ordem dos Médicos, em 2012, que é representativo da qualidade clínica e da capacidade formativa das nossas equipas. A recente criação do primeiro Núcleo Académico Clínico na CUF, em parceria com
Presidente do Conselho de Administração da José de Mello Saúde Salvador de Mello
Conselho Editorial: Direção de Comunicação da José de Mello Saúde Edição: Adagietto • Morada: R. Flores de Lima, 16, 1700-196 Lisboa Coordenação: Tiago Matos • Paginação: Rita Santa Marta, Sara da Mata Redação: Carolina R. Rodrigues, Cláudia Pinto, Fátima Mariano, Tatiana Trilho Revisão: Laurinda Brandão Fotografia: António Pedrosa, José Fernandes, Raquel Wise, Sérgio Azenha (4SEE) e José de Mello Saúde • Imagens: Shutterstock Propriedade: José de Mello Saúde • Morada: Av. do Forte, Edifício Suécia, III - 2.º, 2790-073 Carnaxide Impressão e acabamento: Lidergraf Tiragem: 10.000 exemplares • Depósito legal 308443/10 Distribuição gratuita A José de Mello Saúde é líder na prestação de cuidados de saúde em Portugal, gerindo um hospital público, em regime de parceria público-privada, e 18 unidades de saúde privadas CUF, nove das quais hospitais.
Votos de boas leituras.
EDIÇÃO ON-LINE www.josedemellosaude.pt
4 | +vida _ novembro 2019
notícias
CUF APRESENTA PRIMEIRO NÚCLEO ACADÉMICO CLÍNICO DA NOVA MEDICAL SCHOOL
e professor catedrático jubilado de Otorrinolaringologia. Este é o primeiro Núcleo Académico Clínico afiliado da NOVA Medical School, contando, além da coordenação global de João Paço, com quatro professores assistentes convidados, dos quais três já doutorados, e uma professora auxiliar convidada, a par dos restantes médicos, audiologistas e terapeutas da fala do serviço. A criação de Núcleos Académicos Clínicos nos hospitais CUF, projeto que dá agora os seus primeiros passos, surge no contexto de um protocolo global de colaboração entre a José de Mello Saúde e a NOVA Medical School, iniciado em 2008, e reforçado com o consórcio TAGUS Tank, estabelecido entre as duas entidades em 2016, com o compromisso conjunto de desenvolvimento de uma parceria para a promoção do ensino e da investigação em Portugal. Os Núcleos Académicos CIínicos têm como principal objetivo a aplicação de conhecimento científico para a prestação de cuidados de saúde de qualidade, ao serviço dos doentes, bem como o desenvolvimento de novo conhecimento científico e a transmissão do mesmo entre diferentes profissionais, incluindo novas gerações de profissionais e alunos pré e pós-graduados.
A José de Mello Saúde e a NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa criaram o primeiro Núcleo Académico Clínico, no Hospital CUF Infante Santo, dedicado à formação de alunos pré e pós-graduados do curso de Medicina, incluindo doutoramentos na área da Otorrinolaringologia e da Patologia Cérvico-Facial. O Núcleo Académico Clínico de Otorrinolaringologia e Patologia Cérvico-Facial tem uma vertente clínica de prestação de cuidados de saúde, mas também de caráter académico e de investigação clínica, e está sob a responsabilidade de João Paço, Diretor Clínico do Hospital CUF Infante Santo, Coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital desde 1995 O Hospital CUF Infante Santo é o primeiro hospital privado em Portugal a integrar a atividade assistencial de prestação de cuidados de saúde com o ensino pré e pós-graduado e ainda com a investigação clínica, constituindo-se como o primeiro Núcleo Académico Clínico de uma Faculdade de Medicina.
Disponíveis no Núcleo Académico Clínico Área de consulta com sete gabinetes Área de exames dedicada ao estudo de doentes nas vertentes de Otorrinolaringologia e Patologia Cérvico-Facial, que inclui: • Equipamentos de exames de alta diferenciação • Biblioteca • Salas de aulas de Otorrinolaringologia • Bloco operatório
+vida _ novembro 2019 | 5
notícias
O QUE SÃO CUIDADORES INFORMAIS? De acordo com o Estatuto do Cuidador Informal, consideram-se cuidadores informais os cônjuges ou unidos de facto, parentes ou afins até ao quarto grau da linha reta ou da linha colateral da pessoa cuidada, que acompanham e cuidam desta de forma: Permanente , que com ela vivem em comunhão de habitação e que não auferem qualquer remuneração de atividade profissional ou pelos cuidados que prestam à pessoa cuidada. Regular , podendo auferir, ou não, remuneração de atividade profissional ou pelos cuidados que prestam à pessoa cuidada. PRINCIPAIS PROBLEMAS SENTIDOS PELOS CUIDADORES INFORMAIS
Stresse Burnout Isolamento Exaustão física e psicológica
Outros problemas físicos e mentais Pobreza e dificuldades financeiras Instabilidade laboral
CUIDAR DE QUEM CUIDA Os cuidadores informais trabalham sem horário definido, férias, folgas, acesso a subsídios ou outro tipo de apoios. Além disso, muitos não têm a formação adequada para prestarem cuidados continuados a pessoas com doenças crónicas, incapacidades ou outra condição de saúde de longa duração que as coloca numa situação de dependência. cuidadores informais da região norte do país. Para o efeito, a iniciativa prevê o envolvimento dos municípios para a realização de sessões de formação e workshops , bem como o estabelecimento de um serviço de assistência mútua e de um gabinete de atendimento permanente ao cuidador informal. Mariana Ribeiro Ferreira, responsável
EM NÚMEROS
Existem cerca de 800 mil pessoas que cuidam em Portugal de um dependente, a tempo parcial ou inteiro
pela área de Cidadania Empresarial da José de Mello Saúde, considera que “o projeto tem um impacto direto no bem-estar da população, designadamente de vários cuidadores informais, sendo particularmente relevante num país tão envelhecido como o nosso”. O projeto Cuidar de Quem Cuida é financiado através de Títulos de Impacto Social, um incentivo fiscal promovido pela Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, por sua vez criada no âmbito do Portugal 2020.
