Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

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SAÚDE NO MASCULINO

Preocupações urológicas

“São muitos os motivos que levam os homens à consulta de urologia: cólicas renais, disfunção sexual, problemas com a próstata. Mas é sobretudo no tema da próstata que surgem as maiores preocupações”, admite Pedro Bargão Santos, urologista no Hospital CUF Descobertas e no Hospital CUF Tejo. A próstata é uma glândula que faz parte dos sistemas urinário e reprodutor masculinos, e cuja principal função é a produção de líquido, constituinte do esperma, que facilita a mobilização dos espermatozoides. Tem o volume aproximado ao de uma castanha, mas, com a idade, começa a aumentar, dando origem a um problema chamado hiperplasia benigna da próstata, que é também uma das patologias mais prevalentes na população masculina. “Estima-se que, por volta dos 50 anos, cerca de 40% dos homens possam ter sintomas desta doença e aos 90 anos, este número aumenta para os 90%”, afirma o urologista. A hiperplasia benigna da próstata pode manifestar-se através da dificuldade em esvaziar a bexiga, mesmo indo repetidas vezes à casa de banho, ou, de forma menos frequente, através de uma menor capacidade de armazenar urina, o que provoca urg ncia miccional. Em ambos os casos, numa fase inicial, os sintomas podem ser controlados recorrendo a medicação. No entanto, quando a próstata se torna mais obstrutiva, passa também a ser considerada a solução cirúrgica, procedimento que, nos últimos anos, teve uma grande evolução. “Novas técnicas t m surgido, como a REZUM, que é menos invasiva do que a cirurgia tradicional de ressecção”, explica Pedro Bargão Santos. Este tratamento consiste na aplicação de jatos de água que provocam a destruição das células prostáticas. “O processo é realizado em ambulatório e com recurso a sedação ligeira. Os resultados são atingidos cerca de um m s e meio a dois meses após a cirurgia.” Este não foi o único procedimento inovador a surgir nos últimos anos. Na cirurgia clássica de desobstrução, a chamada prostatectomia simples, a intervenção é hoje realizada tanto por laparoscopia como por cirurgia robótica, que garante uma intervenção mais precisa e segura. “O controlo da hemorragia é muito maior graças à coagulação que o robô permite. O doente tem alta precoce e fica menos tempo algaliado”, refere Pedro Bargão Santos. Na CUF, este procedimento ganhou características próprias com o desenvolvimento da chamada CUF Technique, caracterizada principalmente pela abordagem extraperitoneal - que evita o contacto com as vísceras, como o intestino - e usada quer no tratamento da hiperplasia, quer no cancro da próstata. Nesta última patologia e com recurso ao robô Da Vinci Xi, é feita uma prostatectomia radical robótica por via extraperitoneal. “Uma das vantagens está no posicionamento do doente,

Pedro Bargão Santos • Urologista no Hospital CUF Descobertas e no Hospital CUF Tejo

“É essencial manter a regularidade nos exames e nas consultas de urologia”

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JOSÉ FERNANDES (4SEE)

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