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“Sabemos que, aos cinco anos, estão vivos cerca de 16% de todos os doentes com cancro do pulmão. No estadio 1 podemos chegar aos 80%. Mas, dos doentes diagnosticados num estadio IV, só 5% ou menos estão vivos passados cinco anos”, explica a médica. “Se conseguirmos diagnosticar numa fase em que seja possível a cirurgia, as possibilidades de cura e sobrevivência são maiores”, continua Encarnação Teixeira. “Para isso, o diagnóstico precoce é fundamental. No nosso dia a dia, verificamos que a cirurgia só é possível em 20% dos casos, no máximo 30%, o que significa que os restantes têm doença localmente avançada ou metastática”. A pneumologista explica ainda que, em fases mais avançadas, o doente fará quimioterapia, radioterapia e eventualmente imunoterapia mas terá uma sobrevida mais curta. “Particularmente os fumadores – e a maioria dos doentes de cancro do pulmão têm hábitos tabágicos – devem valorizar as alterações das características da tosse. Por exemplo, se passaram a ter mais tosse ou expetoração; se tiverem expetoração com sangue; se "Se conseguirmos diagnosticar numa fase em que seja possível a cirurgia, as possibilidades de cura são maiores."

emagrecerem subitamente; se tiverem uma quebra do estado geral, cansaço, dificuldade respiratória, pieira, rouquidão e dor torácica permanentes. Todas estas situações devem levar as pessoas a procurar o médico”, alerta Encarnação Teixeira. O cancro do pulmão está associado ao tabaco e por isso os doentes tendem a ter outras comorbilidades, nomeadamente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e doenças cardiovasculares. Para além do cancro do pulmão, o tabaco é também responsável por outros tumores. “Muitas vezes o primeiro tumor de um doente fumador não é no pulmão. Pode ser na laringe, faringe, boca, bexiga. Outras vezes, tumores muito pequeninos a nível pulmonar podem provocar metástases a nível pulmonar- isto é, quando o cancro se espalha para outra parte do corpo, e a sintomatologia até pode ser a da metástase”, explica a pneumologista. “É natural que na fase de confinamento as pessoas tivessem medo de vir ao hospital. Mas os hospitais conseguiram criar fluxos diferenciados, mudar as estruturas e tornar seguras as idas ao médico e aos tratamentos.”

Via Verde Diagnóstico de Cancro

A pensar em quem precisa de uma resposta rápida para um diagnóstico oncológico, a CUF Oncologia reforçou os seus processos e recursos para disponibilizar um maior acesso às suas vias verdes internas, sempre acionáveis nos casos de suspeita de cancro. Nesta fase, a prioridade será dada aos tumores com maior incidência – cancro da mama, cancro colorretal, cancro da próstata e cancro do pulmão – mas a oferta poderá ser reforçada noutras áreas caso seja necessário.

Encarnação Teixeira Pneumologista no Hospital CUF Descobertas

Uma resposta imediata Todo o processo relativo à Via Verde Diagnóstico de Cancro está organizado de modo a garantir uma resposta célere e atempada. “Temos equipas multidisciplinares que abordam o doente, comunicam entre si e, se for necessário fazer um exame, é-lhe dada prioridade”, explica Ana Raimundo, Diretora Clínica CUF Oncologia. “Tudo está organizado de modo a ter um diagnóstico rápido que permita que o doente inicie o tratamento o mais rapidamente possível. Serão, nesse sentido, criadas mais vagas para que exames complementares possam ser feitos no mesmo dia ou logo que possível.” Devem recorrer à Via Verde Diagnóstico de Cancro as pessoas com suspeita de doença oncológica, que tenham feito exames que revelem alterações ou que apresentem sintomas persistentes, como alteração dos hábitos intestinais, fadiga constante, emagrecimento inexplicado ou um nódulo palpável. Os interessados deverão fazer a marcação da consulta através da linha gratuita da CUF Oncologia: 800 100 077. Para mais informações, pode também consultar o site www.cufoncologia.pt. Quem deve recorrer?

RICARDO LOPES/4SEE

+vida _ julho 2020 | 21

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