É neste contexto que surge o Cuidar de Quem Cuida, um projeto promovido e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela José de Mello Saúde e implementado pelo Centro de Assistência Social à Terceira Idade e Infância de Sanguêdo (CASTIIS), em parceria com a Administração Central do Sistema de Saúde I. P. (ACSS), a MAZE e o CINTESIS. Trata-se de um projeto que pretende formar, capacitar e acompanhar 240
Custo de trabalho estimado em 333 milhões de euros por mês e em 4 mil milhões de euros por ano
Um estudo pedido pelo Governo, intitulado “Medidas de Intervenção junto dos Cuidadores Informais”, e entregue em setembro de 2017, revela que 80% dos cuidados em toda a Europa de pessoas dependentes são realizados por 125 milhões de pessoas sem formação
6 | +vida _ novembro 2019
ORDEM DOS MÉDICOS HOMENAGEIA JOÃO PAÇO
Condecoração aconteceu no mais recente Congresso da Ordem dos Médicos.
O 22.º Congresso da Ordem dos Médicos atribuiu a Medalha de Mérito Nacional ao médico João Paço. A distinção celebra a dedicação ao exercício da medicina e o contributo para a dignificação da profissão ao prestigiar a carreira profissional e a importância do seu papel na medicina portuguesa. João Paço é Presidente do Conselho Médico da José de Mello Saúde, Coordenador do Núcleo Académico Clínico de Otorrinolaringologia e Patologia Cérvico-Facial, Diretor Clínico do Hospital CUF Infante Santo e editor da Gazeta Médica do grupo hospitalar. Em julho de 2019, o também professor catedrático de Otorrinolaringologia deu a sua aula de jubilação na NOVA Medical School, que contou, entre outros, com a presença de vários alunos, representantes da José de Mello Saúde, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e o antigo Presidente da República, Ramalho Eanes. Também José Martins Nunes, anestesiologista no Hospital CUF Coimbra e o primeiro Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, foi condecorado com a Medalha de Mérito pelo “trajeto humano e profissional”, que “deve ser um exemplo para todos os médicos portugueses”.
PELA MELHORIA DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE CUF Com o objetivo de melhorar continuamente a experiência dos clientes, a CUF implementou um modelo de self-service que permite uma maior agilidade na admissão e pagamento de consultas e exames nas suas unidades de saúde. Agora os clientes já podem aceder a informações e concluir os seus pagamentos em quiosques e postos automáticos, localizados em locais de maior afluência das unidades – entradas, parques de estacionamento e junto às receções –, bem como através da app My CUF.
João Paço Iniciou a carreira em 1975 Juntou-se à CUF em 1995 Passou a Diretor Clínico do Hospital CUF Infante Santo em 2006 BI
PRINCIPAIS VANTAGENS DO SELF-SERVICE
Rapidez Permite uma maior agilidade no acesso ao serviço (consulta e exames) e à saída (pagamento) Autonomia Facilita a conclusão de tarefas administrativas realizadas diretamente pelo cliente
Desenvolveu o Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo Viabilizou a investigação clínica e o ensino na CUF
+vida _ novembro 2019 | 7
notícias
ONCOLOGIA COM IDONEIDADE FORMATIVA
Descobertas, o Hospital CUF Infante Santo e o Hospital CUF Porto já dispunham de idoneidade formativa noutras especialidades, como Anatomia Patológica (CUF Descobertas), Imunoalergologia (CUF Descobertas), Medicina Interna (CUF Descobertas e CUF Porto), Ortopedia (CUF Descobertas), Otorrinolaringologia (CUF Infante Santo e CUF Descobertas) e Pediatria (CUF Descobertas). O novo reconhecimento vem, deste modo, reforçar uma das prioridades da CUF Instituto de Oncologia: a formação contínua, pré e pós-graduada, dos seus profissionais.
