Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

3 PERGUNTAS A... ALEXANDRE DUARTE Cirurgião Geral no Instituto CUF Porto

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Que opções de tratamento existem para o cancro colorretal? Uma vez confirmada a presença de um cancro no cólon ou reto, a estratégia terapêutica vai depender, fundamentalmente, do estadio da doença, ou seja, se está pouco ou muito avançada, da sua localização, do estado físico do doente, da capacidade clínica para suportar o tratamento proposto e, claro, da sua escolha informada. Em estadios iniciais, a cirurgia é o tratamento mais comum e é também a opção terapêutica com maior probabilidade de cura. Importa destacar a importância primordial que a abordagem cirúrgica tem na debelação da doença. As vantagens devem-se ao facto de remover não só o tumor mas também o tecido envolvente, erradicando os gânglios e eventuais depósitos tumorais existentes, que são os fatores mais influentes no aparecimento de recorrência local ou mesmo lesões tumorais à distância, as chamadas metástases. Uma decisão célere e multidisciplinar é igualmente fundamental para serem equacionadas e discutidas todas as possibilidades no que diz respeito à investigação diagnóstica e opções terapêuticas que se considerem mais adequadas a cada doente. Na CUF abordamos cada caso de forma integral e abrangente com o objetivo de proporcionar os melhores resultados terapêuticos. Que técnicas cirúrgicas surgiram nos últimos anos? Historicamente, a cirurgia convencional dita aberta, com ampla incisão da parede abdominal, foi o método escolhido para o tratamento cirúrgico de lesões tumorais. No entanto, os avanços tecnológicos dos últimos anos permitiram permitiram abordagens como a laparoscópica e a robótica, técnicas minimamente invasivas que são vantajosas para os doentes. Sem prejuízo dos resultados oncológicos, têm o benefício de incisões reduzidas, menos dor no pós-operatório, menor perda de sangue, menor risco de infeção do local cirúrgico, alta hospitalar mais precoce, recuperação mais rápida e melhor resultado estético.

Qual é a importância de um diagnóstico precoce para um bom prognóstico da doença? A maior parte dos cancros esporádicos desenvolvem-se a partir de pólipos. A sua remoção atempada altera a história natural da doença, impedindo a progressão para cancro. Se o diagnóstico e tratamento for realizado numa fase precoce, a sobrevivência global ao fim de 5 anos é superior a 90%. O diagnóstico precoce é uma forma poderosa de melhorar a sobrevivência por cancro.

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ANTÓNIO PEDROSA (4SEE)

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