Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

"Quanto menos fizermos, menos

A prática desportiva é importante ao longo de toda a vida, pelo que não deve ser a idade, mas as características individuais a determinar a escolha da atividade a praticar. “A prescrição de exercício deve ser individualizada e este deve ser ajustado à capacidade da pessoa e ao que é seguro para ela praticar. É sempre importante termos em atenção eventuais patologias crónicas ou fatores de risco associados, de modo a conseguir ligar os benefícios do exercício à gestão destas doenças”, explica o especialista em Medicina Desportiva. Também cabe ao médico ter a sensibilidade de perceber o tipo de modalidade que se adapta mais aos interesses pessoais de cada um. “Não adianta nada ter uma pessoa que quer muito fazer exercício, mas detesta correr e eu dizer-lhe que devia correr. A base do sucesso na introdução ao exercício físico é a pessoa fazer algo que gosta.” A mais-valia da consulta de Medicina Desportiva para quem quer iniciar-se no exercício prende-se tanto com a possibilidade de avaliação clínica cuidada e individual – que vai desde a realização de exames médico-desportivos com avaliação de fatores de risco, sem esquecer a deteção de eventuais alterações ao nível musculoesquelético que devam ser tidas em conta, até à prevenção, tratamento de lesões e gestão de patologias crónicas no contexto da prática de exercício físico. “É uma especialidade que abrange uma panóplia de situações relacionadas com o exercício que nos dotam das ferramentas ideais para o acompanhamento de pessoas que pretendam fazer exercício físico regular”, garante Marco Botelho, que não se cansa de sublinhar que qualquer idade é boa para iniciar a prática desportiva. “Quanto menos fizermos, menos capacidade vamos ter para fazer. Daí a importância de, desde cedo, adotarmos hábitos regulares de exercício físico. Sabemos que a questão da mobilidade, nomeadamente em pessoas com mais idade, acaba por ser melhorada em pessoas com hábitos de exercício”, diz o médico, que cita um artigo recente, publicado no British Journal of Sports Medicine , sobre como, por exemplo, em casos de artroses – nomeadamente do joelho –, o exercício físico regular tem os mesmos benefícios, ao nível da dor, que a toma de um anti- inflamatório. “Nunca é tarde para começar. É tudo uma questão de hábito: depois de se criar uma rotina, não são muitas as pessoas que desistem. O benefício não é apenas para quem começa com 20 anos. Quem começa com 60 anos vai mais do que a tempo de colher benefícios da prática do exercício físico.”

capacidade vamos ter para fazer. Daí a importância de, desde cedo, adotarmos hábitos regulares de exercício físico."

Na página 38, saiba mais sobre os benefícios do acompanhamento médico na prática de exercício físico.

Marco Botelho • Especialista em Medicina Desportiva na Clínica CUF Alvalade e na Clínica CUF Almada

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ANTÓNIO AZEVEDO (4SEE)

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