O Hospital CUF Descobertas e o Hospital CUF Infante Santo receberam, por parte do Colégio da Especialidade de Oncologia da Ordem dos Médicos, idoneidade formativa para o ano letivo de 2020/2021. De acordo com esta entidade, as duas unidades CUF dispõem de “quadro médico, estrutura física e atividade clínica” adequados à implementação de um programa de formação na área da Oncologia e, mais concretamente, nas áreas de patologia mamária, digestiva e pulmonar – complementadas com as áreas de patologia urológica e ginecológica. Acrescente-se que o Hospital CUF
ATENDIMENTO MÉDICO PERMANENTE
Em Coimbra...
Em Almada...
O Hospital CUF Coimbra já tem Atendimento Médico Permanente para adultos. Disponível todos os dias do ano, das 8h00 às 0h00, no piso 1 do edifício, este serviço conta com uma equipa médica especializada nas áreas de Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar. O Atendimento Médico Permanente do Hospital CUF Coimbra dispõe de acordos com os principais seguros e subsistemas de saúde e disponibiliza todos os meios complementares de diagnóstico necessários para o seguimento do estado de saúde dos doentes, nomeadamente nas áreas de Imagiologia (TAC, ressonância magnética e raio X) e Patologia Clínica.
A Clínica CUF Almada estendeu o horário do Atendimento Médico Permanente para 24 horas por dia, 365 dias por ano. O serviço é assegurado por uma equipa especializada em Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar, dispõe de acordos com os principais seguros e subsistemas de saúde e funciona no piso 0 desta unidade de saúde. “Trata-se de mais um passo na concretização do projeto clínico da Clínica CUF Almada, iniciado em 2016, e que vem reforçar a relação de proximidade e disponibilidade para com a comunidade em situações de urgência, acidentes ou doenças súbitas”, explica Pedro Correia Azevedo, Coordenador do Atendimento Médico Permanente da Clínica CUF Almada.
QUAL É A ORDEM DE ATENDIMENTO? A ordem de atendimento segue o protocolo internacional da Triagem de Manchester, que classifica o risco clínico de cada caso e lhe atribui uma cor consoante a gravidade. É uma medida estabelecida de modo a garantir a segurança clínica de todos os pacientes.
8 | +vida _ novembro 2019
CONSULTAS DE CESSAÇÃO TABÁGICA NO HOSPITAL VILA FRANCA DE XIRA
Só em 2018 , foram realizadas no Hospital Vila Franca de Xira cerca de 300 primeiras consultas de cessação tabágica, um número particularmente elevado no contexto nacional. São cada vez mais as pessoas que procuram deixar de fumar, sendo que, entre estas, estão as que pretendem abandonar os cigarros “tradicionais” e também, cada vez mais, as que querem deixar os cigarros eletrónicos. De facto, segundo o Departamento de Saúde dos Estados Unidos, só este ano já foram identificados 450 casos de doenças respiratórias graves que podem estar
relacionados com esta nova forma de fumar. Seis deles revelaram-se mesmo fatais. A pensar nesta nova realidade, o Hospital Vila Franca de Xira decidiu organizar o primeiro Curso de Cessação Tabágica, uma iniciativa com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), dirigida a profissionais desta unidade hospitalar e de outros centros de saúde. Os cigarros eletrónicos, que também já foram desaconselhados pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, foram um dos principais tópicos em cima da mesa.
GIRL MOVERS EM NOME DA MUDANÇA A José de Mello Saúde estabeleceu uma parceria com a Associação Girl Move, promotora da iniciativa “Change – Programa de Liderança e Empreendedorismo Social”, que dá a oportunidade a jovens raparigas moçambicanas de realizarem estágios e formações em empresas portuguesas. O objetivo é transmitir novos conhecimentos a estas jovens, ajudar a reforçar as suas competências e colocá-las em contacto com novas realidades empresariais. Como parceira da iniciativa, a CUF recebeu este ano a estagiária Honorina Saíde, licenciada em Psicologia Social Comunitária e fundadora do programa WomenEmpower MZ. Apaixonada por kickboxing , Honorina Saíde tem o desejo de conjugar neste estágio as suas três áreas de interesse: psicologia, desporto e empowerment feminino.
QUEM PROCURA AS CONSULTAS DE CESSAÇÃO TABÁGICA?
POSSÍVEIS EFEITOS DOS CIGARROS ELETRÓNICOS NA SAÚDE Dificuldades respiratórias
Mais homens do que mulheres
Tosse
Na faixa etária dos 50 aos 60 anos
Febre
Portadores de doença obstrutiva crónica e problemas cardiovasculares
Náuseas
Vómitos
+vida _ novembro 2019 | 9
notícias NA WEB
Vídeo
Passa o dia à secretária? Corrija a sua postura São muitas as situações que nos levam a adotar uma má postura. A persistência neste tipo de hábitos pode levar a alterações e desordens a nível muscular. tinyurl.com/yyu483vo
Artigos
Vídeo
Problemas da próstata: sete sinais a que deve estar atento Fique atento aos fatores de risco, como vontade de urinar com frequência, acordar várias vezes de noite para urinar ou sangue na urina ou no sémen. tinyurl.com/y58ks6jf
Displasia da anca no bebé: o que é e como se trata? Ocorre quando a articulação da anca não se desenvolve como seria suposto. Como não provoca dor no bebé, pode passar despercebida aos pais. Conheça os fatores de risco. tinyurl.com/y4ghlc6p
Saiba mais na página 57.
