Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

A adoção de comportamentos preventivos e um acompanhamento médico regular são a aposta da CUF para a redução dos riscos de saúde mais associados aos homens.

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A adoção de comportamentos preventivos e um acompanhamento médico regular são a aposta da CUF para a redução dos riscos de saúde mais associados aos homens. Saúde no masculino

Check-ups desportivos Saiba como o novo serviço da CUF pode despistar eventuais problemas de saúde e contribuir para um melhor desempenho

LASIK Conheça o procedimento cirúrgico que corrige problemas como miopia, astigmatismo ou hipermetropia

Cirurgia Robótica Descubra em que consiste, quais os resultados e em que áreas é mais utilizada

editorial

A prevenção na saúde do homem

Cuidar da saúde é, por norma, uma gestão no feminino. Vários estudos indicam-nos que são as mulheres quem mais procuram, numa base regular, para os seus familiares e para si, cuidados de saúde. Assim, torna-se relevante dedicar esta edição da revista + Vida à saúde do homem, que por norma tende a procurar ajuda médica apenas em situações agudas, de forma a consciencializar a população masculina para a prevenção e para o diagnóstico precoce. Assumir a gestão da nossa saúde é o primeiro passo para contribuir para uma melhoria da qualidade de vida. Estar atento aos sinais e sintomas precoces, pode ajudar, não só a detectar, mas também, a prevenir doenças, antes que estas se tornem mais graves. A população masculina é atualmente a mais afetada por doenças cardiovasculares, sendo também muito frequentes as patologias oncológicas, como o cancro colorretal ou da próstata. Situações em que o acompanhamento médico regular pode, não só diagnosticar patologias em fase inicial, como determinar o sucesso de um tratamento médico. Na rede CUF, preconizamos a prevenção e o acompanhamento contínuo como instrumentos determinantes na promoção da saúde e bem-estar. Um compromisso assente nos 77 anos de experiência da CUF, que nos revela que uma atitude preventiva pode fazer a diferença. Convém salientar, que ser saudável é muito mais do que não ter uma doença. É estar atento, adotar hábitos saudáveis e assegurar esta vigilância médica, realizada de uma forma multidisciplinar, por um corpo clínico experiente e diferenciado. Na CUF, as equipas de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Interna, organizadas em Unidades da Família, disponibilizam um acompanhamento, próximo e transversal, que integra as restantes especialidades médicas da rede. Uma resposta ágil e abrangente, ao longo de todo o contínuo de cuidados. Nesta edição da revista +Vida , em que reiteramos o nosso compromisso no desenvolvimento da literacia em saúde, disponibilizamos conteúdos que incluem conselhos e alertas dos nossos médicos e histórias de quem nos confia a sua saúde. Desde já agradeço a todos, a partilha e o contributo, desejando que os seus exemplos possam motivar, quem nos lê, a estar mais alerta para a prevenção da doença e, fundamentalmente, para a promoção da saúde.

Rui Diniz Presidente da Comissão Executiva da CUF

Votos de boas leituras.

5 Todas as notícias na área da saúde e ainda as novidades da CUF. notícias testemunhos

foco 22 Especial

Saúde no masculino Algumas das doenças mais comuns nos homens podem ser contrariadas através de comportamentos preventivos e de um acompanhamento médico regular. Saiba como.

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Perfil Luísa Sobral

saúde 38 Seja amador, federado ou de alta performance , qualquer atleta pode beneficiar do novo serviço de check-ups desportivos da CUF. 42 Saiba que medidas deve adotar e qual é o papel da família na prevenção de quedas e no acompanhamento do idoso. Seniores Prevenir quedas em casa Desporto Como praticar desporto em segurança

A cantora e compositora revela porque optou pela CUF para a acompanhar no nascimento dos seus quatro filhos.

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Histórias Felizes João Alves

Condicionado desde bebé por uma alergia a proteínas

do leite de vaca, é aos 28 anos que, ao realizar vários exames na CUF, descobre que superou a doença.

conhecimento 54 Aprenda a proteger os seus ouvidos e conheça as soluções de reabilitação disponíveis. 56 Saiba o que esperar desta consulta essencial para a saúde feminina. 57 Esclareça as suas dúvidas sobre dor e saiba de que forma pode ser tratada. Conselhos e Dicas Perda de audição Descomplicador Primeira consulta de Ginecologia Verdades e Mitos Dor

Carreira Conceição Telhado

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Maternidade Amamentação: o que deve saber?

Nesta edição da +Vida destacamos o percurso de Conceição Telhado, uma profissional de saúde que conta com quase 50 anos de carreira.

Descubra quais as vantagens da amamentação e como ultrapassar asdificuldades. 46 A que sinais de alerta devem Infantil Como cuidar da visão das crianças

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Reportagem 500 MILES

Conheça um projeto que, com a participação da CUF, procura ajudar instituições do setor social a adquirirem novas competências na área da gestão.

os pais e educadores estar atentos? Uma dúvida que importa clarificar para que

a procura de avaliação médica seja atempada. 48 Conheça a mais alta Família LASIK

A CUF é líder na prestação de cuidados de saúde no setor privado em Portugal, desenvolvendo a sua atividade através de 24 hospitais e clínicas em Portugal. Conselho Editorial: Direção de Comunicação da CUF Edição: Adagietto • R. Centro Cultural, 6A, 1700-107 Lisboa Coordenação: Francisco Jacobetty, Tiago Matos Redação: Andreia Gonçalves, Andreia Vieira, Carolina Morais, Cláudia Brito Marques, Inês Pereira, Fátima Mariano, Patrícia Gaspar e Silva, Rita Vassal, Susana Torrão Paginação: Joana Mota, Tetyana Golodynska Fotografia: António Azevedo, António Pedrosa, Carlos Teles, Diana Tinoco, José Fernandes, Luís Sousa, Miguel Proença, Ricardo Castelo (4SEE) e CUF • Imagens: iStock Propriedade: CUF • Av. do Forte, Edifício Suécia, III - 2.º 2790-073 Carnaxide Impressão e acabamento: Lidergraf

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CUF Kids Dentes de leite

Explique aos mais novos as diferenças entre dentes temporários e permanentes.

tecnologia para correção de Miopia, Astigmatismo e Hipermetropia.

