Revista + Vida 32 | Cuidados de saúde para toda a família

A vigilância por idades e os sinais de alerta Todas as mulheres a partir dos 30 anos devem preocupar-se em perceber se devem fazer exames de diagnóstico e, juntamente com os seus médicos de família e ginecologistas, devem procurar ter uma noção do seu estado e da sua história familiar. É preciso averiguar se existem casos de cancro na família, e se existe, portanto, algum risco individual de origem familiar. Entre os 30 e os 35 anos deve ser realizado o primeiro exame. Reúne-se aí um conjunto de elementos que servem depois para definir qual o melhor plano de vigilância adaptado a cada situação. Entre os 40 e os 50 anos deve ser realizada uma mamografia anual, tal como é recomendado por várias sociedades científicas, explica José Carlos Marques. Quando falamos em sinais de alerta quotidianos, por vezes é difícil distinguir situações físicas mais comuns da necessidade de consulta médica. José Carlos Marques esclarece que, sobretudo em mulheres em idade fértil, é comum haver queixas cíclicas consoante a fase do ciclo menstrual. “Há momentos de maior tensão mamária, especialmente antecedendo o ciclo menstrual, nomeadamente na zona onde a glândula mamária se concentra mais. Nessas fases, pode até sentir-se algum empastamento, alguma área nodular. Isso é muito comum e normalmente não está associado com risco aumentado, nem com patologia mamária”, refere. No entanto, frisa que quando estas queixas perdem este caráter esporádico ou cíclico, e são mais persistentes, a situação deve ser investigada, ainda que na maioria das vezes correspondam a patologia benigna.

Identificação dos perfis de risco A CUF Oncologia tem uma unidade da mama multidisciplinar que, em Lisboa, no Hospital CUF Tejo e no Hospital CUF Descobertas conta com a certificação EUSOMA, que é uma certificação internacional de excelência, não só pela componente multidisciplinar, mas por todo o processo de acompanhamento da doente, desde o momento do diagnóstico. Na CUF todos os meios disponíveis para diagnóstico e tratamento cumprem os critérios de qualidade que permitem um atendimento diferenciado.

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JOSÉ CARLOS MARQUES Coordenador Nacional de Imagiologia Mamária da rede CUF 2 PERGUNTAS A...

Porque é tão importante falarmos do diagnóstico precoce do cancro da mama? Tem impacto na sobrevivência? E na qualidade de vida? De que forma? Sem dúvida. O avanço no tratamento tem sido enorme. O reconhecimento dos subtipos tumorais, o desenvolvimento das terapias-alvo ou da imunoterapia, por exemplo. No entanto, o momento do diagnóstico continua a ser determinante na sobrevida das mulheres e na resposta às terapêuticas. Para falarmos em cura de cancro ele tem de assentar numa fase precoce da doença. Aliás, quando olhamos para as estatísticas em função do tipo de cancro de mama, ou do estadio da doença, verificamos que as melhores taxas são obtidas quando há um diagnóstico precoce.

Portanto, a elevada taxa de cura em estadios iniciais deve-se a uma aposta crescente na deteção precoce? No fundo estes tumores em fase inicial, até 10/15 milímetros, são, regra geral, tumores que estão localizados na mama e ainda não desenvolveram metástases nas axilas e, por conseguinte, a probabilidade de sucesso do tratamento é muito maior, tal como é menor a necessidade de tratamentos invasivos.

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MIGUEL MADEIRA (4SEE)

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