Um ginásio para o coração Na Reabilitação Cardiovascular, médicos especialistas ajudam os pacientes cardíacos a melhorarem a sua qualidade de vida através de exercícios. tinyurl.com/y4t3k773
Por que é importante a vacina do HPV
Os cuidados a ter com cada tipo de pele
Sabia que algumas análises não precisam de jejum? Há muitas análises de sangue que não requerem jejum antes do procedimento. É o caso de testes à função renal, dos rins ou do fígado. Outras, como a análise da glicose, exigem jejum. tinyurl.com/y6xonu4e
Apenas a vacinação garante uma proteção eficaz contra o papilomavírus humano. Saiba a quem se destina esta vacina e porque é importante recebê-la logo na pré-adolescência. tinyurl.com/y3n75tbn
Peles diferentes exigem cuidados diferentes ainda que as rotinas sejam as mesmas, podendo ser influenciadas pelo grau de sensibilidade, de água e óleo da pele. tinyurl.com/y2jmtk729
testemunhos
PERFIL
“Correu tudo maravilhosamente bem” Jessica Athayde
Saiba aqui como lidar com uma das principais dificuldades enfrentadas por Jessica Athayde durante a gravidez: os enjoos.
Foi na CUF que a atriz Jessica Athayde escolheu ter o primeiro filho. Em entrevista à +VIDA , partilha a sua experiência.
Foi mãe pela primeira vez no Hospital CUF Descobertas. O que a levou a procurar a CUF para o nascimento do seu filho? As excelentes referências. Tenho amigos que partilharam comigo as suas experiências e decidi arriscar. A verdade é que correu tudo maravilhosamente bem. Falou abertamente sobre as dificuldades que sentiu durante a gravidez, nomeadamente os enjoos incapacitantes no primeiro trimestre. De que forma os conseguiu contornar? Foi muito complicado contornar essas dificuldades. No meu caso tratou-se mais de aprender a lidar com elas e de ir vivendo um dia de cada vez. Foi uma experiência bastante difícil. Já na fase final da sua gravidez, o apetite e o sono foram particularmente intensos. De que modo adaptou a sua vida às diversas transformações que experienciou? Tentei regrar-me e criar um equilíbrio, principalmente no que toca à alimentação. Tinha alguns desejos e procurava substituir os chocolates por snacks mais saudáveis. Revelou que sofreu uma depressão quando estava grávida. Que conselhos daria
a futuras mães que estão na mesma situação? Nada como falarmos com a nossa médica e percebermos que este tema é muito mais comum do que pensamos. Em que ocasiões recorreu à CUF para lidar com questões relacionadas com a gravidez e com o parto? Recorri à Dra. Madalena Conceição e, no pós-parto, a todas as enfermeiras e auxiliares, que foram supercuidadosas comigo. “A equipa do Hospital CUF Descobertas fez de tudo para que me sentisse confortável. É algo que nunca irei esquecer.” Recorreu às redes sociais para agradecer aos profissionais de saúde da CUF que a acompanharam durante o parto. De que modo avalia a equipa que a auxiliou durante esta experiência? Toda a equipa do Hospital CUF Descobertas foi incansável durante o meu parto. Fizeram de tudo para que me sentisse confortável.
Isso é algo que nunca irei esquecer.
BI
Jessica Athayde Nasceu a 21 de dezembro de 1985, em Lisboa Estreou-se como atriz na série televisiva Morangos com Açúcar , integrando posteriormente o elenco da adaptação ao cinema e ao teatro. Participou, desde então, em várias telenovelas Tem um blogue pessoal ( jessyjames.pt ) e dois livros publicados: Não Queiras Ser Perfeita (Mas Faz o Melhor Por Ti) e O Meu Oriente
Como viveu o momento do nascimento do Oliver? O nascimento do Oliver foi o momento mais incrível da minha vida, não existem palavras para descrever a primeira vez que o vi e o tive nos meus braços. A todos o meu profundo obrigada.
MARIA RITA
+vida _ novembro 2019 | 13
testemunhos |
HISTÓRIAS FELIZES | Fernanda Silva
Redescobrir o mundo dos sons
Fernanda Silva luta há oito anos contra uma surdez profunda em ambos os ouvidos que conseguia “mascarar” com o uso de próteses auditivas. Há cerca de um ano perdeu repentinamente a audição total do ouvido esquerdo. Após uma consulta no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Viseu, decidiu avançar para a colocação de um implante coclear. A cirurgia, a primeira do género realizada no distrito de Viseu, devolveu-lhe a qualidade de vida.
