testemunhos |
HISTÓRIAS FELIZES | João Paiva
O projeto Percurso Clínico do Doente com AVC no Hospital Vila Franca de Xira visa assegurar os melhores cuidados ao doente com AVC, desde a admissão hospitalar e tratamentos de fase aguda, passando pelo tratamento de complicações
e indispensável reabilitação, até à alta e acompanhamento em ambulatório.
Envolver a família na recuperação
O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal. Todos os anos, mais de 20 mil pessoas são internadas devido a esta patologia. A cada hora que passa três doentes têm um AVC, sendo que um acaba por morrer e pelo menos metade fica com algum grau de incapacidade. Entre 40 e 50% dos sobreviventes têm alta hospitalar com algum tipo de limitações (motoras, funcionais ou cognitivas) e, mesmo seguindo à risca o programa de reabilitação, nem sempre há uma reversão completa das limitações após um AVC, assinala Alexandre Amaral e Silva. “[No caso de João Paiva] houve uma recuperação muito significativa, logo no início do programa de reabilitação, da vertente motora. Recuperou bastante a força muscular, sendo capaz de se levantar e de andar com apoio ainda na primeira semana. Ainda assim mantinha algumas limitações em termos de equilíbrio e também da vertente cognitiva (memória, concentração e orientação espacial)”, explica o especialista. O doente confirma essa rápida evolução. “Fiquei no hospital oito dias e fui muito bem atendido por toda a gente”, recorda. “Até já andava sozinho com o andarilho e era capaz de fazer a maior parte das coisas sozinho ou com uma pequena ajuda.” Após a alta hospitalar, e uma vez que tinha um forte suporte familiar, João Paiva teve o apoio das equipas de cuidados continuados domiciliários e fez fisioterapia em ambulatório. “No Hospital Vila Franca de Xira fazemos antecipadamente uma reunião de preparação para a alta com a família que envolve médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e assistente social, para definirmos a estratégia que melhor se adapta ao doente.” Três meses depois, quando regressou ao hospital para ser reavaliado pela equipa médica, “verificava-se um ganho muito significativo em termos de funções motoras e também cognitivas”, sublinha o médico. A recuperação foi de tal modo assinalável que João Paiva voltou a ajudar os filhos no talho, embora já não trabalhe tantas horas como antes. “Estou na caixa durante a manhã. Depois vou almoçar e fico o resto do dia a descansar.”
ATENÇÃO AOS 3 “F”
5 DICAS PARA PREVENIR O AVC
São três os sinais de alerta para um possível AVC, habitualmente designados 3 “F”.
O controlo dos fatores de risco é essencial para reduzir a probabilidade de ocorrência do AVC. Se alguns não são modificáveis (como a idade, o género, a etnia ou o património genético), outros podem ser evitados. Siga estes conselhos:
F F F
FACE Boca ao lado
FALA Alteração da fala
FORÇA Falta de força num
braço ou numa parte do corpo
Reduza o consumo de gorduras saturadas, sal e bebidas alcoólicas
Estes sintomas podem aparecer de forma isolada ou combinados entre si, explica o neurologista Alexandre Amaral e Silva. Na presença de qualquer um deles, deverá contactar de imediato a linha de emergência 112 para que a Via Verde do AVC seja ativada. Deste modo, evita-se o atraso no início do tratamento da doença, uma vez que o doente é encaminhado para o hospital mais próximo que disponha destes tratamentos diferenciados e à sua espera estarão profissionais especializados. Alexandre Amaral e Silva recorda que, no caso do AVC,“tempo é cérebro”, uma vez que milhões de células cerebrais morrem por cada minuto que passa.“Quanto mais rápido o doente for tratado melhor será, à partida, o prognóstico.”
Deixe de fumar
Pratique exercício físico regularmente
Controle a tensão arterial e o colesterol
Cumpra à risca a medicação prescrita pelo médico
16 | +vida _ julho 2019
BRUNO COLAÇO/4SEE
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