O cancro da próstata, tal como outras neoplasias, está relacionado com o envelhecimento. “Se fizermos biópsias a todos, quase 80% dos homens com 80 anos t m tumores na próstata – mas, na maioria, não são clinicamente significativos. O que interessa é perceber se esses tumores são agressivos. Daí a importância de não desprezar a realização do toque retal e, também, da ressonância magnética multiparamétrica - uma técnica recente, efetuada num equipamento de última geração, que permite obter imagens de elevadíssima qualidade”, alerta o médico. Além de ser menos incomodativa para o doente, a ressonância magnética multiparamétrica fornece informação mais precisa sobre a próstata, o volume exato, as áreas eventualmente suspeitas que possam ser passíveis de biópsia prostática dirigida e a relação com as estruturas vizinhas. “A grande revolução que se tem verificado no tratamento do cancro da próstata tem que ver com a imagem”, assegura o especialista. O cancro testicular é outra das doenças abordadas na consulta de urologia. Menos frequente – corresponde a apenas 1% das neoplasias urológicas –, afeta sobretudo homens mais jovens, com o pico de incid ncia a registar-se entre os 25 e os 35 anos. Geralmente a primeira suspeita surge por palpação de um nódulo, sendo este um sinal que deve levar à marcação de uma consulta. “É um tumor que, se não for detetado, pode evoluir e ser fatal. Mas, quando é detetado e está localizado, é o tumor urológico mais curável”, explica o médico. Para garantir que esta e as restantes patologias urológicas são detetadas em fases precoces, é essencial manter a regularidade nos exames e nas consultas de urologia. É importante fazer uma análise da PSA base aos 40 anos, que é uma idade em que a maioria dos homens não tem sintomas, e passar a incluí-la nas análises de rotina”, recomenda Pedro Bargão Santos. “Em relação aos sintomas, podem aparecer em idades mais avançadas. Nessa altura, deve procurar-se apoio médico para perceber o que se passa, por exemplo com uma fluxometria que permite determinar a velocidade do fluxo urinário.” O especialista resume a tr s passos a prevenção eficaz das principais doenças urológicas: “Fazer os exames na altura certa, ter a preocupação de realizar o PSA e ser observado por um urologista.”
que permite aos anestesistas ventilar muito melhor. Consequentemente, a recuperação pós-operatória também é melhor”, explica o urologista. O número de diagnósticos de cancro da próstata tem vindo a aumentar nos últimos anos, facto que Pedro Bargão Santos atribui não ao aumento efetivo da preval ncia da doença, mas aos avanços nos meios de diagnóstico e a uma cada vez maior preocupação por parte dos homens na adesão aos exames de vigilância. Estes dois factos combinados t m permitido detetar a doença em fases mais precoces, o que se reflete de forma positiva no prognóstico. “A taxa de mortalidade tem diminuído”, assume o urologista, que sublinha ainda a evolução nos tratamentos. “A cirurgia robótica é uma cirurgia minuciosa, que nos possibilita, em primeiro lugar, cumprir o objetivo oncológico - tratar o tumor - e, ao mesmo tempo, preservar a função sexual e a contin ncia dos doentes”.
MEIOS DE DIAGNÓSTICO AVANÇADOS
A biópsia prostática eco-guiada, realizada por via transperineal e anestesia local com fusão cognitiva (sem nenhum software informático) a partir de imagens de ressonância magnética multiparamétrica, como a que existe na CUF, é hoje muito mais segura e anatomicamente mais precisa. Esta abordagem elimina problemas hemorrágicos e diminui a probabilidade de complicações infeciosas das biópsias eco-guiadas por via transrectal. Este tipo de biópsia que permite a comparação de imagens ecográficas com imagens da ressonância magnética, garante assim uma perceção mais clara sobre a situação de cada doente.
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