Revista + Vida 26 | Doenças do Futuro

Doenças do Futuro: A Prevenção começa agora Com o aumento da esperança média de vida e o envelhecimento da população, surgem novos desafios nas áreas das Neurociências, da Oncologia e do Cardiovascular. Descubra como a CUF está preparada para combater as doenças do futuro, apostando em cuidados multidisciplinares, preventivos e suportados por tecnologias inovadoras.

26 DEZEMBRO 2020

A prevenção começa agora, através da adoção de cuidados multidisciplinares suportados por tecnologias inovadoras Doenças do futuro

Novo Hospital CUF Tejo Já abriu a unidade que vem marcar a diferença na saúde a nível nacional e internacional Entrevista: Helena Canhão A investigadora fala da necessidade de encarar as doenças atuais com os olhos postos no futuro

Simone de Oliveira Fala da sua experiência na CUF e deixa conselhos para envelhecer com saúde

Dezembro 2020

notícias

saúde

conhecimento

5 Todas as notícias na área da saúde e ainda as novidades da CUF.

44 Conheça a primeira Unidade de Órbita do país, instalada no Hospital CUF Descobertas. Inovação Unidade de Órbita 46 Saiba como proteger o seu organismo dos desafios de saúde provocados pelo inverno. Família Sistema imunitário 48 Descubra como um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz podem fazer a diferença. Família Vertigem 50 Saiba o que é esta deformidade do tórax e porque deve ser identificada precocemente. Infantil Pectus excavatum 52 Tenha em conta que, para uma circulação segura, deve seguir alguns cuidados. Desporto Ciclismo

54 As perturbações ansiosas podem ser potenciadas pelo atual contexto de pandemia. Aprenda a cuidar de si. Conselhos e Dicas Saúde mental 56 Conheça alguns dos exames utilizados para o diagnóstico e seguimento de problemas cardiovasculares. Descomplicador Exames cardíacos

testemunhos

10 Perfil

A cantora e atriz avalia a sua experiência na CUF e deixa conselhos para quem pretende envelhecer com saúde. Simone de Oliveira

57 Verdades e Mitos

Azia e doença de refluxo gastroesofágico São motivos habituais de visitas ao médico e, embora surjam habitualmente associados, apresentam várias diferenças. Esclareça todas as dúvidas que os mais novos possam ter antes de os levar a fazer o teste à COVID-19. O teste à COVID-19

12 Histórias Felizes

Conheça o caso de João Paulo Costa, que, após um quadro de paraplegia, reaprendeu a caminhar e é já completamente autónomo. João Paulo Costa

58 CUF Kids

foco

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Conheça a nova unidade da CUF, que marca a diferença na saúde, tanto a nível nacional como internacional. Reportagem Hospital CUF Tejo

Conselho Editorial: Direção de Comunicação da CUF Edição: Adagietto • R. Flores de Lima, 16, 1700-196 Lisboa Coordenação: Tiago Matos Redação: Fátima Mariano, Inês Pereira, Sónia Castro, Susana Torrão Coordenação Criativa: Tiago Monte Paginação: Mauro Matos, Rita Santa Marta, Sara da Mata Fotografia: António Pedrosa, Diana Tinoco, Miguel Madeira, Raquel Wise, Ricardo Lopes (4SEE) e CUF • Imagens: iStock Propriedade: CUF • Av. do Forte, Edifício Suécia, III - 2.º 2790-073 Carnaxide Impressão e acabamento: Lidergraf Tiragem: 3.000 exemplares • Depósito legal 308443/10 Distribuição gratuita A CUF é líder na prestação de cuidados de saúde em Portugal, gerindo um hospital público, em regime de parceria público-privada, e 18 unidades de saúde privadas CUF, nove das quais hospitais.

24 Tema de Capa

Doenças do Futuro Descubra como a CUF está preparada para combater as doenças do futuro, apostando em cuidados multidisciplinares, preventivos e suportados por tecnologias inovadoras.

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Helena Canhão Entrevista A médica, investigadora e académica alerta para a necessidade de se encararem as doenças do presente com os olhos postos no futuro.

EDIÇÃO ONLINE www.cuf.pt

editorial

A Medicina do futuro

É um ponto de chegada, mas é também um ponto de partida para o futuro. O Hospital CUF Tejo, o maior e mais emblemático projeto dos 75 anos de história da CUF, acaba de nascer e já traz consigo uma missão: ser um dos projetos mais marcantes da saúde privada em Portugal. Com a experiência e o saber acumulados de mais de sete décadas e meia, aliados a um trabalho profundo de pesquisa das melhores práticas a nível internacional, desenvolvemos, graças ao extraordinário trabalho das equipas da CUF, um projeto de excelência para a população portuguesa. O Hospital CUF Tejo é a materialização da visão da CUF de uma Medicina centrada na criação de valor para o doente e para os profissionais de saúde. É um hospital desenhado de raiz para combater as doenças do futuro, centrado nos doentes e nos cuidadores, promotor da investigação clínica e da formação universitária e pós-graduada em saúde. Pensado e projetado para garantir cuidados de saúde especializados a cada doente, o Hospital CUF Tejo tem nas áreas de Neurociências, Oncologia e Cardiovascular os seus alicerces, sem esquecer todas as outras patologias com incidência na população. Razão pela qual é o primeiro hospital em Portugal construído de raiz numa lógica centrada no doente e nas patologias, organizado por Centros Clínicos para garantir uma resposta personalizada, integrada e completa. Com este Hospital reforçámos também, do ponto de vista humano e tecnológico, a área de diagnóstico e tratamento do cancro, retribuindo a confiança que os doentes têm depositado nas nossas equipas, o que se reflete no facto de a CUF ser atualmente a instituição privada que mais diagnostica cancro em Portugal e a sexta a nível nacional. O Hospital CUF Tejo permite-nos diagnosticar e tratar mais de 6000 doentes oncológicos por ano. Apostamos ainda, cada vez mais, na inovação e na tecnologia de vanguarda, no diagnóstico, no tratamento e na formação, com a criação do Centro de Simulação da CUF Academic Center no Hospital CUF Tejo, numa parceria com a NOVA Medical School, dando forma a um verdadeiro hospital-escola, com mais de 600 m 2 dedicados ao ensino e à partilha de conhecimento. Apoiada nas melhores infraestruturas e na tecnologia mais inovadora, assim é a Medicina do futuro. Mas é também minha convicção que a Medicina do futuro, e a verdadeira Medicina de excelência, é uma Medicina de pessoas, onde a face e a empatia humana não podem estar ausentes. É por isso que, nos tempos complexos e exigentes que vivemos, nunca é demais salientar e agradecer o esforço, o empenho e o profissionalismo dos nossos quase 7000 colaboradores de norte a sul do país. Ao longo dos últimos meses, com um grande espírito de missão, tudo têm feito para acompanhar e cuidar dos milhares de doentes que escolhem, todos os dias, confiar-nos a sua saúde. Acredito que será com esse mesmo espírito e vontade que iremos ultrapassar esta fase das nossas vidas, fazendo aquilo que fazemos melhor há mais de 75 anos: estar ao serviço da saúde dos portugueses.

