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SAÚDE OCULAR | A visão em primeiro plano

HISTÓRIAS CUF

“Comecei a ver tudo cinzento e entrei em pânico”

RAQUEL WISE/4SEE

CUF Descobertas, que o observou no próprio dia e o acompanha desde então. Nuno Faleiro foi submetido a uma cirurgia por vitrectomia dada a gravidade da situação. Esteve 24 horas em observação e saiu no dia seguinte – em casos mais simples de descolamento da retina o doente pode ser tratado com laser em ambulatório e regressar no mesmo dia a casa. 90% de visão recuperada No pós-cirurgia o consultor teve de seguir um conjunto de cuidados, sobretudo relacionados com o movimento da cabeça. Tinha de dormir de lado e com a cabeça mais elevada por causa do gás injetado no olho, exemplifica o médico. Ler, ver televisão, consultar o telemóvel ou estar ao computador foram atividades muito condicionadas nos primeiros tempos. Durante duas semanas andou com um penso no olho intervencionado. “Quando tirei o penso foi um pouco estranho. As distâncias não eram as mesmas, subir escadas era estranho, as imagens estavam distorcidas”, explica Nuno Faleiro. Não obstante, começou, aos poucos, a recuperar a visão – embora possa ter de vir a usar óculos. Um mês depois de ter sido intervencionado, este consultor já tinha retomado a normalidade da sua vida pessoal e profissional. “Voltar ao trabalho cerca de um mês depois de ter sido operado, para mim foi uma excelente notícia”, diz. Dois meses depois, Nuno Faleiro já tinha recuperado 90% da visão. “Apesar de ainda sentir algum cansaço, sobretudo ao final do dia, também devido ao meu tipo de trabalho, estou muito satisfeito com os resultados”, acrescenta, dizendo acreditar na recuperação total. “Sou otimista por natureza”, afiança.

Nuno Faleiro, 47 anos, encontrava-se numa reunião de trabalho com clientes, em Oeiras, quando, de um momento para o outro, perdeu totalmente a visão do olho esquerdo. De acordo com o próprio, começou a ver “tudo cinzento” e entrou “em pânico”. Um mês antes deste episódio, que ocorreu a 16 de agosto, teve a impressão de sentir algo dentro do mesmo olho. “Esfreguei e tive a sensação de ter saído uma pedrinha. Fiquei aliviado e a vista continuou normal”, recorda o consultor. Desvalorizou, por isso, o assunto e afastou a situação da memória. Até à manhã em que deixou de ver do olho esquerdo. Transportado ao hospital, foi observado pela equipa de Oftalmologia e rapidamente soube o diagnóstico: descolamento da retina. Trata-se de uma patologia ocular grave que, se não for tratada num período de 24 a 72 horas, pode resultar em danos permanentes na visão. Nuno Faleiro já tinha ouvido falar na doença, até porque uma amiga tinha sofrido o mesmo problema pouco tempo antes, mas sabia pouco sobre causas e consequências. No seu caso, o olho afetado apresentava “um rasgão maior e dois mais pequenos, e já tinha a mácula, que é a região mais nobre do olho, comprometida”, explica José Pita Negrão, Coordenador de Oftalmologia no Hospital Durante uma reunião de trabalho, Nuno Faleiro perdeu totalmente a visão no olho esquerdo devido a um descolamento da retina. Dois meses depois de ter sido operado no Hospital CUF Descobertas, já tinha recuperado 90% da visão.

O que é o descolamento da retina?

É uma doença ocular grave que ocorre quando a retina, um tecido fino e frágil situado na parte posterior do globo ocular, se separa dos tecidos adjacentes do olho. Embora possa surgir em qualquer idade, é mais comum na faixa etária entre os 40 e os 70 anos. O descolamento (ou deslocamento) da retina que tem cura é sempre tratado através de cirurgia. As técnicas atuais permitem uma recuperação funcional do olho afetado em cerca de 90% dos casos. Os sintomas mais comuns são a perceção de pontos flutuantes no campo visual, o aparecimento súbito de flashes luminosos e a diminuição ou perda da visão. Em qualquer dos casos, deve rapidamente consultar-se um médico oftalmologista.

26 | +vida _ novembro 2019

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