foco
CUIDAR DA SAÚDE DE TODA A FAMÍLIA Promover a saúde otorrinolaringológica desde cedo
Um bom acompanhamento na consulta de Otorrinolaringologia por parte dos elementos mais novos da família é “essencial”, defende Esteves Marcos, coordenador de Otorrinolaringologia no Instituto CUF Porto. Na infância, é comum surgirem, com frequência, problemas infeciosos e auditivos como reflexo de má respiração nasal por infeções respiratórias de repetição. Aparecem também as otites serosas, ou otites silenciosas, que tendem a passar despercebidas, explica o médico. “Quase não há sintomas, a criança tem uma perda auditiva ligeira, mas o líquido que se acumula e não deixa a membrana do tímpano vibrar vai ficando cada vez mais espesso, retraindo a membrana e provocando, por vezes, uma otite que poderá evoluir para otite crónica”, alerta o especialista. “Se a criança for observada e controlada por um especialista em Otorrinolaringologia nunca chegará a esta fase final da doença, que pode ser grave”, diz. São estas otites que estão na origem de muitas consultas agendadas já na idade adulta. “Nesta altura, uma otite que apareceu na infância pode transformar-se numa otite crónica supurada (que produz pus) ou colesteatomatosa (que forma uma pequena massa) que, se não for tratada, pode evoluir para complicações muito importantes ao nível da vertigem, meningites "Com o envelhecimento, o cérebro pode perder a capacidade de processar todas estas informações, por isso as pessoas mais velhas têm maior tendência para tropeçar e cair” e até paralisia da face. Se tivesse sido acompanhado devidamente na infância e adolescência não chegaria a esta fase”, alerta Esteves Marcos, que sublinha ser esta uma situação, felizmente, cada vez menos frequente, em virtude dos cuidados médicos tidos na infância. Se nos primeiros anos de vida as infeções são o principal motivo para uma consulta, a situação muda (radicalmente) com a chegada da adolescência. “Hoje em dia faz-se muito desporto – e bem! – e por isso deparamo-nos com muitos traumatismos como a fratura dos ossos do nariz e perfurações do tímpano”, conta Esteves Marcos. Associadas a este tipo de traumas surgem ainda situações de obstrução respiratória, até porque muitos destes traumatismos
Esteves Marcos • Coordenador de Otorrinolaringologia no Instituto CUF Porto
28 | +vida
ANTÓNIO PEDROSA (4SEE)
Powered by FlippingBook