R esidente em Valverde, no concelho de Aguiar da Beira, Fernanda Silva auditiva, estava perfeitamente integrada em termos familiares, sociais e profissionais. Até que, em 2018, de um momento para o outro, sofreu uma perda auditiva súbita no ouvido esquerdo. Tinha acabado de chegar a casa depois de um dia a acompanhar o sogro no hospital quando simplesmente deixou de perceber qualquer som. “Ao início ainda pensei que tivesse o ouvido entupido. Mas não. Tinha é surda profunda de ambos os ouvidos há cerca de oito anos. Utilizava duas próteses convencionais e, apesar de viver com incapacidade
conseguiu recuperar um pouco a audição, embora não o suficiente para continuar a trabalhar. “Como não conseguia ouvir, tinha de ler os lábios. Tornava-se muito complicado. Tinha dias em que o ouvido estava muito cansado”, explica Fernanda. Ficou de baixa médica e deixou de falar ao telefone – passou a comunicar com os amigos e colegas através de mensagens escritas. Atendendo ao quadro clínico, a equipa de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Viseu concluiu que a única solução técnica viável seria o implante coclear, um dispositivo eletrónico “aplicado em situações de surdez severa e profunda nos pacientes em que a utilização das próteses convencionais já não tem qualquer eficácia”, explica Marques dos Santos.
mesmo deixado de ouvir”, recorda. “O meu marido tinha de me escrever tudo para se fazer entender. Entrei em pânico.” A surdez súbita (ou queda coclear) é uma patologia que se desenvolve num período de poucas horas, podendo frequentemente ser percebida apenas ao despertar. Normalmente atinge apenas um dos ouvidos. Deve ser tratada com a máxima urgência, uma vez que a possibilidade de recuperação da audição depende, em muitos casos, da rapidez com que o tratamento é iniciado. Fernanda Silva foi, por isso, observada logo no dia seguinte por Marques dos Santos, Diretor do Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial do Hospital CUF Viseu. Foram-lhe prescritos alguns medicamentos, graças aos quais
+vida _ novembro 2019 | 15
testemunhos |
HISTÓRIAS FELIZES | Fernanda Silva
Os primeiros passos da recuperação
Após os exames de avaliação da cóclea para confirmar se podia receber um implante auditivo, Fernanda Silva foi operada em julho de 2019. Tratou-se da primeira intervenção cirúrgica do género realizada no distrito de Viseu. Cerca de um mês depois, foi ligado o processador (o aparelho externo colocado por cima da pele) para que este passasse a transmitir os sons codificados ao componente interno (o recetor). Um momento que vai ficar para sempre marcado na vida de Fernanda como aquele em que voltou a “ouvir de novo”. A partir daqui será o recuperar de uma sensibilidade auditiva que pensou nunca mais reaver. Será igualmente o recuperar de uma vida plena de sons. Embora numa fase inicial ouça apenas “sons metálicos, tipo eco” no ouvido intervencionado, com a terapêutica pós-cirurgia Fernanda Silva irá recuperar gradualmente a audição, explica Marques dos Santos. Fernanda será observada regularmente pelo audiologista durante um ano. Será igualmente acompanhada por uma terapeuta da fala – diariamente numa primeira fase e bissemanalmente depois, até que a profissional conclua que já não é necessário. Nesta fase, a família e os amigos são especialmente importantes para a estimularem a realizar os exercícios da terapia da fala. Marques dos Santos mostra-se bastante otimista quanto à recuperação da qualidade de vida da paciente. “Em primeiro, porque é uma paciente pós-lingual [perdeu a audição depois do desenvolvimento da fala] e, depois, porque ainda tem restos auditivos no ouvido oposto”, sublinha. Alguns dias após a ativação do implante, Fernanda Silva ainda se encontra de baixa médica mas espera regressar rapidamente ao trabalho: “Estou a adaptar-me devagarinho ao implante mas acho que a minha vida vai melhorar bastante com o tempo.” A confiança foi recuperada. A CUF realizou o seu primeiro implante coclear em 1996, há mais de vinte anos.
Trata-se de um implante auditivo que converte o som ambiental em sinais elétricos e os transmite diretamente ao nervo auditivo através de elétrodos implantados cirurgicamente no interior da cóclea (também conhecida por caracol). O implante coclear é formado por um componente externo, usado atrás da orelha como se fosse uma prótese auditiva, e por um componente interno, colocado através de cirurgia por baixo da pele atrás da orelha.
O QUE É UM IMPLANTE COCLEAR?
12 MESES
CUF É REFERÊNCIA
Além do Hospital CUF Viseu, também o Hospital CUF Porto e o Hospital CUF Infante Santo são especializados na cirurgia de implantes cocleares. O Hospital CUF Infante Santo, em particular, em articulação com o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e o Centro Hospitalar Lisboa Central, foi reconhecido em 2017 pelo Ministério da Saúde como Centro de Referência Nacional nesta área. O primeiro implante coclear na CUF foi precisamente colocado nesta unidade, no já distante ano de 1996. Desde então já foram realizados cerca de 150 destes procedimentos cirúrgicos.
