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Este é o primeiro estudo em Portugal que prova que aquilo que os académicos dizem na teoria também se verifica na prática, como refere Jorge Polónia. De acordo com o médico do Hospital CUF Porto, Cocoordenador do estudo, se for mantida ao longo do tempo, a redução do consumo de sal (substância agressora), em conjunto com o aumento da ingestão de potássio (elemento protetor, presente em alimentos como as hortofrutícolas, o tomate ou o abacate), podem corresponder a uma redução significativa na ocorrência de eventos cardíacos e cerebrais. O investigador destaca ainda a redução verificada em 9 milímetros de mercúrio nos níveis de pressão arterial no grupo de voluntários de risco como um dos principais indícios dos benefícios da redução do consumo de sal, um resultado que “às vezes não se verifica com a toma de medicamentos” e que “não é frequente encontrar em estudos deste género”. Jorge Polónia adverte, contudo, para a necessidade de os doentes hipertensos continuarem a tomar medicação. “Esses doentes vão ter um reforço do efeito, mas quem está a fazer terapêutica farmacológica nunca deve abandoná-la”, explica. Apesar dos resultados verificados, o especialista em Medicina Interna e Hipertensão Arterial ressalva que o estudo revela erros profundos ao nível do consumo exagerado de sal, aumento dos índices de obesidade e insuficiente ingestão de potássio. “Ainda estamos muito aquém das recomendações da Organização Mundial da Saúde.” As melhorias são, ainda assim, bastante significativas: “Muitos dos voluntários assumiram que a sua vida mudou claramente.” A prova dos números Jorge Polónia, Cocoordenador do estudo ReEducar – Reeducação para Uma Alimentação Saudável, salienta os “resultados fantásticos” com “benefícios extraordinários” obtidos ao longo de 12 semanas de intervenção.

Efeitos na pressão arterial

Jorge Polónia Médico especialista em Medicina Interna e Hipertensão Arterial no Hospital CUF Porto

-2,1 mmHg Redução média dos níveis de milímetros de mercúrio

“Baixar 2 mmHg de pressão arterial pode corresponder a uma redução de 10% de mortalidade por acidente vascular cerebral”, explica Jorge Polónia.

Verificou-se uma redução...

No consumo diário de sal em 0,6 gramas nos participantes que registavam um maior consumo da substância

-9 mmHg / -5 mmHg Decréscimo da pressão máxima e mínima registado no grupo de voluntários com pressão arterial mais elevada “A redução do consumo de sal pode retardar ou até evitar o início da terapêutica farmacológica em pessoas com pressão arterial no limite da normalidade”, de acordo com Jorge Polónia.

Na pressão arterial, principalmente no grupo de voluntários de risco

No peso de alguns dos participantes

No perímetro abdominal, nomeadamente em mulheres obesas

Registou-se um aumento...

Saiba mais em www.menossalportugal.pt

No consumo de potássio

Na adesão ao padrão alimentar mediterrânico

+vida _ novembro 2019 | 53

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