Salvador de Mello Presidente do Conselho de Administração da CUF

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ADIRA AOS PLANOS +CUF ATRAVÉS DE...

Chama-se +CUF e é precisamente o que o nome indica: uma extensão da CUF na forma de um plano de saúde pensado para toda a família, que permite aceder a todos os hospitais e clínicas da rede CUF a preços especiais e sem qualquer período de carência. A CUF disponibiliza dois planos +CUF distintos, com preços diferentes, de modo a que os seus clientes possam escolher o que mais se adequa às suas necessidades. O plano +CUF dá direito a uma consulta (ou teleconsulta) de especialidade e uma consulta de higiene oral por cada 12 meses após a adesão; já o plano +CUF Global inclui duas consultas (ou teleconsultas) de especialidade e uma consulta de higiene oral por cada 12 meses após a adesão. Os subscritores destes planos recebem um cartão com o seu nome e o número +CUF que os identifica. Os planos +CUF permitem igualmente o acesso a cuidados domiciliários. Em ambas as modalidades, é possível inscrever até 15 utilizadores, o que significa que toda a família pode usufruir dos mesmos serviços. Adicionalmente, os planos +CUF não têm limite de idade nem período de carência e não excluem doenças, mesmo que pré-existentes. CONHEÇA O +CUF, UM PLANO DE SAÚDE COMPLETO, CRIADO PELA CUF A PENSAR NA GRANDE DIVERSIDADE DE DOENTES QUE A PROCURAM.

CUF.pt

PLANO DE SAÚDE +CUF

Linha telefónica 210 025 192

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notícias

Foram concluídas as obras de requalificação e expansão do Hospital CUF Torres Vedras. Esta unidade hospitalar conta agora com instalações inteiramente renovadas, que oferecem maior conforto a todos os doentes, bem como uma oferta de serviços alargada, capaz de responder às necessidade da população. A requalificação permitiu melhorar os circuitos e criar áreas de recobro e salas de espera para doentes e respetivos acompanhantes. Em simultâneo, foram construídas infraestruturas que conferem uma maior capacidade ao Hospital para a realização de consultas, exames, cirurgias e internamentos. A complexidade e a diferenciação dos cuidados de saúde prestados pelo Hospital CUF Torres Vedras saem reforçados com a abertura de uma Unidade de Cuidados Intermédios e um Hospital de Dia médico e oncológico, ofertas disponíveis pela primeira vez no setor privado da região Oeste. HOSPITAL CUF TORRES VEDRAS RENOVADO

CUF CRIA 100 NOVOS POSTOS DE TRABALHO

TECNOLOGIA 3D CHEGA AO HOSPITAL CUF VISEU

Já se encontram em funcionamento as novas instalações do Contact Center da CUF na incubadora de base científica e tecnológica Vissaium XXI, em Viseu. A inauguração fez-se na presença de António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Viseu, e de Rui Diniz, Vice-presidente da CUF. A renovação do espaço permitiu aumentar em uma centena o número de postos de trabalho, um crescimento que levou à contratação de cerca de 70 novos colaboradores em plena pandemia. O Contact Center da CUF, criado em Viseu, em fevereiro de 2019, com 70 colaboradores, oferece atualmente 172 postos de trabalho, contribuindo desta forma para o aumento dos índices de empregabilidade em Viseu e reforçando a ligação da CUF à região.

O parque tecnológico do Hospital CUF Viseu continua a crescer. Recentemente, esta unidade adquiriu tecnologia de ponta, como aparelhos 3D que permitem a realização de vários exames de diagnóstico e tratamentos cirúrgicos. Entre estes equipamentos, encontram-se uma tomossíntese mamária, um arco cirúrgico 3D e uma torre 3D. Os aparelhos têm a grande vantagem de permitir uma maior qualidade nas imagens obtidas, o que se traduz em diagnósticos mais precoces e adequados de diferentes patologias, como o cancro da mama, e cirurgias com maior precisão e segurança.

INOVAÇÃO NO TRATAMENTO DE CÁLCULOS RENAIS Laser de fibra de Thulium. É este o nome de um inovador equipamento, disponível no Hospital CUF Descobertas, que permite o tratamento da litíase renal, vulgarmente conhecida como cálculos renais, através de um procedimento minimamente invasivo. O novo laser , mais eficiente, rápido e seguro do que o laser mais utilizado nos últimos 20 anos, pulveriza os cálculos em vez de os destruir em pequenas partículas, reduzindo deste modo o risco de danos nos tecidos. Através deste procedimento, é igualmente possível reduzir o número de sessões necessárias, mesmo quando estão em causa cálculos de grande dimensão.

PROGRESSO INÉDITO NA SAÚDE CARDÍACA

O Hospital CUF Porto tornou-se a primeira unidade de saúde privada em Portugal a realizar uma técnica por cateterismo cardíaco na correção de um defeito no coração, designado "foramen oval patente" (FOP), que afeta 25% da população. A inovadora técnica, que surgiu recentemente nos Estados Unidos, permite corrigir o defeito com pontos de sutura através de um cateterismo cardíaco, sem deixar vestígios. Durante o procedimento, não é implementado qualquer dispositivo, o que permite evitar complicações que podem ter origem na utilização de dispositivos metálicos. Adicionalmente, o tratamento dispensa monitorização ecocardiográfica e o doente permanece acordado, sendo-lhe apenas aplicada anestesia local. O procedimento, que foi realizado por João Carlos Silva, Cardiologista no Hospital CUF Porto, contou com a colaboração de Gerard Marti, especialista pioneiro nesta área em Espanha.

