AS DOENÇAS DO FUTURO O acentuado envelhecimento da população e a prevalência das doenças crónicas trazem desafios crescentes ao sistema de saúde como um todo. Atenta ao presente de forma a perspetivar o futuro, a CUF aposta na criação de cuidados de saúde diferenciados e no acompanhamento próximo destas doenças, particularmente nas áreas de Oncologia, Neurociências e Cardiovascular. Estas são áreas nas quais a formação e a investigação são particularmente importantes, existindo nesse âmbito uma ligação sólida com a NOVA Medical School, a fim de promover a investigação, a formação e a qualificação das equipas clínicas.
Quando a pandemia da COVID-19 entrou nas nossas vidas, como estruturou a CUF a sua atuação para fazer face a esta nova realidade? Por atuarmos no setor da saúde, estivemos desde cedo muito atentos ao desenvolvimento desta questão, mesmo a nível internacional. O nosso primeiro documento sobre a pandemia é uma instrução da Direção da Qualidade e Segurança que data de janeiro de 2020. A partir do início de março, estruturámos um gabinete de crise, algo que está documentado nas nossas práticas e políticas para determinadas situações. Implementámos um conjunto alargado e multidisciplinar de valências e unidades, o que estabeleceu desde logo o conjunto de princípios que considerámos basilares na nossa atuação: garantir a segurança dos nossos colaboradores; garantir a segurança e a qualidade do serviço prestado aos nossos clientes, na patologia COVID-19 e não COVID-19; e estar à disposição do SNS para o que nos fosse solicitado. Aliás, mesmo antes de nos ter sido pedido auxílio, já estávamos preparados para essa eventualidade. Foi muito importante definirmos as nossas pedras basilares em termos de atuação, de modo a que, sempre que fosse necessário tomar decisões mais complexas, em momentos de maior stresse, pudéssemos manter-nos alinhados com o que anteriormente havíamos definido como atuações prioritárias. CUF Tejo, que veio substituir o nosso primeiro hospital, o Hospital CUF Infante Santo. Abrimos ainda a segunda fase do Hospital CUF Sintra e expandimos o Hospital CUF Torres Vedras. Foi, por isso, um ano em que, ao mesmo tempo que dávamos resposta à pandemia, demonstrámos muita vitalidade na concretização dos planos de crescimento e expansão que temos vindo a preparar desde há muito tempo. É por isso que, globalmente e em síntese, podemos dizer que 2020 foi um ano em que a CUF saiu reforçada na vivência dos seus valores, com uma coesão e um espírito de serviço e organização muito evidentes, numa cada vez maior proximidade aos nossos clientes. Todos estes elementos geram uma expectativa muito positiva para o futuro.
De que forma a pandemia alterou as prioridades estratégicas da CUF definidas para 2020 e a estratégia para os próximos anos? A pandemia alterou o ritmo: se umas vezes atrasou o caminho traçado, também o acelerou em alguns momentos, até pela natureza dos desafios apresentados, que levou ao desenvolvimento de tendências que já estavam presentes nos cuidados de saúde – e na nossa vida, de uma forma geral. A pandemia trouxe consigo um acelerar da inovação, nomeadamente na área digital, da qual a teleconsulta é a faceta mais visível, mas não a única. A digitalização permite-nos dar uma resposta mais rápida e eficiente aos nossos clientes, onde quer que estejam, e se essa foi uma nota muito importante durante todo este tempo, continuará a sê-lo no futuro. Como refere, a pandemia acabou por acelerar a transformação digital das empresas ao nível global. Estaremos a assistir à emergência de um novo paradigma na prestação de cuidados de saúde? Não é tanto um novo paradigma, mas a continuação de uma tendência que já se verificava. É uma maior preocupação com a saúde, de uma forma mais holística, uma maior amplitude nos cuidados de saúde, não só do ponto de vista das pessoas mas também dos prestadores, que são cada vez mais abrangentes. Há um cuidado maior na prevenção, na prática de estilos de vida mais saudáveis, na atenção à alimentação e ao exercício físico. Mas não só, porque há depois uma preocupação em seguir o cliente
também no pós-doença. Isso acontece de forma muito clara com os doentes COVID-19, em que há uma necessidade de acompanhar a sua recuperação, mas em todas as nossas valências existe essa capacidade de fazer o seguimento. A digitalização dos cuidados de saúde pode aproximar os doentes das instituições de saúde ao eliminar as barreiras físicas, mas, nesta perspetiva, será possível continuar a assegurar cuidados de saúde humanizados? Ou a tecnologia poderá substituí-los? A digitalização vem reforçar a prática de cuidados de saúde mais globais, nos quais se olha para o paciente como um todo. Funciona como um reforço da prática clínica, colocando-se ao serviço dos doentes e não substituindo o cuidado humanizado. Vem ao encontro de tendências importantes nos cuidados de saúde: maior amplitude nos cuidados, prestação mais abrangente e gestão cooperativa, em rede. Um bom exemplo de como a tecnologia trabalha para essa humanização foi observado durante a pandemia: foram disponibilizados tablets para que os doentes pudessem contactar as famílias, de modo a garantir essa tão importante vertente do apoio familiar, mesmo que à distância. Outro exemplo é o da já referida gestão em rede, que permite que os nossos clientes possam ser seguidos em qualquer uma das unidades de saúde CUF, sempre acompanhados pelo seu processo e com um conhecimento profundo do seu percurso clínico, de forma a garantir um tratamento de maior qualidade.
+vida | 37
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