52 Descubra em que consiste, quais as principais vantagens Inovação Cirurgia robótica

e em que áreas é utilizada a cirurgia robótica na CUF.

Tiragem: 3.000 exemplares Depósito legal: 308443/10 Publicação: Abril de 2023 Distribuição gratuita

notícias

CUF ABRIU CLÍNICA EM LEIRIA A CLÍNICA CUF LEIRA INICIOU ATIVIDADE GARANTINDO, À POPULAÇÃO DE LEIRIA E CONCELHOS VIZINHOS, CUIDADOS DE SAÚDE DE EXCELÊNCIA, ALIADOS A ELEVADOS NÍVEIS DE CONFORTO E QUALIDADE.

Com um corpo clínico diferenciado, equipamentos técnicos modernos e instalações que asseguram todas as condições de segurança e conforto, a mais recente unidade da rede CUF garante uma oferta alargada de cuidados de saúde para toda a família. Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia, Oftalmologia e Cardiologia são algumas das mais de 20 especialidades médicas e cirúrgicas disponíveis. A clínica disponibiliza ainda cuidados de enfermagem, análises clínicas e outros exames complementares de diagnóstico, como raio-x, ecografia, mamografia e, a partir de maio, Ressonância Magnética. Esta é a primeira fase do projeto que ficará concluído com a abertura do Hospital CUF Leiria. Representando um investimento de 50 milhoes de euros, o futuro hospital, a construir em parceria com a Mekkin - um grupo multinacional sediado em Leiria - ira disponibilizar, a uma area de influê ncia de mais de meio milhao de habitantes da regiao Centro, cuidados de saude diferenciados, onde se incluem diversas valê ncias como Internamento, Bloco Operatorio e Hospital de Dia Medico e Oncologico, sendo uma unidade hospitalar capaz de responder ate aos casos mais complexos.

SOBRE A CLÍNICA CUF LEIRIA • Mais de 8 milhões de investimento • Mais de 100 colaboradores • Mais de 1.300 m 2 • Mais de 20 especialidades médico-cirúrgicas • 25 gabinetes de consultas, exames ou tratamento • Imagiologia • Análises Clínicas • Acordos com os principais seguros de saúde

Dias úteis das 8h às 21h e sábado das 9h às 12h

+vida | 5

notícias

BOLSAS DE DOUTORAMENTO EM MEDICINA CUF

Reforçando o investimento e continua aposta no progresso da Medicina e da Ci ncia no País, a CUF atribuiu cinco Bolsas de Doutoramento em Medicina no valor de 100 mil euros a colaboradores. Os projetos vencedores estão associados às áreas de Neurologia, Medicina Intensiva, Anatomia Patologica, Ortopedia e Pediatria.

REDE CUF CHEGA AOS AÇORES

No contexto da iniciativa europeia Reskilling 4 Employment, que visa requalificar 25 mil portugueses desempregados até 2025, a CUF aderiu ao Programa Nacional de Requalificação PRO_MOV. Contribuindo para a integração de formação em áreas de atividades ligadas à saúde, a CUF lidera o laboratório do setor da saúde, já tendo concebido, em parceria com o IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, as Resid ncias José de Mello e a CUF Academic Center, dois programas de formação: um curso para Auxiliar de Ação Médica - cuja primeira edição está a decorrer- e um curso para Cuidador Geriátrico - em fase de candidaturas. CUF INTEGRA PROGRAMA NACIONAL DE REQUALIFICAÇÃO PRO_MOV

A CUF deu um passo significativo na expansão e consolidação da sua rede nacional de cuidados de saúde, com a aquisição do Hospital Internacional dos Açores (HIA), localizado no município de Lagoa, em São Miguel. A CUF coloca, deste modo, ao serviço da população dos Açores a experi ncia de mais de 77 anos na prestação de cuidados de saúde. A rede CUF, composta por 24 hospitais e clínicas, localizados em Portugal Continental e, agora, na Região Autónoma dos Açores, fortalece, com esta aquisição, a sua proximidade às populações, e, simultaneamente, reforça a oferta de cuidados diferenciados e de qualidade na região, colocando-se ao serviço de cada vez mais portugueses.

6 | +vida

“Receitas e Conselhos de Saude para Doentes Oncologicos” é o livro lançado pela CUF e pelo Pingo Doce, com o intuito de ajudar os doentes oncológicos, as suas famílias e os seus cuidadores na gestao, atraves da alimentaç o, dos principais sintomas associados as diferentes etapas do cancro e respetivos tratamentos. CUF E PINGO DOCE LANÇAM LIVRO PARA DOENTES ONCOLÓGICOS

O livro, que surge no âmbito do programa “A Saúde Alimenta-se", está disponivel, gratuitamente, através deste Código QR.

A CUF e a NOVA Medical School reforçaram o compromisso assumido para o desenvolvimento de atividades de formação médica e de investigação clínica com uma cerimónia alusiva à “Parceria Académica CUF | NOVA Medical School”. Neste evento foi assinado o Protocolo de Gestão do Centro de Simulação NOVA- CUF e descerrada a placa do Centro de Simulação, assim como as placas dos diferentes Centros Clínicos Universitários e Núcleos Académicos Clínicos, criados no Hospital CUF Tejo: • Centro Clínico Universitário de Gastrenterologia • Centro Clínico Universitário de Medicina e Estilos de Vida • Centro Clínico Universitário de Otorrinolaringologia • Núcleo Académico Clínico de Neurocirurgia • Núcleo Académico-Clínico de Otorrinolaringologia e Patologia Cérvico-Facial PARCERIA CUF E NOVA MEDICAL SCHOOL

+vida | 7

notícias

CIRURGIAS NO HOSPITAL CUF VISEU COM REALIDADE AUMENTADA O Hospital CUF Viseu tem vindo a utilizar óculos com realidade aumentada, que permitem cirurgias de coluna mais precisas. Associados a uma tecnologia de ponta já existente, a neuronavegação - uma espécie de GPS que permite guiar os procedimentos cirúrgicos por imagem computorizada -, estes óculos permitem mostrar informações virtuais, em simultâneo com as imagens reais, sem a necessidade de um monitor externo. A aposta em novas tecnologias, permite ao Hospital CUF Viseu garantir uma resposta ainda mais diferenciada às necessidades dos doentes e aumentar o acesso da população da região a tecnologias de vanguarda.

