Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

"Não existe cura para a obesidade, que é uma doença crónica. O que conseguimos, e de um modo muito eficaz, é controlá-la"

Morais e Castro • Cirurgião Geral e Coordenador da Unidade de Obesidade no Hospital CUF Viseu

Olhando para a revolução tecnológica, há ainda que destacar a cirurgia robótica que aumentou de forma muito expressiva a segurança das intervenções cirúrgicas no tratamento da obesidade. Este procedimento, disponível no Hospital CUF Tejo e no Hospital CUF Porto, é menos invasivo, por isso permite uma recuperação mais rápida do doente, menos dor e desconforto no pós-operatório e cicatrizes mínimas. Contudo, independentemente da técnica cirúrgica utilizada, para Morais e Castro, tanto no pré como no pós-operatório, “a avaliação psicológica tem um papel crucial para o sucesso da intervenção, permitindo identificar vulnerabilidades e pontos fortes de motivação, com o propósito de apoiar o doente na adaptação. Por isso, é importante o acompanhamento por um psicólogo.” A isto junta-se, com o apoio do nutricionista, a necessidade de reaprender a comer, seguindo uma alimentação rica em todos os grupos alimentares, mas com restrições de gorduras e açúcares. “É importante que o doente tenha a noção que estas mudanças são para toda a vida. O que não quer dizer que, num dia de festa, não possa pôr o pé em ramo verde. Mas é uma exceção”.

delgado. “Enquanto o bypass gástrico poderá ter um melhor efeito metabólico em doentes com patologia metabólica como diabetes, hipertensão, dislipidemia, os doentes sem este tipo de problemas podem ser tratados com um sleeve , que é uma cirurgia mais rápida e que não altera tanto o circuito alimentar”, explica o cirurgião. Ambas as intervenções são minimamente invasivas e realizadas por laparoscopia. “A cirurgia laparoscópica permite-nos ter acesso a toda a cavidade abdominal, inspecioná-la e trabalhar com uma segurança e um conforto no pós-operatório muito superiores a qualquer outra técnica que existia antigamente”, garante Morais e Castro. O especialista lembra ainda que, mesmo dentro destas técnicas, a evolução é constante. Entre as novas abordagens, o minibypass e a bipartição intestinal são as que mais t m crescido. No primeiro caso, a nova técnica, já mostrou ter bons resultados ao nível da perda de peso e controlo das comorbilidades. A bipartição intestinal, por sua vez, é reservada a casos de superobesidade e os doentes conseguem ter uma excelente recuperação, sem as alterações nutricionais”, explica o médico.

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CARLOS TELES (4SEE)

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