SABIA QUE... O "foramen oval patente" é um defeito na membrana que separa as aurículas direita e esquerda do coração, permitindo a passagem de pequenos coágulos diretamente para a circulação arterial. Acredita-se que possa estar na origem da ocorrência de acidentes vasculares cerebrais (AVC) e acidentes isquémicos transitórios (AIT), principalmente em doentes jovens.

SABIA QUE...

O Hospital CUF Descobertas é o único hospital português, e um dos poucos em todo o mundo, a disponibilizar o laser de fibra de Thulium. Torna-se, assim, um dos cinco centros de referência para formação internacional no tratamento da litíase renal.

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OS MELHORES CUIDADOS NO CONFORTO DE CASA A CUF reforçou os seus

PARCERIA PELA EDUCAÇÃO A CUF juntou-se à associação moçambicana Girl Move , que promove a iniciativa “Change – Programa de Liderança e Empreendedorismo Social”, numa parceria que tem como objetivo a educação e capacitação profissional das jovens inseridas no programa. No âmbito deste apoio, a CUF recebeu virtualmente cinco estagiárias, todas da área da saúde, e trabalhou com elas no sentido de as capacitar profissional e pessoalmente. Para o planeamento destes estágios, foram tidas em conta as necessidades de cada uma das jovens, bem como a aplicação prática dos ensinamentos e a sua relevância para Moçambique. Desta forma, além da aprendizagem técnica, o estágio incluiu formação especializada em temas relevantes para a comunidade moçambicana, como formação em saúde materno-infantil, segurança do doente, HIV e direitos humanos.

serviços , na condição de primeiro operador de saúde privado a

disponibilizar uma oferta integrada e complementar de cuidados domiciliários em Portugal, com a criação de uma Unidade de Hospitalização Domiciliária. Esta Unidade permite internar o doente no conforto da sua casa, mantendo um rigor e uma segurança clínica idênticos ao internamento nos hospitais CUF. A iniciativa começou a ser implementada em junho, através de um projeto-piloto no Hospital CUF Descobertas e no Hospital CUF Infante Santo, estando agora a ser alargada a outros hospitais CUF. O QUE SÃO OS CUIDADOS DOMICILIÁRIOS CUF? Solução que garante o acesso aos cuidados de saúde CUF em casa • Equipa experiente, composta por médicos de Medicina Interna e enfermeiros Englobam uma rede nacional de prestação de serviços totalmente organizada e dividida em duas grandes áreas: Cuidados Domiciliários especializados Incluem: reabilitação, cuidados a idosos, apoio a pais e filhos, cuidados paliativos, cuidados → • •

Saiba mais sobre a iniciativa “Change” e o seu trabalho na realização de formações e estágios dirigidos a jovens mulheres de Moçambique em empresas portuguesas em www.girlmove.org

VANTAGENS DA HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIÁRIA

Promove a educação para a saúde Aumenta a autonomia do doente Reforça a relação entre médico e doente Melhora a articulação com o Médico Assistente Reduz o tempo de imobilização dos doentes Melhora a qualidade do sono Maior satisfação dos doentes e cuidadores Reduz o tempo de internamento

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na patologia neurológica e oncologia. Unidade de Hospitalização Domiciliária

HOSPITAL VILA FRANCA DE XIRA RENOVA ACREDITAÇÃO DA JOINT COMMISSION INTERNATIONAL

CUF.PT No site da CUF, encontra a resposta para todas as suas questões sobre a COVID-19. Apresentamos alguns exemplos.

O uso da máscara pode agravar a acne? Usar máscara durante longos períodos pode favorecer o aparecimento de acne, mas é possível preveni-la sem abdicar da proteção contra a COVID-19. tinyurl.com/y533fsvj Quais são as recomendações relativamente à saúde oral? Para prevenir a infeção por COVID-19, é importante adotar uma higiene oral rigorosa. Em CUF.pt pode assistir a um vídeo que lista os hábitos que deve colocar em prática. tinyurl.com/y2kdo7jj Como lidar com a depressão durante a COVID-19? Quem sofre de doença mental pode ver os seus sintomas agravados pelo atual contexto de pandemia. Saiba como lidar com a depressão O que precisa de saber se tem diabetes? Os diabéticos fazem parte do grupo de risco da infeção por COVID-19, não por terem maior probabilidade de a contrair mas sim pela gravidade das complicações. Saiba como as prevenir. tinyurl.com/y62ybznb Como evitar as mãos secas de tanto as lavar? Uma boa higienização das mãos é muito importante para prevenir a infeção por COVID-19, mas pode resultar em mãos secas. Aprenda a cuidar da sua pele. tinyurl.com/y2hafz46 Qual é a diferença entre os testes de diagnóstico e os testes serológicos? Existem dois tipos de testes disponíveis: um para confirmar a infeção por COVID-19, outro para avaliar a presença de anticorpos para a doença. Conheça as diferenças. tinyurl.com/y5o4yf7g e quando pedir ajuda. tinyurl.com/yylxcueq

A Joint Commission International , uma das mais prestigiadas entidades acreditadoras independentes na área da saúde a nível mundial, acaba de renovar a acreditação do Hospital Vila Franca de Xira num processo onde são analisados e validados mais de mil parâmetros de qualidade na prestação de cuidados e segurança do doente. Esta é a terceira vez consecutiva que o Hospital Vila Franca de Xira é acreditado pela Joint Commission International, vendo assim a qualidade do seu trabalho reconhecida por esta entidade, que tem como missão supervisionar e certificar unidades de saúde um pouco por todo o mundo, de acordo com padrões de qualidade validados internacionalmente.