PROCEDIMENTO CARDÍACO INOVADOR

Já está disponível no Hospital CUF Tejo uma nova técnica de implantação de pacemaker - o pacing cardíaco fisiológico, que, a longo prazo, tem maior capacidade de preservar a função contrátil do coração do doente. Este procedimento permite a estimulação na zona onde se encontra o sistema de condução intrínseco do coração, transmitindo o impulso elétrico através desse sistema fisiológico e permitindo assim a contração cardíaca sincronizada, ao invés de estimular diretamente o músculo cardíaco como acontece na técnica convencional. Desta forma, esta é uma alternativa com maior benefício a longo-prazo para a correção de alterações resultantes de perturbações elétricas do coração, como bloqueios da condução intracardíaca e insufici ncia cardíaca.

AMPLIAÇÃO DO CONTACT CENTER EM VISEU • Foi inaugurada a expansão das instalações do Contact Center CUF, na incubadora de base científica e tecnológica Vissaium XXI. • Esta ampliação, resultado de uma parceria entre a CUF e a Câmara Municipal de Viseu, contempla uma área adicional de 180m 2 , permitindo o reforço da capacidade de resposta do Contact Center, que conta atualmente com cerca de 230 colaboradores.

8 | +vida

CUF ALARGA RESPOSTA DA UNIDADE DE HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIÁRIA

Depois de ter, em 2020, implementado em Lisboa, pela primeira vez no setor privado em Portugal, um novo serviço de Hospitalização Domiciliária, agora, a

Numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e do Presidente da Comissão Executiva da CUF, Rui Diniz, foi inaugurada a Clínica CUF Montijo - uma das mais recentes clínicas que veio reforçar a presença da rede CUF no território nacional, alargando a oferta e diferenciação dos cuidados de saúde no distrito de Setúbal. Com mais de 30 gabinetes, a Clínica CUF Montijo disponibiliza consultas de várias especialidades médicas e cirúrgicas, cuidados de enfermagem e meios complementares de diagnóstico. INAUGURAÇÃO DA CLÍNICA CUF MONTIJO

CUF, alarga a oferta ao Grande Porto e aos concelhos de Almada e Seixal. Possibilitando o internamento no conforto de casa do doente, com prestação de cuidados, rigor e segurança clínica id nticos ao internamento convencional, este serviço diferencia-se por estar integrado com os hospitais CUF, de norte a sul do país, e por contar com uma equipa de profissionais de saúde dedicada, com vasta experi ncia e compet ncias diferenciadas.

CLÍNICA CUF MEDICINA DENTÁRIA ABRE EM SANTARÉM

Abriu em Santarém uma nova clínica da rede CUF dedicada exclusivamente à Medicina Dentária. Com uma equipa de profissionais altamente diferenciada para a prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da cavidade oral, a Clínica CUF Medicina Dentária Santarém disponibiliza tratamentos multidisciplinares integrados, de acordo com as necessidades dos clientes. Sempre que os planos de tratamento assim o exigem, é assegurada uma estreita articulação com as diferentes áreas de cuidados e equipas do Hospital CUF Santarém.

+vida | 9

testemunhos

PERFIL

“Foi sempre maravilhosa a maneira como me trataram” Luísa Sobral

10 | +vida

Em entrevista à +Vida , a cantora e compositora Luísa Sobral explica o que a levou a procurar a CUF para o nascimento dos seus quatro filhos. A Luísa é mãe de quatro filhos e escolheu a CUF para o nascimento de todos eles. O que a levou a decidir-se pela CUF? A ginecologista que me acompanhava quando engravidei era da CUF. Depois o parto acabou por ser com outra médica, a Dra. Eugénia Chaveiro. Gostei muito dela. Desde então passou a acompanhar-me. No geral, como avalia o acompanhamento das suas gravidezes na CUF? Fui sempre muito bem recebida. As enfermeiras são muito queridas comigo e adoro a Dra. Margarida Castro, a médica que fez as ecografias dos meus quatro filhos. Sei que ela passa o dia inteiro a fazer estes exames, mas, mesmo assim, quando entramos no gabinete, transmite-nos sempre a ideia de que o nosso filho é o ser mais especial do mundo. Nasceu para fazer aquilo. É uma pessoa espetacular. Quais são, na sua opinião, as qualidades essenciais para um especialista em ginecologia-obstetrícia? Num obstetra a parte humana é essencial, porque faz parte de uma fase muito importante da nossa vida. Quando corre tudo bem, como comigo, é importante; e quando não corre tão bem é ainda mais importante que seja humano, sensível e disponível – além, obviamente, de bom profissional. Capaz de garantir que está tudo bem com o nosso filho e connosco. Encontrei tudo isso na Dra. Eugénia. Recordando as suas experiências com todos os profissionais que a acompanharam na maternidade do Hospital CUF Descobertas, pode partilhar algum momento que lhe tenha ficado na memória? Foi sempre maravilhosa a maneira como me trataram a mim e aos bebés no pós-parto. E sei que não foi assim só por ser