Esta é a idade mínima recomendada pelo Departamento de Saúde Americano (FDA, sigla em inglês) para a colocação do implante coclear. Contudo, há casos em que é necessário antecipar a cirurgia. O doente mais jovem intervencionado na CUF, nomeadamente no Hospital CUF Infante Santo, tinha apenas sete meses de idade.
16 | +vida _ novembro 2019
SÉRGIO AZENHA/4SEE
testemunhos |
OPINIÃO | Belén de Vicente
Um olhar à frente na educação em saúde
Belén de Vicente
Diretora na AHED – Advanced Health Education
O s profissionais de saúde queixam-se da falta de tempo para acompanhar os avanços tecnológicos nas suas especialidades, da inexistência de oferta estruturada em áreas que requerem atualização contínua de conhecimentos e de acesso limitado a profissionais mais seniores que dediquem tempo a ensinar e a partilhar as suas experiências. A necessidade de manter e adquirir novas competências diferenciadas não é pontual, acontece a todos e de forma
Abranger todos os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos, nutricionistas, farmacêuticos, gestores de saúde, etc. Oferecer uma abordagem maioritariamente prática, hands-on e inovadora, com conteúdos e formatos que sejam diferenciados e que, de uma forma geral, não se conseguem encontrar noutras instituições de ensino nacionais e internacionais. Obter a credenciação de instituições reputadas, quer a nível académico e científico, com atribuição de créditos e graus académicos, quer a nível de acreditação específica do setor da saúde pelas respetivas Ordens nacionais e internacionais. Utilizar tecnologia de ponta, nomeadamente modelos de simulação e recurso a cadáver humano, numa lógica integrada. Selecionar, para conceber e coordenar a oferta, profissionais de reconhecida competência nas suas áreas, independentemente da sua origem. Recentemente apresentada, a AHED – Advanced Health Education já tem disponível no seu site , em ahed.pt, toda a informação sobre os seus cursos, assim como o calendário para 2020, ano em que iniciará a sua atividade.
constante neste setor. Por estes motivos é que se utilizam os termos Lifelong Health Education ou Continuous Health Education . Quando perguntamos que tipo de competências são necessárias, a
“A necessidade de manter e adquirir novas competências diferenciadas acontece
esmagadora maioria dos profissionais consultados diz que as competências técnicas específicas são as que são mais úteis. Treinar destrezas, ensinar novas técnicas, ouvir quem sabe mais e praticar acompanhado para aprender. Também é referida a importância de saber trabalhar em equipas multidisciplinares, no âmbito dos cuidados integrados de saúde. Para dar resposta a estas necessidades, a Nova Medical School, a José de Mello Saúde / CUF, a Santa Casa da Misericórdia, a Associação Nacional de Farmácias e a Câmara Municipal de Cascais uniram-se para criarem uma Escola de Estudos Pós-Graduados em Saúde com base nos seguintes princípios: a todos e de forma constante no setor da saúde.”
+vida _ novembro 2019 | 17
foco
A visão é, dos cinco sentidos, aquele que mais utilizamos no dia a dia e o que mais importância tem para o nosso bem-estar. Conservar a saúde dos nossos olhos é, por isso, essencial. E é por este motivo que os cerca de 200 médicos oftalmologistas da CUF e as suas equipas trabalham todos os dias: para colocar a visão em primeiro plano.
A VISÃO EM PRIMEIRO PLANO
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SAÚDE OCULAR | A visão em primeiro plano
ANTÓNIO PEDROSA/4SEE
Fernando Vaz Coordenador de Oftalmologia no Instituto CUF Porto e no Hospital CUF Porto
É através dos olhos, as nossas “janelas para o mundo”, como é habitual chamá-los, que nos chega quase 80% da informação que recebemos do exterior. Não será, por isso, exagero se afirmarmos que a visão é um dos sentidos mais importantes para a nossa sobrevivência. Por este motivo, cuidar da nossa saúde ocular deve ser uma preocupação em todas as fases da vida. Esse cuidar passa não só por manter hábitos saudáveis, mas também por visitas regulares ao médico oftalmologista, principalmente se existirem antecedentes familiares de doenças oftálmicas ou outras patologias. As crianças em idade pré-escolar devem fazem rastreios de saúde visual para despistar eventuais doenças em fases precoces. “Uma criança que vê mal não se vai queixar aos pais que vê mal se sempre viu assim. Se vê mal dos dois olhos, os pais provavelmente apercebem-se. Se só vê mal de um olho, não se vai queixar, nem os pais se apercebem”, diz Fernando Vaz, Coordenador de Oftalmologia