EM PROL DAS ARTES

O Instituto CUF Porto engloba agora o Centro Internacional de Medicina das Artes , o primeiro centro em Portugal inteiramente especializado na prevenção, avaliação e tratamento das dores e lesões desenvolvidas por artistas profissionais e

amadores: músicos, bailarinos, atores, entre outros. Trata-se de um centro multidisciplinar e multiprofissional que permite abordar o artista de uma forma holística e individualizada, integrando várias especialidades médicas e várias áreas da saúde.

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PERFIL testemunhos

Nasceu a 11 de fevereiro de 1938, em Lisboa BI Começou a cantar aos 19 anos, quando integrou o Centro de Formação dos Artistas da Rádio, de Motta Pereira

Simone de Oliveira “Tenho a obrigação de ser uma mulher feliz” Há cerca de três décadas que a cantora e atriz Simone de Oliveira é assistida na CUF. Em conversa com a +VIDA , destaca o envolvimento dos profissionais de saúde que a têm acompanhado e deixa conselhos para quem pretende envelhecer com saúde.

Aos 82 anos de idade, tem uma vida ativa e bastante preenchida a nível profissional, social e familiar. Que cuidados mantém com a sua saúde? Sou muito cuidadosa comigo. Tento não comer coisas que me fazem mal. Tomo apenas a medicação que tenho de tomar: uma coisinha para o estômago, uma coisinha para o sistema nervoso à noite, mas nada de muito especial. Tenho uma certa cautela. Não sou obsessiva. Tenho tido muita sorte. Já tive coisas complicadas, mas passaram. Tenho uma vida normal. Enquanto puder bastar-me a mim própria, ter a cabeça no lugar, continuar a andar, a cantar e a representar, tenho a obrigação de ser uma mulher feliz. Afirmou, no passado, que o seu maior receio é perder a memória. Adota algum comportamento específico que a ajude a treinar o cérebro e a estimular a memória? Faço um espetáculo com 14 canções e não tenho um papel à frente – acho que isto é suficiente. Até hoje nunca foi preciso mais nada. Leio, não sou dependente da televisão mas vejo bastantes programas, faço palavras cruzadas, sou muito atenta ao que está à minha volta. Tenho aqueles esquecimentos normais de qualquer pessoa, de não saber

onde pus as chaves ou os óculos e estão à minha frente ou na cabeça. Mas é só. E que cuidados tem com a voz, tão importante na sua carreira e com a qual até já teve alguns contratempos no passado? Nenhuns. Tenho aulas de voz, uma vez por semana, há cinco anos. O que vou fazer mais aos 82 anos? É continuar a cantar, que é uma coisa ótima. Se eu cantar todas as semanas ou de 15 em 15 dias, faço o exercício absoluto. Ainda se recorda da primeira vez que entrou numa unidade de saúde CUF? Lembro-me muito bem. Tinha 50 anos, cancro da mama, e fui tratada no Hospital da CUF, onde fiz uma mastectomia. Regressei 15 ou 16 anos depois, com cancro no outro peito, mas desde os 50 anos que entro na CUF com uma certa regularidade. Ao longo destes anos de acompanhamento na CUF, lembra-se de algum momento que a tenha marcado particularmente? Talvez o acompanhamento que me foi feito na primeira vez, quando fiz a mastectomia. Tenho as melhores e as mais gratas recordações, bem como o maior respeito,

Venceu o Festival RTP da Canção com “Sol de Inverno”, em 1965. Conseguiu novamente o primeiro lugar em 1969, com “Desfolhada”

Abraçou vários ofícios: cantora, atriz, jornalista, locutora de continuidade e apresentadora de televisão e rádio

Tem dois filhos e quatro netos

Foi agraciada, em 1997, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, por Jorge Sampaio, e, em 2015, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por Aníbal Cavaco Silva

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por todas as enfermeiras, médicos e pessoas que tratam de nós. Sobretudo pelo setor da enfermagem. Estou extremamente grata a todos. E da segunda vez em que eu entrei pela mesma razão, no outro peito, fez-me uma certa ternura, porque a enfermeira que me levou para o bloco era a mesma da outra vez. E ela chorava. E eu dizia: “Não me chore, senhora enfermeira! Se a vejo a si a chorar, então começo a chorar aqui baba e ranho.” Quais considera as qualidades essenciais de um médico? Tem de ser bem-educado. Razoavelmente simpático. Acolhedor. Para a pessoa acreditar e ter coragem de dizer tudo. Eu sou de dizer tudo a qualquer médico, não escondo nada. Quero é saber. Já disse várias vezes: “Não me escondam as coisas, não quero que ponham paninhos quentes.” Mas é sobretudo a simpatia, o acolhimento. Gosto muito das mãos, dos olhos, da voz dos médicos. Recorda-se de algum conselho que um profissional de saúde CUF lhe tenha dado e que ainda hoje segue? Não emagrecer e não engordar. Porque, se emagrecer, fica logo tudo muito aflito a perguntar: “O que é que ela tem?” E engordar é porque, realmente, com próteses nas duas ancas e no joelho, mais do que 69 quilos não pode ser. Que conselhos deixaria às pessoas para um envelhecimento com mais saúde? Não fiquem fechadas em casa, tentem sair. E não olhem para trás, não vale a pena. Eu também sei como é. Vejo-me na RTP Memória. Mas aquela Simone deu lugar a esta. Tenho uma saudade lavada e tem sido das coisas que mais me têm ajudado. Tenho saudades do meu pai, da minha mãe, do Varela [o falecido marido], da minha filha que vive no estrangeiro há 35 anos, de dois netos que vivem fora – um em Berlim, outro em Luxemburgo. Não estou a dizer que é fácil. Não é. Mas, apesar dos pesares, não me deixo ficar no sofá. Por favor saiam, divirtam-se, vão ao cinema, vão ao teatro, conversem, vão tomar um café, vão ver o mar, arranjem coisas para fazer.

Saiba mais sobre o cancro da mama, doença que Simone de Oliveira enfrentou por duas vezes, com sucesso.

