Revista + Vida 26 | Doenças do Futuro

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REPORTAGEM • HOSPITAL CUF TEJO

João Paço • Diretor Clínico do Hospital CUF Tejo

MIGUEL MADEIRA/4SEE

Um novo conceito integrado de saúde “No dia 28 de setembro, quando o Hospital CUF Tejo abriu, o ambiente era de grande celebração, com os médicos satisfeitos a mostrarem as salas uns aos outros”, revela João Paço, Diretor Clínico do Hospital CUF Tejo. As novas instalações eram um desejo de há muito. Depois de 30 anos no Hospital CUF Infante Santo – onde, aliás, até nasceu –, João Paço encara com grande entusiasmo o novo começo à beira-rio. “É um local magnífico que ajuda a criar um ambiente de trabalho fantástico.” Para João Paço, o modelo clínico escolhido para o novo hospital, com as especialidades agrupadas em 14 centros subdivididos em 25 unidades de patologia (e este número continuará a crescer no futuro), é merecedor de destaque. “As especialidades estão organizadas por afinidades clínicas – a Cirurgia Plástica junto à Dermatologia, a Patologia Digestiva junto à Cirurgia, e por aí adiante – em unidades de tratamento que favorecem uma abordagem multidisciplinar subordinada à ideia de que tudo se centra no doente.” A aposta vincada nas doenças do futuro, relacionadas sobretudo com áreas como Oncologia, Neurociências e Cardiovascular, reflete igualmente a missão que o Hospital CUF Tejo assume em servir uma população desafiada por uma longevidade cada vez maior. “Estamos extraordinariamente bem preparados nestas áreas”, assegura João Paço. “Por exemplo, para recuperar um doente vascular que necessite de substituir uma aorta abdominal ou outra cirurgia vascular, dispomos de uma sala híbrida na qual se pode operar um doente primeiro com uma angiografia de intervenção, seguida de uma intervenção por via aberta, se assim for necessário. O que também só é possível porque existe uma equipa altamente qualificada nesta área.” 18 | +vida

O Diretor Clínico do Hospital CUF Tejo salienta igualmente os esforços relacionados com investigação e formação. “Tudo está pensado em conjunto e tudo está ligado em rede. Por exemplo, no bloco operatório existe a possibilidade de observar as cirurgias, filmá-las e transmiti-las em direto para uma ou várias salas de reuniões onde as técnicas cirúrgicas podem ser comentadas e aprendidas por cirurgiões mais jovens ou mesmo por estudantes. Não são apenas os especialistas que ganham com a riqueza iconográfica, esta também é vivida com médicos mais jovens.” O Hospital CUF Tejo afirma-se, aliás, enquanto hospital com ensino pós-graduado, ao acolher o internato médico de Oncologia e Otorrinolaringologia, e irá receber em 2021 o internato de Imagiologia. Em paralelo, o Hospital CUF Tejo também se afirma no plano do ensino universitário. “Fruto da relação que temos com a NOVA Medical School, recebemos igualmente alunos em várias áreas: Otorrinolaringologia, Pneumologia, Gastroenterologia, Cirurgia Geral e Pediatria. Depois, temos ainda os doutoramentos”, explica João Paço antes de destacar o Centro de Simulação da CUF Academic Center, pensado de origem e instalado no hospital. “É uma espécie de joia da coroa.” Um modelo clínico inovador Carlos Vaz, que coordenou a equipa que desenvolveu o projeto clínico do Hospital CUF Tejo, assume que a nova organização tenta responder à ideia, hoje dominante a nível internacional, de que “o modelo tradicional dos hospitais divididos por especialidades estanques não é o ideal para servir o doente”. Para criar o projeto, Carlos Vaz e a sua equipa foram procurar inspiração a vários modelos internacionais, nomeadamente

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