Aprovação nacional e internacional Estêvão Lima refere que a CUF Technique apresenta várias vantagens relativamente às abordagens mais tradicionais: o risco de complicações cirúrgicas é menor; a cirurgia é realizada com o doente deitado de forma mais horizontal na mesa cirúrgica, o que lhe facilita a respiração, possibilitando a operação em doentes com doenças respiratórias; e a previamente referida ausência de contacto com o intestino permite que, no pós-operatório, o intestino recupere o seu funcionamento mais rapidamente e com menos dor. “Com a abordagem extraperitoneal da CUF Technique, a maioria dos doentes tem um internamento inferior a 23 horas, o que significa que tende a não ficar internado, mas sim em regime de ambulatório”, refere o Coordenador de Urologia da CUF. “Outra das vantagens é que pode ser a única forma de realizar uma prostatectomia assistida
por robô em doentes com múltiplas cirurgias abdominais ou com história prévia de peritonites.” Existem casos específicos em que a CUF Technique não pode ser utilizada, nomeadamente “em doentes que já tenham colocado uma rede no espaço prevesical no tratamento de hérnias ou em doentes com a bacia óssea muito estreita”, mas isto não impede a ampla aceitação da nova abordagem por parte da comunidade médica nacional e internacional. “Fomos convidados para escrever um capítulo de um livro de edição internacional sobre técnicas de prostatectomia radical robótica e temos sido convidados para demonstrações cirúrgicas ao vivo, tanto ao nível nacional como internacional”, exemplifica Estêvão Lima. “Também temos dado formações práticas no âmbito da CUF Academic Center, com a realização de uma masterclass .”
Qual é a taxa de sucesso da prostatectomia radical no tratamento do cancro da próstata? A prostatectomia radical é, cada vez mais, o tratamento inicial ideal para proporcionar a cura do cancro – e aquele com menores efeitos secundários. A cirurgia, atualmente realizada por via minimamente invasiva (como com a utilização do robô), tem a vantagem de retirar a próstata com o cancro sem causar incontinência urinária e sem causar impotência sexual. Além disso, por retirar a próstata e as vesículas seminais, esta cirurgia proporciona um melhor estadiamento da doença, o que pode ajudar a definir melhor os tratamentos adicionais para tratar o cancro. Em comparação com a radioterapia, a cirurgia proporciona uma melhor probabilidade de cura, com melhor estadiamento e menores efeitos laterais a longo prazo. Como foi o processo que levou a equipa de Urologia da CUF a desenvolver e implementar a CUF Technique? Eu já realizava prostatectomias laparoscópicas extraperitoneais desde 2002, por isso tinha imensa experiência com a
abordagem. Quando comecei com a prostatectomia robótica, há seis anos, comecei por fazer a abordagem transperitoneal, como todos os outros centros, mas verifiquei que a abordagem extraperitoneal também podia ser feita com o robô de última geração – com todas as vantagens que isso poderia trazer para o doente. É possível prevenir o cancro da próstata? Uma dieta saudável e a prática de exercício regular são extremamente importantes para o bem-estar e para a saúde em geral. Não há, no entanto, grande evidência científica de que medidas preventivas possam reduzir o risco de cancro da próstata. Sabe-se, contudo, que a existência de história familiar de cancro da próstata ou outros cancros, como cancro da mama, é um fator de risco estabelecido para o aparecimento de cancro da próstata. Todos os homens com mais de 50 anos devem fazer vigilância de cancro da próstata, mas os homens com história familiar de cancro devem fazer exames aos 45 anos e os que têm mutações genéticas, como o BRCA2, devem fazê-los aos 40.
3 PERGUNTAS A... ? ESTÊVÃO LIMA Coordenador de Urologia da CUF
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