Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

3 PERGUNTAS A... ? SOFIA DUQUE Especialista em Medicina Interna na Clínica CUF Belém e responsável pela Consulta de Geriatria no Hospital CUF Descobertas

A solução passa pela prevenção Nem sempre é fácil consciencializar o idoso para esta realidade. “Muitas vezes, as pessoas não veem o envelhecimento como um fator contribuinte para o aumento do risco de quedas. Contudo, ainda que se possam sentir capazes, é inevitável que haja uma deterioração física”, explica Sara Carvalho Marques, Enfermeira responsável do Grupo de Coordenação Local de Segurança do Doente no Hospital CUF Tejo. É, por isso, fulcral que as pessoas tenham um envelhecimento orientado por profissionais de saúde. “Os médicos assistentes e os idosos, bem como os respetivos familiares, devem conversar acerca dos riscos presentes em casa e que podem contribuir para a ocorr ncia de quedas, de modo a que seja possível preveni-las.” Assim, além da consci ncia do perigo e da necessidade de cuidados acrescidos, o segredo está em garantir que o ambiente em que o idoso vive é livre de perigos que possam originar quedas. “Dentro de casa, pode ser necessário fazer algumas mudanças ao nível dos móveis, da arrumação ou da iluminação – é crucial perceber que a segurança é muito mais importante do que a decoração ou qualquer elemento estético”, alerta Sara Carvalho Marques. As mudanças também devem ser comportamentais. O idoso deve reforçar a sua atenção, ter cuidados com a escolha do calçado e não ter receio de recorrer a ajuda especializada.

Qual é o papel da família na prevenção das quedas e no acompanhamento do idoso? É crucial que a família não desvalorize a primeira queda nem a considere um evento isolado. Se a família detetar risco de quedas ou perceber que elas já estão a ocorrer, é importante procurar ajuda especializada para tentar identificar estratégias que podem corrigir a situação. A alimentação saudável e a prática de atividade física poderão ajudar a prevenir quedas? Um estilo de vida saudável é fundamental não só para a prevenção, mas para a recuperação em caso de queda. Os exercícios devem incidir sobre o treino do equilíbrio e da força. O idoso pode, por exemplo, procurar aulas de grupo adaptadas a pessoas mais velhas. A par desta preocupação, é importante garantir que a alimentação é variada, equilibrada e saudável, com reforço de alimentos ricos em proteínas, cálcio e vitamina D. Como é feito o acompanhamento numa consulta de geriatria na CUF? Revemos todos os fatores de risco relacionados com o processo de envelhecimento e as doenças que a pessoa tem. Focamo-nos muito na orientação para a atividade física e alimentação adequada a cada pessoa. Além disso, é feita uma revisão criteriosa da medicação e, se necessário, podemos pedir exames complementares de diagnóstico ou referenciar a outras especialidades. No que respeita ao risco de quedas, apostamos no aconselhamento para promover um ambiente seguro em casa.

“PREVENIR PARA NÃO CAIR”

de colaboradores, teve lugar uma sessão de brainstorming , no Hospital CUF Descobertas, com o tema “Prevenir para não cair”. Em linha com o Plano Nacional de Segurança do Doente, os colaboradores da CUF identificaram a literacia em saúde como uma das formas mais eficazes para a prevenção de quedas no domicílio e na comunidade. No âmbito da Plataforma i9+, uma ferramenta que a CUF implementou em 2012 para angariar sugestões

SARA CARVALHO MARQUES Enfermeira responsável do Grupo de Coordenação Local de Segurança do Doente no Hospital CUF Tejo

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DIANA TINOCO (4SEE)

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