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HISTÓRIAS FELIZES • JOÃO PAULO COSTA

“Quanto mais se avança, mais se consegue ver até onde se consegue ir” Quando chegou à CUF, João Paulo Costa deslocava-se numa cadeira de rodas devido a um quadro de paraplegia. Três anos e muito trabalho de fisioterapia depois, já caminha e é completamente autónomo em todas as suas atividades diárias.

sentado, por diminuição acentuada da força muscular”, explica Teresa Soares da Costa, Coordenadora de Medicina Física e Reabilitação. “Era uma lesão considerada muito grave, sendo difícil prever desde o início até que ponto iria evoluir.” Após a consulta inicial e avaliação dos défices apresentados, foi prescrito um programa de reabilitação adequado às necessidades e dificuldades apresentadas por João Paulo. Desde o início dos tratamentos, toda a equipa é envolvida no processo de recuperação do doente, uma vez que é necessário um trabalho multidisciplinar bem organizado e articulado. De acordo com a fisioterapeuta Joana Passos Cardoso, que acompanha João Paulo Costa desde o início do tratamento no Instituto CUF Porto, os exercícios que este tem realizado – tanto na unidade como em casa – visam promover o controlo da espasticidade (tónus muscular/rigidez muscular), da dor, do equilíbrio, da coordenação motora e o aumento da massa muscular. “O nosso principal objetivo era que o João Paulo se tornasse novamente o mais autónomo possível. Que recuperasse a marcha e a capacidade para a realização das suas atividades da vida diária.”

linfoma não hodgkin

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O que é?

É um tipo de cancro linfático que pode atingir qualquer parte do organismo. Dependendo da rapidez com que se dissemina, pode ser indolente (espalha-se devagar e apresenta poucos sintomas) ou agressivo (dissemina-se rapidamente e o doente costuma ser bastante sintomático). Todos os anos, cerca de 1700 pessoas são diagnosticadas em Portugal com o linfoma não Hodgkin.

Sintomas

O linfoma não Hodgkin pode manifestar-se através de: • Aumento da dimensão dos gânglios no pescoço, axilas e/ou virilhas; • Febre; • Cansaço extremo; • Perda de peso sem motivo aparente; • Suores noturnos; • Lesões na pele, com ou sem comichão; • Dor abdominal, torácica, óssea ou de cabeça; • Abdómen inchado ou sensação de enfartamento; • Tosse; • Dificuldade em respirar.

Teresa Soares da Costa • Coordenadora de Medicina Física e Reabilitação no Instituto CUF Porto O ano de 2016 foi um dos mais dramáticos da vida de João Paulo Costa, microbiólogo atualmente com 41 anos. Devido a um agressivo linfoma não Hodgkin que lhe causou uma grave compressão medular, ficou paraplégico. Começou por ser submetido a uma cirurgia urgente noutra instituição de saúde onde iniciou o seu processo de recuperação. Passou também por um Centro de Reabilitação e, posteriormente, optou por prosseguir o seu tratamento de reabilitação no Instituto CUF Porto. “A CUF foi-me recomendada como um local de excelência onde seria bem acolhido e bem tratado”, revela João Paulo Costa. “Tive uma ótima receção, sempre com um sorriso no rosto e muita naturalidade. O facto de tudo ter sido tratado com a seriedade que a situação exigia mas sem a carga negativa e o ‘peso’ que o caso apresentava, permitiu-me lidar muito mais facilmente com a situação.” Quando chegou ao Instituto CUF Porto, o seu diagnóstico era reservado. “Encontrava-se numa cadeira de rodas, não apresentando capacidade de marcha, sem equilíbrio em pé e com equilíbrio do tronco precário, mesmo

Tratamento

O tratamento depende de diversos fatores, como a classificação do linfoma, o estadio da doença, a idade e o estado geral de saúde do doente. Em alguns casos, poderá ser necessário o transplante da medula óssea. A quimioterapia e a radioterapia também são terapêuticas usadas frequentemente para o tratamento desta patologia.

Joana Passos Cardoso • Fisioterapeuta no Instituto CUF Porto

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ANTÓNIO PEDROSA/4SEE

testemunhos

HISTÓRIAS FELIZES • JOÃO PAULO COSTA

Empenho e motivação Se no início foi “um bocadinho difícil ver luz ao fundo do túnel”, como recorda o microbiólogo, aos poucos foram surgindo melhorias. “Durante todo o tratamento, o João Paulo esteve sempre focado na sua recuperação”, assegura Joana Passos Cardoso. “Sempre atento e motivado para a realização dos exercícios. Sempre à procura de fazer mais e melhor.” Teresa Soares da Costa também insiste em destacar o empenho do doente no processo de reabilitação como sendo um dos mais importantes fatores de bom prognóstico: “O João Paulo mostrou-se sempre uma pessoa muito combativa, positiva e com uma vontade enorme de vencer. Foi sempre muito empenhado, cumpridor e nunca deixou de acreditar que conseguiria deixar a cadeira de rodas e voltar a andar.” O momento em que João Paulo Costa começou a conseguir deslocar-se com a ajuda de um andarilho, em novembro de 2017, foi um dos mais marcantes de todo o processo de reabilitação. O outro foi quando voltou a conduzir, em julho de 2019. “Recordo-me perfeitamente desse dia. Foi o momento em que me voltei a sentir verdadeiramente autónomo. Um misto de sensações: um bocadinho assustador, mas feliz”, revela, com um grande sorriso. Para a equipa que o acompanha no Instituto CUF Porto, este foi um “enorme desafio” e uma “enorme responsabilidade”. “Conseguirmos corresponder às expetativas e esperanças que o João Paulo tinha depositado em nós: recuperar a autonomia e ter uma vida o mais normal possível. Embora ainda tenha muitos obstáculos a ultrapassar, ele sabe que estamos aqui ao seu lado e que conta connosco para o acompanhar no resto do percurso”, assegura Teresa Soares da Costa. João Paulo Costa não se atemoriza com o caminho que permanece por percorrer: “Quanto mais se avança, mais se consegue ver até onde se consegue ir.” Recorda que entrou no Instituto CUF Porto numa cadeira de rodas, necessitando de ajuda para tudo, e neste momento já caminha – embora ainda com recurso a canadianas –, voltou a conduzir e a trabalhar. É hoje uma pessoa autónoma. 14 | +vida

SABIA QUE ...

crónicas no âmbito da deficiência ou da incapacidade”, explica Teresa Soares da Costa, Coordenadora de Medicina Física e Reabilitação no Instituto CUF Porto. A médica acrescenta que o derradeiro intuito é “promover e reabilitar a função do indivíduo de forma a permitir uma melhor qualidade de vida”. Nos hospitais e clínicas CUF, a Medicina Física e Reabilitação integra fisiatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e terapeutas da fala.

