Revista + Vida 24 | A visão em primeiro plano

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SAÚDE OCULAR | A visão em primeiro plano

RAQUEL WISE/4SEE

Muitas das doenças associadas aos problemas de visão apresentam sinais numa fase de desenvolvimento já avançada – ou são mesmo assintomáticas. É o que acontece com a retinopatia diabética, mas também com o glaucoma, sobretudo na sua forma crónica. Esta patologia atinge o nervo ótico, perturbando progressivamente a qualidade da visão, e pode causar cegueira. Segundo o Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, calcula-se que 200 mil portugueses sofrem desta doença, que é a principal causa mundial de cegueira não reversível. Uma vez que a visão não pode ser recuperada – não há cura –, o diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para travar o avanço da doença. Para evitar quaisquer uma das doenças referidas é primordial controlar os fatores de risco, como os índices de glicemia, o colesterol ou a tensão arterial. Também é recomendável a consulta regular de um médico oftalmologista, sobretudo se há antecedentes familiares. O descolamento da retina é outro problema que deve merecer a maior atenção, pois pode conduzir à perda de visão. Ocorre quando se verifica a separação de uma das dez camadas de que é formada a retina, explica José Pita Negrão, Coordenador de Oftalmologia no Hospital CUF Descobertas. “As células que comandam a visão não têm capacidade de serem alimentadas e morrem. O doente deixa de ver na parte toda que descolou”, acrescenta. Esta doença pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre os 40 e os 70 anos, em pessoas com alta miopia que tenham sido sujeitas a cirurgia ou que já tenham realizado uma cirurgia intraocular. Ter um traumatismo ocular ou história familiar de deslocamento de retina são, também, fatores de risco para vir a ter a doença.

José Pita Negrão Coordenador de Oftalmologia no Hospital CUF Descobertas

22 | +vida _ novembro 2019

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