cantora; sei que são assim com todas as pessoas. Fizeram-me sentir muito acompanhada, esclareceram-me todas as minhas dúvidas e, ao mesmo tempo, também me deram espaço quando percebiam que era isso que eu precisava. Senti-me sempre muito querida por toda a equipa, quer antes, quer após os partos, no Hospital CUF Descobertas e também na Clínica CUF Alvalade, onde fiz o seguimento da minha última gravidez. De cada vez que saí da CUF, depois de ter um dos meus filhos, disse “até à próxima” – exceto desta última vez, porque quero parar por aqui [risos]. Na dedicatória de Quando a Porta Fica Aberta , o livro infantil que escreveu e que Camila Beirão ilustrou, surgem as frases: “Para os nossos filhos Zé, Rosa, Olívia, Camila e Salvador. Que nunca tenham medo do desconhecido.” Também para as mães que estão agora a começar a jornada da maternidade podem existir receios. Que conselho lhes daria? Um conselho que até me lembro de dar à minha cunhada, para quando se está no hospital depois do parto, é que não tenham medo de perguntar nada. Os profissionais de saúde estão sempre disponíveis para responder a tudo. Estão lá para nos ajudar. Outra coisa que recomendo é ler e procurar informação. Não para irmos para o hospital a achar que sabemos mais do que os médicos, mas devemos ir informadas do tipo de parto que queremos e conversar com o nosso médico sobre isso. Sabermos ao que vamos e confiarmos na pessoa que nos está a seguir.

BI

Atuou em palcos e festivais um pouco por todo o mundo

Nasceu em Lisboa, a 18 de setembro de 1987

Tem sete álbuns de originais lançados: The Cherry on My Cake, There’s a Flower in My Bedroom, Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa, Luísa, Rosa, Camomila e DanSando

Compôs a canção “Amar pelos Dois”, interpretada pelo irmão Salvador Sobral, que ganhou o Festival Eurovisão da Canção em 2017

+vida | 11

testemunhos

HISTÓRIAS FELIZES

“Senti-me seguro e acompanhado”

Desde bebé que João Alves era alérgico às proteínas do leite de vaca, o que condicionava bastante a sua vida. No entanto, em 2021, ao realizar um estudo que englobou diferentes exames, entre os quais uma prova de provocação oral em ambiente hospitalar controlado na CUF, descobriu que estava curado.

12 | +vida

RICARDO CASTELO (4SEE)

Sofia Pinto Luz • Coordenadora de Imunoalergologia no Hospital CUF Cascais e na Clínica CUF São Domingos de Rana e Imunoalergologista no Hospital CUF Tejo

O primeiro episódio grave ocorreu aos tr s meses de vida, quando João Alves, atualmente com 28 anos, iniciou o consumo de farinhas lácteas. “O meu corpo ficou empolado, vermelho, cheio de manchas e tinha diarreias. Foi uma reação alérgica muito intensa, ao ponto de me dar entrada no serviço de urg ncia hospitalar”, recorda o business controller , natural do Porto. Atendendo aos sintomas, a alergia às proteínas do leite de vaca foi de imediato uma hipótese avançada pelos médicos. “Os meus pais não conseguiam dar-me uma única refeição que contivesse leite de vaca. Vomitava logo. Chegaram a testar diferentes farinhas lácteas, para perceber se a alergia seria a alguma marca específica, mas eu reagia mal a todas.” Os exames que realizou confirmaram as suspeitas. A alergia obrigou João a tornar-se uma criança mais responsável, mas também temerosa em relação às suas opções alimentares. “Tive sempre muito receio em expor-me ao risco, mesmo que por vestígios”, explica. “Se um bife fosse frito em manteiga e não em azeite, já era o suficiente para me provocar uma reação.” Sofia Pinto Luz, Coordenadora de Imunoalergologia no Hospital CUF Cascais e na Clínica CUF São Domingos de Rana e Imunoalergologista no Hospital CUF Tejo, confirma que as crianças com alergias alimentares tendem a tornar-se especialmente responsáveis: “São crianças que apanham alguns sustos e que, para os evitar no futuro, passam a ser muitíssimo rigorosas e altamente respeitadoras.” De facto, embora nunca se tenha privado de

festas de aniversário, jantares em restaurantes ou férias fora do país, João mantinha-se sempre alerta. “Quem não passa por isto, não sabe como nos provoca constrangimento na vida. Tenho a noção de que não fazia as coisas com o mesmo à-vontade e liberdade de espírito que as pessoas à minha volta”, afirma. Não era apenas uma questão de se manter atento ao que consumia. Devido à alergia, também tinha de levar sempre consigo medicação e uma caneta de adrenalina, para o caso de sofrer um choque anafilático. “T -la comigo era uma questão de segurança.”

SABIA QUE...

A alergia às proteínas do leite de vaca é a alergia alimentar mais comum entre as crianças, manifestando-se tipicamente no primeiro ano de vida, aquando da introdução do leite artificial na alimentação. “O leite e o ovo encabeçam as alergias alimentares mais frequentes nas crianças e os frutos secos e os mariscos são as mais frequentes nos adultos”, explica Sofia Pinto Luz.

+vida | 13

ANTÓNIO AZEVEDO (4SEE)