Medicina Física e Reabilitação é a especialidade médica responsável pelo diagnóstico e tratamento de diferentes tipos de patologias no adulto e na criança, onde se incluem disfunções musculoesqueléticas, doenças neurológicas, cardiorrespiratórias, vasculares, reumatológicas, oncológicas, entre outras. “Tem como objetivo a aplicação de diferentes estratégias terapêuticas que visam prevenir ou diminuir as consequências de determinadas doenças agudas ou

ANTÓNIO PEDROSA/4SEE

foco

REPORTAGEM

Hospital CUF Tejo O futuro da saúde está aqui

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T udo começou no já distante ano de 1945. A inauguração do Hospital CUF Infante Santo, na zona de Alcântara, marcava de forma indelével o nascimento da CUF enquanto prestadora de cuidados de saúde. Decorridos 75 anos, é nesta mesma zona de Lisboa, junto ao rio, que surge o Hospital CUF Tejo, uma unidade hospitalar com um conceito inovador, focada nas doenças do futuro, que centra a sua ação nos doentes, familiares e cuidadores ao mesmo tempo que promove a investigação clínica e a formação pré e pós-graduada em saúde. “Acreditamos que, com estas três dimensões, temos condições para continuar a prestar aos doentes os melhores cuidados de saúde, incluindo a muito importante vertente de prevenção que, há 10 ou 15 anos, não estava tão presente nas nossas agendas. O foco da CUF é proporcionar sempre os melhores resultados clínicos”, explica Catarina Gouveia, Administradora Executiva da CUF. O novo hospital da CUF foi desenhado de raiz tendo por base um modelo clínico diferenciador, organizado em grandes centros clínicos, constituídos por diversas unidades funcionais de patologia. “As especialidades conjugam-se entre elas de modo a dar ao doente a resposta de que este necessita – uma resposta multiespecialidade e multiprofissional”, diz a responsável. Para Catarina Gouveia, a possibilidade de pensar o hospital do zero foi uma oportunidade única. “Teve a aliciante de podermos combinar aquilo que de melhor a CUF sabe e faz com outras melhores práticas que encontrámos, nomeadamente a nível internacional”, refere. “Foi um desafio muito mobilizador transportar os 75 anos de experiência da CUF e conjugá-los com as exigências do mundo de hoje e da medicina do futuro. Afinal, queremos que o Hospital CUF Tejo perdure por muitas dezenas de anos, sempre na linha da frente dos cuidados de saúde.” +vida | 17

Com um modelo clínico centrado no doente e uma aposta clara nas chamadas doenças do futuro, bem como na formação e investigação, o novo Hospital CUF Tejo é uma unidade que marca a diferença na saúde, tanto a nível nacional como internacional.

MIGUEL MADEIRA/4SEE

Catarina Gouveia • Administradora Executiva da CUF

foco

REPORTAGEM • HOSPITAL CUF TEJO

João Paço • Diretor Clínico do Hospital CUF Tejo

MIGUEL MADEIRA/4SEE

Um novo conceito integrado de saúde “No dia 28 de setembro, quando o Hospital CUF Tejo abriu, o ambiente era de grande celebração, com os médicos satisfeitos a mostrarem as salas uns aos outros”, revela João Paço, Diretor Clínico do Hospital CUF Tejo. As novas instalações eram um desejo de há muito. Depois de 30 anos no Hospital CUF Infante Santo – onde, aliás, até nasceu –, João Paço encara com grande entusiasmo o novo começo à beira-rio. “É um local magnífico que ajuda a criar um ambiente de trabalho fantástico.” Para João Paço, o modelo clínico escolhido para o novo hospital, com as especialidades agrupadas em 14 centros subdivididos em 25 unidades de patologia (e este número continuará a crescer no futuro), é merecedor de destaque. “As especialidades estão organizadas por afinidades clínicas – a Cirurgia Plástica junto à Dermatologia, a Patologia Digestiva junto à Cirurgia, e por aí adiante – em unidades de tratamento que favorecem uma abordagem multidisciplinar subordinada à ideia de que tudo se centra no doente.” A aposta vincada nas doenças do futuro, relacionadas sobretudo com áreas como Oncologia, Neurociências e Cardiovascular, reflete igualmente a missão que o Hospital CUF Tejo assume em servir uma população desafiada por uma longevidade cada vez maior. “Estamos extraordinariamente bem preparados nestas áreas”, assegura João Paço. “Por exemplo, para recuperar um doente vascular que necessite de substituir uma aorta abdominal ou outra cirurgia vascular, dispomos de uma sala híbrida na qual se pode operar um doente primeiro com uma angiografia de intervenção, seguida de uma intervenção por via aberta, se assim for necessário. O que também só é possível porque existe uma equipa altamente qualificada nesta área.” 18 | +vida

O Diretor Clínico do Hospital CUF Tejo salienta igualmente os esforços relacionados com investigação e formação. “Tudo está pensado em conjunto e tudo está ligado em rede. Por exemplo, no bloco operatório existe a possibilidade de observar as cirurgias, filmá-las e transmiti-las em direto para uma ou várias salas de reuniões onde as técnicas cirúrgicas podem ser comentadas e aprendidas por cirurgiões mais jovens ou mesmo por estudantes. Não são apenas os especialistas que ganham com a riqueza iconográfica, esta também é vivida com médicos mais jovens.” O Hospital CUF Tejo afirma-se, aliás, enquanto hospital com ensino pós-graduado, ao acolher o internato médico de Oncologia e Otorrinolaringologia, e irá receber em 2021 o internato de Imagiologia. Em paralelo, o Hospital CUF Tejo também se afirma no plano do ensino universitário. “Fruto da relação que temos com a NOVA Medical School, recebemos igualmente alunos em várias áreas: Otorrinolaringologia, Pneumologia, Gastroenterologia, Cirurgia Geral e Pediatria. Depois, temos ainda os doutoramentos”, explica João Paço antes de destacar o Centro de Simulação da CUF Academic Center, pensado de origem e instalado no hospital. “É uma espécie de joia da coroa.” Um modelo clínico inovador Carlos Vaz, que coordenou a equipa que desenvolveu o projeto clínico do Hospital CUF Tejo, assume que a nova organização tenta responder à ideia, hoje dominante a nível internacional, de que “o modelo tradicional dos hospitais divididos por especialidades estanques não é o ideal para servir o doente”. Para criar o projeto, Carlos Vaz e a sua equipa foram procurar inspiração a vários modelos internacionais, nomeadamente

