Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

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Como cuidar da visão das crianças Os problemas de visão podem afetar silenciosamente bebés e crianças, pelo que é essencial que os pais e educadores sejam capazes de reconhecer potenciais sinais de alerta e procurar avaliação médica de forma atempada.

V er o mundo através dos olhos de uma criança pode parecer um cenário idílico do ponto de vista metafórico, mas no campo literal a visão dos mais novos nem sempre é perfeita. Muitas vezes, cabe aos pais e educadores perceber se algo está errado. “O desenvolvimento da visão decorre, sensivelmente, até aos 8 anos de idade”, explica Madalena Monteiro, Oftalmologista Pediátrica no Hospital CUF Coimbra. “Muitos problemas neste campo só são detetados quando a criança entra na escola primária, por volta dos 6 anos. Se apenas diagnosticarmos a doença nessa altura, muitas vezes já é tarde.” Por outras palavras, uma doença oftalmológica na criança pode passar despercebida caso esta não seja levada a uma consulta na altura certa. E qual é a altura certa? “Se não houver qualquer suspeita da exist ncia de um problema, a criança pode ir à primeira consulta de Oftalmologia entre o primeiro e o segundo anos de vida. “Se estiver tudo bem nessa altura, a criança pode ser novamente avaliada aos 4 anos e posteriormente aos 6 anos, quando entra na escola primária.” A Oftalmologista Pediátrica acrescenta, contudo, que “se existirem sintomas antes destes momentos, devem procurar logo uma avaliação médica”. A primeira consulta de uma criança consiste essencialmente em verificar se os meios oculares estão transparentes, se existe algum erro refrativo ou estrabismo e se os movimentos dos olhos são normais. É ainda avaliada a estrutura anatómica do globo ocular. Numa fase posterior é importante manter uma rotina de vigilância, uma vez que, de acordo com Madalena Monteiro, “o olho da criança está a crescer e o estado refrativo do olho – isto é, a necessidade ou não de uso de óculos – altera-se e é preciso verificar se continua tudo bem”. Optar por consultar um especialista em Oftalmologia Pediátrica faz toda a diferença, garante a profissional da CUF, não só porque o olho da criança é diferente do olho do adulto, mas sobretudo porque as exig ncias ao nível da consulta também são outras. “Uma criança que vai pela primeira vez a uma consulta de Oftalmologia vai com medo. Não sabe o que esperar”, explica a médica. “Temos de ir brincando com ela para captar a sua atenção e ganhar a sua confiança, de modo a que colabore connosco. Além de que o que é normal num adulto nem sempre o é numa criança. E vice-versa.”

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