testemunhos

HISTÓRIAS FELIZES

Uma questão de confiança João já tinha desistido de procurar ajuda médica. Não acreditava na possibilidade de, um dia, ficar curado. Foi então que, em 2021, a sua mãe o convenceu a realizar uma teleconsulta com Sofia Pinto Luz, médica que acompanhava através da página “Senhora Alergia”, nas redes sociais. A médica, ao conhecer o seu histórico e compreender os seus receios, explicou-lhe que muitos casos de alergia alimentar são transitórios, ou seja, com o tempo, os doentes podem adquirir tolerância e acabam por voltar a ingerir os alimentos sem qualquer reação. Para perceber como é que o João reagia ao contato com o alergénio, a médica expôs-lhe a possibilidade de, com o acompanhamento correto e seguro em âmbito hospitalar, ser avaliado.“Transmitiu-me tanta tranquilidade que aceitei ir a Lisboa fazer exames.” A Imunoalergologista recorda que, não obstante, João chegou apreensivo: “Estava muito cético, porque achava que já não havia nada a fazer por ele e que teria de viver com as restrições o resto da vida.” No entanto, o teste cutâneo por picada que fez na Clínica CUF São Domingos de Rana revelou que a alergia estava controlada. “Senti-me seguro e acompanhado durante todo o processo”, garante João. “O enfermeiro foi cinco estrelas. Explicou-me como o teste era feito, o que contribuiu para eu ultrapassar a barreira psicológica.” O passo seguinte foi a realização de uma prova de provocação oral no hospital de dia do Hospital CUF Tejo, monitorizada pela Imunoalergologista e a equipa de enfermagem, pelo risco de reações alérgicas graves, que, caso ocorram, t m de ser imediatamente controladas pela equipa clínica. Durante o teste, o João comeu, pela primeira vez na sua vida, um croissant com fiambre e queijo. O resultado não podia ser mais animador: o corpo não teve qualquer reação, o que significava que já não era alérgico às proteínas do leite de vaca.

ALERGIA ALIMENTAR

?

Sintomas

O que é?

Os mais comuns são erupção cutânea, urticária, olhos lacrimejantes, espirros, vómitos, diarreia e dor abdominal. Nas reações mais graves pode ocorrer um choque anafilático, ou seja, inchaço dos lábios, língua ou garganta, diminuição repentina da pressão arterial, falta de ar, dificuldade em engolir, perda de consciência ou mesmo morte, caso o doente não tenha tratamento médico imediato.

É uma resposta imunológica anormal a uma determinada fração (alergénio) de um alimento que o organismo considera uma entidade agressora. Pode manifestar-se em apenas alguns minutos ou até duas horas após a ingestão, inalação ou contacto com o alimento. Não deve ser confundida com intolerância alimentar, que é algo que ocorre quando há falta da enzima necessária à boa digestão de uma fração do alimento e cujos sintomas envolvem apenas o sistema digestivo (gases, cólicas e diarreia).

10 | +vida 14

ANTÓNIO AZEVEDO (4SEE)

“V -lo ultrapassar a sua alergia foi um momento muito bonito”, afirma Sofia Pinto Luz. “É sempre importante haver um acompanhamento médico regular e ter confiança e empatia com o médico. Aqui, a confiança foi fundamental.” João Alves confirma: “Não tenho palavras para descrever a forma como a Dra. Sofia lidou com todo o processo. Foi claramente um fator decisivo para este desbloqueio. Disse-me que podia seguir a minha vida como quisesse e que não era forçado a nada. Podia comer o que

quisesse, quando quisesse e na quantidade que quisesse. O facto de não ter pressão fez com que acabasse por comer de tudo.” E acrescenta: “Hoje, é-me muito estranho olhar para trás e pensar que tive todas aquelas restrições. Já faço uma vida normal.” Para celebrar, foi jantar a um restaurante com a família e a namorada. Provou lá, pela primeira vez, uma francesinha. “Foi muito interessante ver a reação de todos. Aliás, eu até era quem estava mais confiante e confortável”, recorda. “Foi o maior marco de todos.”

EM NÚMEROS Estima-se que, no mundo,

80%

8% das crianças

5% dos adultos

dos casos de alergia desaparecem

até aos 10 anos de idade

sejam afetados por alergias alimentares

Diagnóstico

A evicção alimentar total é a forma mais segura de prevenir a alergia alimentar. O doente não deve ingerir, inalar ou contactar com o alimento que desencadeia a reação alérgica ou com produtos que tenham o alimento na sua composição (como, por exemplo, medicamentos e produtos cosméticos). Quando os sintomas são ligeiros, o tratamento passa pelo uso de anti-histamínicos ou corticoides. Nos casos mais graves, o doente é aconselhado a transportar sempre uma caneta de adrenalina, que deve ser utilizada rapidamente em caso de choque anafilático. Tratamento

Em consulta médica, após uma conversa detalhada, são realizados exames complementares de diagnóstico, incluindo testes cutâneos por picada e análises sanguíneas para dosear a imunoglobulina E (IgE). Estes exames servem para identificar qual ou quais são os alimentos a que o doente é alérgico e em que grau. São também feitas provas de provocação oral, durante as quais o doente ingere pequenas doses dos alimentos suspeitos a intervalos regulares até ocorrer uma reação. Realizado em ambiente hospitalar, este exame também permite verificar se a alergia persiste ou se o doente está curado.

+vida | 15

testemunhos

CARREIRA

“O Hospital CUF Descobertas deu-me a oportunidade de dinamizar uma medicina diferenciada e de qualidade” Conceição Telhado

BI • Nasceu a 23 de março de 1951 em Lisboa • Licenciou-se em Medicina e Cirurgia, em 1974 • Fez a especialidade de Ginecologia- Obstetrícia no Hospital de Santa Maria • Trabalhou como especialista nos hospitais do Montijo/Barreiro e na Maternidade Dr. Alfredo da Costa

Nesta edição da +Vida , a CUF destaca o percurso de Conceição Telhado, uma profissional de saúde que conta com quase 50 anos de carreira. Durante 18 anos, assumiu a Coordenação da especialidade de Ginecologia- Obstetrícia no Hospital CUF Descobertas, no qual acompanhou cerca de 12 mil mulheres. Contribuiu de forma consistente, com a sua equipa, para a diferenciação, segurança e qualidade clínica do Serviço.