OS NÚMEROS DO HOSPITAL CUF TEJO

Área superior a 75 mil m 2

Mais de 1700 profissionais

Carlos Vaz • Coordenador da equipa que desenvolveu o projeto clínico do Hospital CUF Tejo

213 camas de internamento geral

ao Instituto Karolinska, na Suécia. “Em Portugal ainda não existe nenhum hospital que esteja totalmente organizado desta forma. Penso que o Hospital CUF Tejo será o primeiro a sê-lo e a assumi-lo”, explica Carlos Vaz, para quem não é a criação das unidades que traz inovação mas sim o facto de todo o hospital ser pensado de raiz desta forma. O novo modelo clínico faz com que os médicos estejam ainda mais comprometidos com todos os percursos clínicos das patologias que tratam. “Os médicos têm a clara noção de que estão envolvidos num processo em que uns puxam pelos outros, uns auditam os outros, uns ajudam os outros, todos se complementam e há um trabalho verdadeiramente multidisciplinar”, explica o responsável. E dá um exemplo: “Tradicionalmente, quando um médico trabalha sozinho, se for preciso outro especialista ele sai de cena. No entanto, neste modelo nunca sai de cena e nunca está sozinho.” Carlos Vaz aponta ainda as vantagens do modelo para o ensino da Medicina. “Alguém que venha para aprender encontra, em menos tempo, muito mais volume de trabalho numa determinada patologia, além de ter contacto com uma equipa multidisciplinar que, de uma forma eficaz, lhe transmite muito mais saber. Quem está a aprender recebe um conhecimento mais completo e integrado, de todos os diferentes especialistas envolvidos; dir-se-ia que mais do que uma transmissão de ‘saberes’, temos algo mais próximo de uma transmissão de ‘conhecimento’ ou de ‘sabedoria’. Quem está a aprender fá-lo com todos e num processo verdadeiramente integrado.” Enquanto cirurgião, Carlos Vaz não hesita em apontar as mais-valias deste tipo de organização, assegurando que lhe dá a garantia de que os doentes seguem os percursos certos nos tempos certos.

10 salas de bloco operatório (incluindo uma sala híbrida com equipamento único na Península Ibérica e uma sala de cirurgia robótica)

14 camas de cuidados intensivos

178 gabinetes de consultas e exames

Centro do Conhecimento com mais de 600 m 2 que inclui um Centro de Simulação

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foco

REPORTAGEM • HOSPITAL CUF TEJO

DIANA TINOCO/4SEE

Por sua vez, Cátia Gradil, corresponsável pela Unidade Neurovascular do Centro de Neurociências, mostra-se igualmente entusiasmada. “Esta organização em centros e subdivisão em unidades funcionais vai permitir estruturar e aprofundar o contacto entre especialidades afins tais como a Neurocirurgia, a Neurologia, a Neurorradiologia – nomeadamente a de intervenção –, a Radiocirurgia (Centro Gamma Knife), a Medicina Interna, a Cirurgia Vascular e a Neurofisiatria”, lista a Neurocirurgiã. “Centrada no doente, torna a sua experiência mais fluida no caso de diagnósticos de acidente vascular cerebral (AVC) isquémico, AVC hemorrágico, aneurisma cerebral, malformação arteriovenosa, fístula arteriovenosa ou cavernoma.” O corpo clínico também ganha uma visão mais completa de cada doente numa área que tira partido dos avanços tecnológicos disponíveis no Hospital CUF Tejo. “Os novos microscópios dão-nos a possibilidade de visualização intraoperatória dos vasos contrastados à superfície, o que, sobretudo na área neurovascular, e mais concretamente no tratamento de aneurismas cerebrais, malformações arteriovenosas e fístulas arteriovenosas, é de grande utilidade”, explica Cátia Gradil. Não obstante, para a médica, a grande preparação clínica continua a ser a inerente ao gesto cirúrgico: “A tecnologia permite-nos ser mais ousados sem perdermos de vista o objetivo máximo, que é a segurança do doente. O caminho para atingir esse equilíbrio constitui a maior curva de aprendizagem para alguém que se dedique a esta área.”

Cátia Gradil • Cocoordenadora da Unidade Neurovascular do Centro de Neurociências no Hospital CUF Tejo

UM HOSPITAL, 14 CENTROS CLÍNICOS • Centro de Cirurgia e Patologia Digestiva • Centro de Coração e Vasos • Centro da Criança e Adolescente • Centro de Dermatologia, Cirurgia Plástica e Estética • Centro de Endocrinologia e Nutrição • Centro de Medicina, Prevenção e Envelhecimento • Centro da Mulher

• Centro de Neurociências • Centro de Oftalmologia • Centro de Oncologia • Centro de Ortopedia e Músculo-Esquelético • Centro de Otorrinolaringologia

