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HISTÓRIAS FELIZES | João Paiva

Recuperar a vida depois de um AVC

Em fevereiro de 2018, João Paiva sofreu um acidente vascular cerebral. Graças à rápida intervenção dos profissionais do Hospital Vila Franca de Xira e ao programa de reabilitação prescrito, foi possível fazer uma grande recuperação. J oão Paiva, atualmente com 75 anos, estava a ajudar os filhos no talho da família, em Alverca, em fevereiro do ano passado, quando caiu desamparado. “Não senti nada, nem perdi os sentidos. Simplesmente caí redondamente”, recorda. Os filhos, no entanto, reconheceram os sintomas de um possível acidente vascular dos tratamentos adequados nos doentes com diagnóstico confirmado de AVC, nomeadamente o tratamento fibrinolítico ou trombólise, com administração de um medicamento injetável destinado a dissolver os coágulos que entopem os vasos cerebrais e estão na origem dos chamados AVC isquémicos, ou “tromboses”. João Paiva sofria já de fibrilhação auricular,

fibrinolítico com o objetivo de dissolver o coágulo. “Verificou-se logo uma melhoria no doente por efeito deste tratamento”, refere o médico. No entanto, por estar em causa uma artéria de grande calibre que persistia obstruída, houve necessidade de realizar a remoção mecânica do coágulo – trombectomia – que, ao abrigo do protocolo estabelecido no âmbito da Urgência Metropolitana de Lisboa, é realizado rotativamente nos hospitais de Santa Maria, São José, Egas Moniz e Garcia de Orta de modo a assegurar uma cobertura de 24 sobre 24 horas, sete dias por semana. João Paiva foi rapidamente encaminhado para o Hospital de Santa Maria. Realizado o procedimento, que foi bem-sucedido e decorreu sem complicações, permaneceu 24 horas em vigilância. Posteriormente, regressou ao Hospital Vila Franca de Xira. “Quando foi transferido de regresso ao nosso hospital, registava-se uma melhoria importante dos défices neurológicos mas não permitindo ainda uma autonomia na maioria das atividades de vida diária”, diz Alexandre Amaral e Silva.

uma arritmia cardíaca muito frequente que se associa a um risco elevado de AVC, e o anticoagulante que tomava tinha sido suspenso devido à necessidade de fazer uma intervenção invasiva. “Na ausência da toma da medicação anticoagulante, o risco de AVC é muito elevado nestes doentes”, explica Alexandre Amaral e Silva, coordenador da Unidade de AVC do Hospital Vila Franca de Xira e médico neurologista na CUF. À chegada ao hospital, João Paiva tinha uma importante limitação da força muscular do lado esquerdo do corpo, assim como da fala. Foi submetido a uma TAC cerebral que confirmou o entupimento de uma das grandes artérias cerebrais e iniciou de imediato o tratamento

cerebral (AVC). João Paiva tinha a boca de lado e mal falava. Transportaram-no de imediato para o Hospital Vila Franca de Xira. A avaliação clínica realizada na triagem concluiu tratar-se de um doente com suspeita de AVC, pelo que foi de imediato ativada a Via Verde AVC intra-hospitalar. Esta Via Verde consiste numa cadeia de cuidados organizados ao doente com AVC, que tem início ou é ativada sempre que é identificado um caso de potencial AVC. Visa permitir a rápida observação do doente por uma equipa multidisciplinar liderada por um médico especialista nesta área, sendo o objetivo principal a realização atempada

+vida _ julho 2019 | 15

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