• Desde a sua formação até 2001 foi Diretora de Serviço de Ginecologia no Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) • Junta-se à CUF em 2001, assumindo o cargo de Coordenadora de Ginecologia-Obstetrícia no Hospital CUF Descobertas durante 18 anos. • Foi vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia • Fez parte do colégio da especialidade de Ginecologia-Obstetrícia da Ordem dos Médicos, durante 9 anos

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LUÍS SOUSA (4SEE)

Quando decidiu que queria ser médica? No 7º ano do liceu, mas o entusiasmo com a especialidade surgiu durante o estágio no serviço de Ginecologia. O que distingue a especialidade, atualmente, em relação à altura em que se formou? Surgiram subespecialidades; otimizou-se a ecografia, tanto em imagem como em diferenciação clínica. Quando iniciei a minha atividade, muitos hospitais nem sequer tinham ecógrafo; houve avanços nos tratamentos minimamente invasivos - da laparoscopia, à histeroscopia e, recentemente, a cirurgia robótica. Desenvolvimentos que t m permitido melhores resultados diagnósticos e clínicos. O que sentiu ao ser convidada para criar o serviço de Ginecologia-Obstetrícia no Hospital CUF Descobertas? Quando abracei o projeto, tinha 49 anos e trazia experi ncia da criação do Serviço de Ginecologia no Hospital Fernando Fonseca. Tinha muita vontade de continuar a trabalhar numa área que sempre me apaixonou e continuar a ser inovadora. Senti-me desafiada. Quais foram os principais desafios que encontrou? O principal desafio foi criar de raiz, num hospital privado, um serviço de excel ncia, com diferenciação tecnológica e uma equipa multidisciplinar motivada, preparada para intervir perante qualquer situação. É desafiante ter uma maternidade O Hospital CUF Descobertas deu-me a oportunidade de dinamizar uma medicina diferenciada e de qualidade, com uma equipa capaz de lidar com todos os desafios. A nossa Maternidade é hoje uma refer ncia nacional, com um número de partos semelhante ao de grandes hospitais. Conseguimos diferenciar-nos ao entendermos a saúde da mulher como um todo. Há muito tempo que percebemos que se trabalharmos em parceria com especialistas de outras áreas, não só garantimos um diagnóstico mais rápido e preciso, como prestamos melhores cuidados. Que projetos mais se orgulha de ter integrado? Orgulho-me de ter criado uma equipa fantástica, que soube crescer e replicar o espírito de um hospital de excel ncia. Fomos pioneiros em tratamentos diferenciados e no lançamento de várias consultas, entre as quais: Apoio à Fertilidade; Menopausa; Endometriose; Uroginecologia e Alto Risco Obstétrico. aberta 24 horas por dia, todo o ano. O que destaca de mais positivo?

Pode contar-nos alguma história que a tenha marcado particularmente na sua carreira? Não consigo eleger uma só. Marcam-nos sempre os casos complicados e que t m tudo para correr mal, mas nos quais conseguimos ter xito. Felizmente, ao longo da carreira e depois de mais de 5 mil partos, guardo muitas histórias positivas. O nascer é sempre emocionante: cada parto é único, desafiante, mas muito enriquecedor, com estreita relação com as famílias. Após a passagem de testemunho, que mensagem gostaria de deixar às novas gerações de médicos? Fui Coordenadora de Serviço no Hospital CUF Descobertas durante 18 anos e passei o testemunho há quatro. Nos últimos dois anos reduzi a atividade clínica. Agora já não dou consultas, mas faço questão de continuar a ir ao hospital para apoiar os meus colegas. É importante prezar a vontade de aprendizagem das novas gerações, incentivá-las a apostarem na experi ncia cirúrgica e na diferenciação dos cuidados prestados. Gostaria de desejar-lhes sucesso, que só se consegue com seriedade clínica e dedicação. Só com trabalho e atualização científica, podemos dar aos nossos doentes o que merecem. Que todos se sintam tão realizados como eu. Não posso terminar sem agradecer o apoio dos colegas, enfermeiros, auxiliares e administração. Um bem haja a todos. Como prevê o futuro da Ginecologia-Obstetrícia? A genética, a imunologia, a imagiologia e a intelig ncia artificial continuarão a ser foco de investimento, mas, em paralelo, e não menos importante, será a diferenciação contínua dos profissionais que irá permitir melhores resultados.

+vida | 17

testemunhos

REPORTAGEM

Conheça o 500 MILES, um projeto da Fundação Manuel Violante, que, com o apoio da CUF, procura ajudar instituições do setor social a adquirir novas competências na área da gestão. 500 MILES: o projeto que capacita a economia social

V ítor Gonçalves, Diretor de Serviços da Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira, não tem dúvida de que “o Programa 500 MILES apareceu na altura certa, quer por coincidir com o centenário da instituição, quer por coincidir com o fim do período crítico da pandemia”. Este projeto, inserido no Programa CUF Inspira e que junta mentores voluntários da CUF e da Fundação Manuel Violante com o intuito de capacitar em gestão as empresas do setor social de regiões onde a CUF está presente, foi a alavanca que a instituição do distrito de Aveiro precisava para ter um novo fôlego na implementação das mudanças necessárias à sua atividade. Nascida em 1921 com o foco na prestação de cuidados hospitalares de saúde, atividade que cessou depois de 1974, aquando das nacionalizações dos hospitais das misericórdias, a Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira reinventou-se e passou a centrar a sua atividade na área social, primeiramente com uma

resposta direcionada à população idosa – com a criação de um lar e de um centro de dia – e estendendo depois a ação à primeira infância, com creche e pré-escolar, e à infância em risco, com um centro de acolhimento temporário. Tem também uma ação na área dos sem-abrigo, com um refeitório comunitário, e integra, desde 2007, a Rede Nacional de Cuidados Continuados com uma unidade de 30 camas. Em 2018 e 2022, a instituição expandiu o apoio aos concelhos limítrofes, através da aquisição de centros sociais em duas localidades. Com um leque tão alargado de respostas, Vítor Gonçalves reconhece que a equipa precisava de uma maior articulação “sob pena de trabalharem seguramente bem, mas isoladamente”. Era necessário que “a missão, visão e valores da instituição se traduzissem em procedimentos comuns de trabalho, na definição de uma nova estratégia de comunicação e na medição de resultados”.