• Centro do Pulmão • Centro de Urologia

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Formação de alto nível Centro de Simulação da CUF Academic Center Criado em parceria com

a NOVA Medical School, o Centro de Simulação da CUF Academic Center, instalado no Hospital CUF Tejo, foi projetado para ser uma unidade formativa de referência. O Centro de Simulação da CUF Academic Center abrange desde o mais minucioso gesto técnico individual a cenários complexos de intervenção multidisciplinar. Equipado com as mais avançadas tecnologias de simulação, realidade virtual e aumentada, o Centro de Simulação, localizado no Hospital CUF Tejo, conta com uma oferta formativa que se adequa aos diferentes níveis de experiência e especialização dos profissionais de saúde. Dispõe de várias salas especialmente desenhadas para esse efeito. “Temos, por exemplo, a sala de simulação de alta fidelidade, que mimetiza uma sala de cuidados intensivos ou de emergência, podendo ainda ser convertida em sala de bloco operatório”, explica Pedro Garcia, Diretor Clínico do Centro de Simulação. “A ideia é replicar os ambientes reais e fazer treino de equipas multidisciplinares numa reconstrução fidedigna dos seus ambientes de trabalho.” Na sala de controlo, adjacente à sala de simulação, os instrutores comandam os modelos e simuladores de acordo com o decorrer do cenário. Neste ambiente, a implementação de metodologias como crisis resource management , permite o treino de competências não técnicas como liderança, trabalho de equipa, virtualmente todas as áreas assistenciais, médicas e cirúrgicas e está preparado para desenvolver programas de formação que vão comunicação ou reconhecimento de situações potencialmente perigosas, otimizando assim o desempenho das equipas e dos sistemas. O Centro de Simulação conta ainda com salas de imagiologia, procedimentos cirúrgicos, procedimentos endoscópicos, task-training individual e salas de debriefing . Toda a infraestrutura está dotada de um sistema integrado de gestão de formação, registo audiovisual, avaliação e discussão de desempenho formativo e técnico. “Ter o Centro de Simulação da CUF Academic Center sediado num hospital de elevada diferenciação como o Hospital CUF Tejo garante a otimização de recursos humanos e técnicos. Por outro lado, está também contemplada a implementação de programas de simulação

Pedro Garcia • Diretor Clínico do Centro de Simulação da CUF Academic Center

in situ com os simuladores e equipas formativas a serem deslocados para os ambientes reais de atividade assistencial dos clínicos”, diz Pedro Garcia. Para o responsável, o caráter profundamente diferenciador do Centro deve-se não só à capacidade técnica instalada mas também ao programa pelo qual se rege. “Ter pessoas dedicadas ao Centro de Simulação e uma Direção Clínica que pensa os programas de formação e percebe, especialidade a especialidade, as necessidades formativas de modo a estabelecer programas que as colmatem é seguramente um elemento diferenciador.”

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REPORTAGEM • HOSPITAL CUF TEJO

O doente no centro das operações O projeto do Hospital CUF Tejo é altamente diferenciado também ao nível da enfermagem. “O novo modelo permite, de uma forma mais sistematizada, colocar o doente e a família no centro dos cuidados”, garante José Coelho, Enfermeiro-Diretor. “O novo hospital tem as melhores condições no que respeita à vertente tecnológica, o que funcionará como um suporte efetivo para dar tempo aos enfermeiros para cuidarem dos nossos doentes e respetivas famílias de uma forma mais humanizada e holística.” O envolvimento dos cuidadores é um aspeto importante em todo o processo. “O objetivo da equipa é envolvê-los de modo a capacitar tanto o doente como a sua família o mais rapidamente possível para um processo de alta clínica e de transição segura para o seu ambiente de vida normal”, explica o Enfermeiro- -Diretor. A criação da figura do enfermeiro-coordenador de cuidados para as três áreas distintivas do hospital – Neurociências, Oncologia e Cardiovascular – é outro elemento original desta abordagem. “Este enfermeiro coordena o percurso clínico do doente e integra uma equipa multidisciplinar, atuando como elo de ligação entre este e a equipa clínica, promovendo desta forma a continuidade de cuidados, tanto no hospital como na comunidade”, diz José Coelho. Além disto, cabe ao enfermeiro-coordenador capacitar e promover a participação de doente, família e cuidadores na planificação dos cuidados através da educação e transmissão de conhecimentos sobre a patologia e o processo de doença desde o momento do diagnóstico. A função envolve ainda uma vertente de investigação e promoção de conhecimento na própria equipa. “Além de participarmos em projetos de investigação e ensaios clínicos, pretendemos estabelecer parcerias com faculdades de enfermagem que nos permitam beneficiar do seu know-how ”, afirma José Coelho.

José Coelho • Enfermeiro-Diretor no Hospital CUF Tejo

Sara Parreira, Enfermeira-Gestora para a área de Oncologia no Hospital CUF Tejo, congratula-se com o que foi alcançado na área da enfermagem oncológica. “Temos projetos muito interessantes a nível de enfermagem de acompanhamento do doente, desde o momento do diagnóstico até à fase de sobrevivência e vigilância ou em situações de fim de vida.” Os enfermeiros-coordenadores de cuidados oncológicos estão presentes nas Unidades da Mama e Cancro Colorretal. No futuro, encontrar-se-ão também na Unidade de Cancro do Pulmão. “São enfermeiros de referência, com formação especializada, que acompanham o doente e os seus cuidadores ao longo de toda a sua trajetória. Conseguem acionar serviços de apoio, articular com a equipa médica e assegurar as transições rápidas entre serviços ou apoio domiciliário porque conhecem bem o doente e as suas necessidades”, explica Sara Parreira. A dimensão emocional e psicológica foi devidamente acautelada. Todos os doentes em tratamento oncológico têm uma linha de acesso aos enfermeiros de oncologia, disponível 24 horas por dia. E as instalações foram estruturadas de modo a garantir o maior conforto e privacidade possíveis. “No hospital de dia temos boxes individualizadas destinadas a pessoas que precisem de fazer tratamento em cama ou pretendam privacidade, com música de fundo e monitores de televisão no teto que exibem cenários relaxantes, para uma maior tranquilidade.” É a partir do hospital de dia que é feito o acesso ao jardim terapêutico, um espaço ao ar livre onde os doentes poderão, inclusive, fazer parte do tratamento. “É todo este novo modelo que faz a diferença. Não só o espaço mas também a presença de valor nos cuidados e a existência de enfermagem especializada na área”, defende Sara Parreira. “É cada vez mais necessária esta subespecialização para conhecer melhor, tratar melhor e cuidar melhor.”

Sara Parreira • Enfermeira-Gestora Oncológica no Hospital CUF Tejo

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