Revista + Vida 28 | Cancro da Mama

Por outro lado, o facto de existirem cada vez mais instituições como a CUF, que apostam na investigação e participam em ensaios, é muito positivo. “Se numa instituição há pessoas a fazer ensaios, em cada reunião multidisciplinar há profissionais que podem indicar uma determinada doente para um ensaio. Além disso, são profissionais que estão mais despertos para ensaios a decorrer noutros lugares e que possam ser indicados”, refere a Coordenadora Científica da CUF Oncologia, para quem é essencial a referenciação de doentes entre instituições. Fruto deste trabalho colaborativo, todos os anos surgem novas descobertas, nomeadamente no cancro da mama positivo para HER2. “Em 2020, integrei uma investigação que estabeleceu uma nova terceira linha de tratamentos, destronando a segunda linha. É o fármaco que estamos a usar no ensaio português, destinado a doentes com carcinoma positivo para HER2 com doença cerebral”, explica Sofia Braga. “A doença é muito complexa na sua interpretação, porque cada caso é um caso e, em oncologia, temos vindo a evoluir para chegar à individualidade de cada pessoa”, avança, por sua vez, Mário Fontes e Sousa.“Só conseguimos chegar a este nível de detalhe quando chegamos à componente molecular e sabemos quais as alterações presentes especificamente em cada cancro que nos vão permitir usá-las para benefício das doentes. E a doença HER2 é o paradigma da utilização desse marcador molecular.”

Além de serem essenciais à investigação, os ensaios clínicos representam, muitas vezes, a possibilidade de um doente aceder a um tratamento inovador.

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DIANA TINOCO (4SEE)

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