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MIGUEL PROENÇA (4SEE)

Todos a trabalhar para o bem comum Em 2022, a Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira decidiu participar na segunda edição do 500 MILES, trabalhando com a equipa de mentores constituída por Vera Duque, Gestora de Recursos Humanos da CUF, e Maria João Antunes, da Fundação Manuel Violante, nos tr s pilares do Programa: diagnóstico, formação e implementação. Apesar de, como revela Vera Duque, na fase do diagnóstico terem constatado que “já havia algum trabalho feito”, as mentoras aperceberam-se de que “havia um conjunto de intenções que estavam paradas e que, com o Programa, voltaram a ser avaliadas e postas em prática”, nomeadamente os descritivos de função de cada colaborador, o sistema de avaliação de desempenho e a comunicação interna e externa. Num segundo momento, ocorreram as ações de formação, envolvendo as pessoas responsáveis pelas várias val ncias da instituição, pois, frisa a mentora da CUF, “sem a colaboração das pessoas, as mudanças não acontecem”. O envolvimento, “deu-se logo desde o início” e foi, por isso, “um fator fundamental no sucesso do Programa”. Vítor Gonçalves reconhece que “nas instituições temos a noção do que temos de fazer, mas é muito mais fácil quando temos alguém de fora que nos motiva e envolve”, como acontece com a mentoria dos colaboradores da CUF e da Fundação. Vera Duque corrobora esta ideia, lembrando que, ao acompanharem de forma efetiva a implementação do plano de ação, os mentores “vão avaliando se as mudanças estão a acontecer, como estão a acontecer, e desbloqueiam alguma dificuldade sentida pelas instituições”. Em termos práticos, segundo o dirigente, o 500 MILES fez com que a instituição começasse por “redefinir a sua missão, incorporando as premissas de acolher, valorizar e cuidar, o que acaba por absorver todas as áreas de intervenção da instituição

sob os princípios do humanismo cristão, pois não podíamos deixar de colocar na nossa missão aquilo que resulta de sermos uma misericórdia”. Foram igualmente concluídos “vários procedimentos de gestão de recursos humanos, entre os quais os documentos onde estão descritas as funções de cada colaborador. Voltaram a olhar para todos os organogramas e fizeram, também, os descritivos de função que entretanto surgiram na organização e não estavam documentados”, lembra Vera Duque. Este foi um passo importante, diz a mentora, para realizar as avaliações de desempenho, processo que foi “redefinido e redesenhado” com a ajuda do 500 MILES, de acordo com os objetivos globais da instituição. Uma das necessidades identificadas no diagnóstico foi a de melhorar a comunicação interna entre as direções técnicas e a gestão de topo. Desta forma, foram criados dois momentos por ano para ambas as partes reunirem. Nestes momentos, cada área de intervenção da Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira tem a oportunidade de apresentar o que conseguiu realizar, com recurso a indicadores de impacto de cada ação concretizada, e dar a conhecer os objetivos a que se propõem alcançar no ano seguinte. Ainda neste âmbito da comunicação interna, sublinha Vítor Gonçalves, foi definido “um projeto de reuniões setoriais mensais com a direção para discussão de problemas, leitura de propostas e afinamento de estratégias de intervenção”. Na primeira quinta-feira de cada m s, uma área setorial reúne com Vítor Gonçalves e, na última quinta-feira, decorre uma ação de formação conjunta e transversal a todas as respostas sociais, cada uma delas organizada por uma diretora técnica. A Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira colocou ainda em prática ações de melhoria da comunicação externa, a começar pela imagem no mundo digital. “Era importante tornar o nosso website mais apelativo e, nesse sentido, foi reformulado”, frisa o dirigente.

FORMAÇÃO EM SAÚDE Todas as instituições que participam no Programa recebem gratuitamente formação em saúde promovida pela CUF Academic Center. Em 2022 foram transmitidas técnicas e conhecimentos na área dos primeiros socorros para atuação e situações de emergência.

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testemunhos

REPORTAGEM

MENTORIA PARA MOTIVAR E FOCAR NO ESSENCIAL

Ser mentor num programa de voluntariado como o 500 MILES é um desafio que traz muita satisfação a quem dá de si em prol das instituições participantes. Quem o garante é Juliana Rodrigues, Gestora de Produção no Hospital CUF Coimbra, que foi a mentora da Associação de Apoio à Juventude Deficiente (AAJUDE), uma instituição que acolhe jovens com deficiências ligeiras e moderadas no concelho do Porto. Ao ouvir o testemunho de colegas da CUF que já tinham participado nas edições anteriores do programa, a gestora decidiu que ser voluntária neste projeto seria “uma forma de dar um pouco de mim à comunidade e fazer voluntariado numa área que nunca tinha feito e que, afinal, é a minha área profissional: a gestão”. Decidiu, assim, participar na terceira edição. O facto de se tratar de um programa a médio prazo deu a Juliana Rodrigues a certeza de que os nove meses de experiência permitiriam “alargar competências de uma forma que não seria possível num projeto a curto prazo, bem como criar ligações mais fortes, como acabou por acontecer”. Em conjunto, as mentoras da CUF e da Fundação Manuel Violante, construíram uma ligação muito estreita com a capitã de equipa da AAJUDE, que influenciou positivamente as várias fases do programa, desde o diagnóstico ao nível das competências de gestão na associação até às ações de formação nas áreas consideradas mais deficitárias, sem

Juliana Rodrigues • Gestora de Produção no Hospital CUF Coimbra

esquecer a implementação do plano de ação centrado nas prioridades da instituição. É um processo, diz Juliana Rodrigues, no qual os mentores desempenham um papel fundamental de motivação, troca de ideias e orientação, e onde “o foco é sempre a melhoria contínua”, que se deseja prolongada para lá do tempo de duração do 500 MILES. Olhando para trás, Juliana Rodrigues assegura que as mais-valias do projeto acontecem para ambas as partes: “Para o setor social, estes programas são extremamente úteis, porque conseguem profissionalizar e tornar mais fácil a atividade na área da economia social.” Por sua vez, ainda de acordo com a gestora, para o setor empresarial este tipo de projetos ajuda a ter “uma visão de outra realidade, a perceber as coisas de forma diferente e a pôr em perspetiva algumas das nossas decisões e das nossas motivações”. Em última análise, reforça a mentora, o 500 MILES ajuda a “perceber o impacto direto que as instituições do setor social têm efetivamente na vida das pessoas”.

