Revista + Vida 28 | Cancro da Mama

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CANCRO DA MAMA

“Existem hoje diferentes possibilidades de aplicação”, refere Paulo Costa, Coordenador Clínico da Unidade de Radioncologia no Instituto CUF Porto. “A mais convencional continua a ser a radioterapia externa, mas também existe a radioterapia intraoperatória e a braquiterapia.” A radioterapia intraoperatória, em particular, pode ser usada em fases mais iniciais da doença, em casos selecionados, dentro do bloco operatório, durante a cirurgia de remoção tumoral. A cirurgia demora mais 30 minutos, mas a doente já não tem de fazer radioterapia a seguir. “É algo que já fazemos nas unidades CUF. Temos uma casuística de mais de 100 doentes tratados com excelentes resultados”, garante Paulo Costa. O médico reforça, contudo, que a maior parte das doentes continua a ser indicada para radioterapia externa: “A radioterapia externa tem hoje uma grande multiplicidade de soluções, das quais destaco os tratamentos acelerados, em que podemos tratar a doente de uma forma mais rápida sem que isso implique menor eficácia terapêutica ou toxicidade acrescida.” Paulo Costa acrescenta: “Há 25 anos, independentemente do tipo de cancro da mama, eram utilizados volumes de tratamento praticamente iguais. Hoje, conseguimos tratar apenas o volume onde estava o tumor – o leito tumoral – e preservar as restantes estruturas mamárias.” Para este especialista, tal só é possível graças ao maior conhecimento da biologia tumoral e à melhor capacidade para definir uma estratégia terapêutica integrada.

Paulo Costa • Coordenador Clínico da Unidade de Radioncologia no Instituto CUF Porto

Com conhecimentos avançados em Oncologia, o Enfermeiro de Referência está integrado na equipa multidisciplinar e acompanha a doente com cancro da mama durante todo o percurso da doença. “As suas principais funções consistem na educação para a saúde, na identificação das necessidades da pessoa com cancro e no contacto nos momentos de maior stresse”, explica Joana Araújo, Enfermeira de Referência no Hospital CUF Tejo, para quem o enfermeiro deve ser o elemento central na articulação dentro da equipa multidisciplinar. No entender desta profissional de saúde, a promoção da confiança e a criação de uma relação de empatia com o doente e os seus familiares são fundamentais nas funções do enfermeiro de referência, bem como a atenção às necessidades psicológicas do doente. “Aspetos relacionados com a adaptação à nova imagem corporal, a desconfiança e o medo associado são recorrentes”, refere Joana Araújo. “O Enfermeiro de Referência é responsável por identificar estas barreiras psicológicas e referenciar estes doentes para um apoio psicológico dirigido e integrado, com a valiosa ajuda da psico-oncologia.” ENFERMEIRO DE REFERÊNCIA: UMA PEÇA ESSENCIAL

Joana Araújo • Enfermeira de Referência no Hospital CUF Tejo

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MIGUEL PROENÇA (4SEE)

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