no Instituto CUF Porto e no Hospital CUF Porto. Disto resulta que, infelizmente, caso não existam fatores de risco, “a criança pode estar anos sem ser vista” por um médico oftalmologista. Mais tarde, na fase adulta, especialmente a partir dos 40 anos, as pessoas voltam a estar mais atentas, ou pelo menos deveriam “porque há outro tipo de patologias, nomeadamente o glaucoma, que podem aparecer”, explica Fernando Vaz. “Convém, por isso, ter consultas com alguma periodicidade.” As patologias associadas à idade (como o glaucoma, a retinopatia diabética e a degenerescência macular da idade) são aquelas que mais atenção requerem atualmente dos especialistas de saúde ocular. “As pessoas duram mais tempo, logo a prevalência das doenças também aumenta”, refere Eduardo Fernandes, Coordenador de Oftalmologia no Hospital CUF Infante Santo, em Lisboa. “Há quatro anos tinha dois doentes com mais de 70 anos. Hoje, tenho 15.” Ainda de acordo com Eduardo Fernandes, “o olho é um órgão diferente de todos os outros
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órgãos”. Mas, embora seja mais resistente do que se possa imaginar, vai perdendo elasticidade ao longo do tempo. Esse é um problema que, na maior parte das vezes, “não é ultrapassável”. “O doente considera que, colocando lentes, o problema está resolvido. Mas há lesões no olho, da própria
A diabetes pode ainda ser responsável pelo aparecimento de cataratas oculares. Estima-se que, em Portugal, esta doença atinge cerca de 170 mil pessoas, a maioria das quais com mais de 60 anos. Fernando Vaz lembra que, muitas vezes, os primeiros sintomas da diabetes manifestam-se nos olhos. Aconselha, por isso, a realização de uma retinografia anual. Metade da população portuguesa tinha, em 2017, uma deficiência
estrutura, que não são tratáveis”, refere. Controlar os fatores de risco
É importante ter em conta o impacto que algumas doenças, como a diabetes, têm na saúde ocular. Mais de um milhão de portugueses são diabéticos e cerca de dois milhões são pré-diabéticos. Os estudos indicam que 13,3% da população do nosso país entre os 20 e os 79 anos tem diabetes diagnosticada, enquanto 44% desconhece ser portadora da doença. Uma das principais complicações provocadas pela diabetes é precisamente ao nível da retina, a parte do olho responsável pela formação das imagens. A retinopatia diabética pode provocar perda de visão ou mesmo cegueira, o que faz da diabetes a principal causa mundial da cegueira evitável. Dados publicados em 2015 pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia indicam que pelo menos 25 mil pessoas têm perda de visão e que 23 mil estão cegas por causa da diabetes. A doença atinge tanto doentes com diabetes de tipo 1 como de tipo 2, embora se manifeste mais cedo nos primeiros. Pode também surgir e progredir de forma muito rápida nas mulheres grávidas que desenvolvam diabetes gestacional.
visual, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Oitenta por cento
destes casos seriam evitáveis ou tratáveis através do recurso a lentes, óculos ou cirurgia.
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SAÚDE OCULAR | A visão em primeiro plano
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Muitas das doenças associadas aos problemas de visão apresentam sinais numa fase de desenvolvimento já avançada – ou são mesmo assintomáticas. É o que acontece com a retinopatia diabética, mas também com o glaucoma, sobretudo na sua forma crónica. Esta patologia atinge o nervo ótico, perturbando progressivamente a qualidade da visão, e pode causar cegueira. Segundo o Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, calcula-se que 200 mil portugueses sofrem desta doença, que é a principal causa mundial de cegueira não reversível. Uma vez que a visão não pode ser recuperada – não há cura –, o diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para travar o avanço da doença. Para evitar quaisquer uma das doenças referidas é primordial controlar os fatores de risco, como os índices de glicemia, o colesterol ou a tensão arterial. Também é recomendável a consulta regular de um médico oftalmologista, sobretudo se há antecedentes familiares. O descolamento da retina é outro problema que deve merecer a maior atenção, pois pode conduzir à perda de visão. Ocorre quando se verifica a separação de uma das dez camadas de que é formada a retina, explica José Pita Negrão, Coordenador de Oftalmologia no Hospital CUF Descobertas. “As células que comandam a visão não têm capacidade de serem alimentadas e morrem. O doente deixa de ver na parte toda que descolou”, acrescenta. Esta doença pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre os 40 e os 70 anos, em pessoas com alta miopia que tenham sido sujeitas a cirurgia ou que já tenham realizado uma cirurgia intraocular. Ter um traumatismo ocular ou história familiar de deslocamento de retina são, também, fatores de risco para vir a ter a doença.