Reconhecimento do caminho percorrido Todo o trabalho desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira fez com que esta fosse reconhecida como uma das tr s instituições que mais se destacaram na implementação do programa 500 MILES, obtendo, em resultado, o primeiro lugar no Prémio CUF Inspira 2022. Vera Duque assegura que, embora a equipa não tenha trabalhado especificamente para esse fim, ficou “muito orgulhosa” com a atribuição desta distinção. Vítor Gonçalves também não esconde o orgulho pelo prémio, partilhando que este “representa um reconhecimento de um desafio ao qual estivemos à altura na prossecução e correta implementação de tudo o que foi delineado”. E acrescenta: “O projeto é uma semente que, estou convencido, irá germinar uma bonita árvore.” O prémio monetário, no valor de cinco mil euros, foi investido num novo software que permite o registo da atividade diária e facilita “a tomada de boas decisões de gestão, consubstanciadas na evid ncia da nossa atividade”. Vítor Gonçalves não deixa ainda de enaltecer o papel dos mentores ao longo de todo o projeto: “A mentoria foi indispensável para cortar a inércia, garantir que o processo não se prolongava no tempo e assim conseguirmos cumprir todos os prazos”.

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Em 2022, o Programa 500 MILES contou com a participação de 17 instituições do setor social de cinco localidades do país:

TERCEIRA EDIÇÃO DO PROGRAMA 500 MILES Este ano os mentores CUF vão apoiar entidades da economia social de Almada, Coimbra, Montijo, Oeiras, Santarém, Sintra e Torres Vedras.

Matosinhos Porto São João da Madeira

Sintra Viseu

Vítor Gonçalves • Diretor de Serviços da Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira | Vera Duque • Gestora de Recursos Humanos da CUF | Helena Ferreira • Recursos Humanos da Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira

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MIGUEL PROENÇA (4SEE)

foco

SAÚDE NO MASCULINO

Com uma maior propensão para doenças cardiovasculares e níveis de incidência superiores quando estão em causa patologias como a obesidade, os homens têm, à partida, uma esperança de vida inferior à das mulheres. Estas e tantas outras patologias podem, contudo, ver os seus riscos diminuírem através da adoção de comportamentos preventivos e um acompanhamento médico regular, feito de uma forma holística, como a que é proposta na CUF. D e acordo com o relatório “Estado da Saúde na União Europeia: Portugal”, os homens são mais propensos a classificar o seu estado de saúde como bom (56%) do que as mulheres (45%). Uma postura otimista que talvez explique a tendência para recorrer ao médico apenas em situações agudas. Não obstante, na generalidade, os homens vivem menos do que as mulheres. Em Portugal, a esperança média de vida até registou um aumento superior a cinco anos durante as primeiras duas décadas do século XXI, passando de cerca de 77 anos em 2000 para cerca 82 anos em 2019, mas se as mulheres portuguesas têm atualmente uma esperança média de vida à nascença de 84 anos, no caso dos homens portugueses esta não vai além dos 78 anos. Outro aspeto que pode contribuir para uma menor longevidade é a resistência masculina em ir ao médico. De acordo com um estudo de uma instituição académica

americana, apenas metade dos homens costumam fazer exames de rotina. Esta é, felizmente, uma situação que parece estar a mudar. “Nos últimos tempos temos assistido a uma mudança de paradigma e temos tido uma maior procura no sentido da prevenção”, refere Vanessa Mendes. “A Medicina Geral e Familiar tem como principal foco a prevenção para a saúde e, numa primeira fase, os doentes procuram-nos para isso.” Para a médica, é essencial um acompanhamento médico regular ao longo de toda a vida, mesmo sem a presença de queixas. “A partir dos 40 é aconselhável uma avaliação anual ou de dois em dois anos pelo seu médico de Medicina Geral e Familiar, contudo caso existam antecedentes familiares que confiram maior probabilidade de ter doença a avaliação deve ser realizada em idades mais jovens. O objetivo é a realização de uma avaliação médica e de eventuais exames de rotina que permitem detetar alterações e atuar de forma preventiva. No caso da doença cardiovascular significa muitas vezes apenas alterar estilos de vida com a promoção da prática de exercício físico, a cessação tabágica, a adoção de medidas dietéticas com restrição de gorduras e o controlo do peso. Ultrapassada a barreira dos 50 anos, embora as doenças cardiovasculares continuem a ser as que mais afetam a população masculina, a principal causa de morte entre os homens são as neoplasias. Os cancros da próstata (21%) e colorretal (20%) são, a par com o do pulmão, os mais frequentes na população masculina.

A explicar esta discrepância estão vários fatores, entre os quais os fisiológicos. “Nos homens, sobretudo em idades mais jovens, existe mais patologia cardiovascular. Isto acontece, por um lado, porque as mulheres têm a questão hormonal que as protege”, explica Vanessa Mendes, Coordenadora de Medicina Geral e Familiar e da Unidade da Família do Hospital CUF Tejo. Tabagismo, excesso de peso, obesidade, consumo de álcool e a falta de prática regular de atividade física são aspetos que vêm agravar a já maior propensão para a doença cardiovascular. “Até aos 50 anos, as doenças cardiovasculares afetam mais os homens. Por sua vez, a mortalidade em idades mais jovens está mais associada a enfartes e acidentes vasculares cerebrais (AVC)”, lembra a médica. De facto, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), as mortes de residentes em Portugal por enfarte agudo do miocárdio em 2020 atingiram principalmente os homens, numa relação de 143 óbitos para 100, quando comparados com as mulheres.

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