José Pita Negrão Coordenador de Oftalmologia no Hospital CUF Descobertas
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Proteja os seus olhos Atualmente, o principal motivo das consultas na área da oftalmologia é a secura ocular. “As pessoas chegam-nos com queixas de ardor, comichão, sensação de secura, outras com lacrimejo”, diz José Pita Negrão. Na origem estão, sobretudo, os ares condicionados, que secam o ambiente, e as luzes azuis emitidas pelos ecrãs digitais, que ferem os olhos. De modo a reduzir as consequências negativas do uso excessivo dos dispositivos eletrónicos ( smartphones , tablets , televisores, computadores) devem ser adotados alguns hábitos saudáveis, como regular a iluminação e o brilho do ecrã, manter uma distância de visualização adequada, aumentar o tamanho da letra sempre que possível e colocar o ecrã à altura do rosto. José Pita Negrão aconselha ainda a “fazer pausas regulares, pestanejar muito e não ter luz direta sobre o ecrã”, sobretudo para evitar a síndrome do olho seco. Fernando Vaz refere que há também cada vez mais casos de miopia – e em idades muito jovens. “Isso decorre com frequência de usarmos a visão de perto. Quando estamos a usar muito a visão de perto, o olho adapta-se às circunstâncias e desenvolve a miopia”, explica o médico. A miopia é mesmo o erro refrativo mais comum. “O impacto desse erro refrativo é que as pessoas veem mal ao longe. Pelo contrário, ao perto até veem bem demais”, acrescenta Fernando Vaz. Aposta na inovação
corpo clínico especializado nas diversas áreas da oftalmologia, com cerca de 200 médicos em todo o país, bem como nos mais modernos equipamentos e tecnologias disponíveis no mercado. A conjugação destes fatores torna os diagnósticos e os tratamentos muito mais rápidos. Em muitas situações, como nos casos de descolamento da retina, o doente tem alta no próprio dia da cirurgia, assegura o Coordenador de Oftalmologia no Hospital CUF Descobertas. Tanto José Pita Negrão como Fernando Vaz sublinham a importância de cada profissional ter um conhecimento aprofundado sobre determinadas doenças oculares e não se limitar a ser apenas um “bom clínico geral do olho”. “Temos várias subespecialidades e muito bem definidas. Um oftalmologista, para ser verdadeiramente competente, não consegue ser bom a tudo”, diz o Coordenador de Oftalmologia no Instituto CUF Porto e no Hospital CUF Porto, para quem um dos “segredos” do sucesso desta unidade é o facto de os doentes serem encaminhados para os melhores especialistas em cada uma das patologias oftálmicas. Também ao nível dos tratamentos disponibilizados pela rede CUF, há uma atualização constante para ir ao encontro das necessidades dos doentes. Até porque, como refere Eduardo Fernandes, “a oftalmologia é uma especialidade muito tecnológica” e a tecnologia “traz mais segurança, mais eficácia, mais conforto e melhores resultados”.
Atenta aos novos desafios que se colocam diariamente, a CUF aposta cada vez mais num
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SAÚDE OCULAR | A visão em primeiro plano
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A CUF tem uma vasta oferta de equipamentos disponíveis para o diagnóstico e tratamento de problemas oftálmicos, entre os quais o LASIK e o Femtosegundo. a córnea, tornando-a mais fina e aumentando a sua potência”, explica Fernando Vaz. Nos casos em que é necessária a colocação de uma lente intraocular, a intervenção humana é reduzida ao mínimo. “Hoje dispomos de tecnologia que nos indica, durante a cirurgia, a exata posição em que uma lente intraocular, com correção de astigmatismo, deve ficar”, exemplifica. Eduardo Fernandes, Coordenador da Unidade de Oftalmologia do Hospital CUF Infante Santo, que recentemente adquiriu o mais recente equipamento LASIK, lembra que, antigamente, nas cirurgias da miopia e do astigmatismo, os cortes eram feitos com lâmina. Atualmente é com laser . A cirurgia é rápida (entre 5 a 10 minutos), realizada com anestesia local, não provoca dor e a alta médica é dada cerca de meia hora depois. No dia seguinte, o doente já pode retomar as suas atividades diárias. Para os casos em que o LASIK está contraindicado devido à espessura fina da córnea (altas miopias, por exemplo) existem técnicas alternativas e igualmente seguras. Recentemente, o Hospital CUF Infante Santo adquiriu uma nova tecnologia que vem melhorar os resultados atuais, alargar os critérios de cirurgias elegíveis e abrir novos horizontes. Esta energia, que não danifica os tecidos vizinhos da área que está a ser intervencionada, é utilizada no tratamento de problemas da córnea e na correção de erros refrativos como a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia. Na maioria dos casos, quer no caso do LASIK, quer no Femtosegundo, o doente deixa de utilizar lentes (em óculos ou de contacto). No caso da cirurgia de catarata, o laser Femtosegundo também já é aplicado nas fases que antes eram realizadas manualmente pelo médico. Agora, estes procedimentos “são mais seguros”, garante o Coordenador da Unidade de Oftalmologia no Hospital CUF Infante Santo. De tal modo que, uma semana depois da cirurgia, o médico já está a prescrever os óculos. “Há cinco anos, isso só acontecia um mês depois”, sublinha Eduardo Fernandes.
Eduardo Fernandes Coordenador de Oftalmologia no Hospital CUF Infante Santo
Tecnologia com os olhos no futuro
Fernando Vaz destaca a vasta oferta de equipamentos disponíveis para o diagnóstico e o tratamento do olho seco, uma das queixas mais frequentes nos dias de hoje, como aqueles que utiliza no Instituto CUF Porto e no Hospital CUF Porto. Ou os aparelhos que permitem “ter imagens quase das células da retina”, importantíssimos para os casos de retinopatia diabética ou de degenerescência macular da idade. Ao nível da cirurgia para correção de erros refrativos, os médicos salientam o papel do LASIK. Este laser excimer permite, por exemplo, “polir
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