Revista + Vida 32 | Cuidados de saúde para toda a família

todas estas informações, por isso as pessoas mais velhas têm maior tendência para tropeçar e cair”, explica o médico. Também a nível auditivo cada pessoa tem o seu próprio processo de envelhecimento. O que não tira importância ao acompanhamento precoce dos problemas auditivos, como garantia de um melhor prognóstico em idades mais avançadas. “Se o doente não aceitar colocar uma prótese auditiva, a partir de determinada fase, a relação entre a perda auditiva e o cérebro poderá ficar de tal modo deteriorada que o doente ouve, mas não entende [um pouco como se ouvisse uma língua completamente estranha]”, alerta Esteves Marcos, que aproveita para tranquilizar quem sofre de perda auditiva. “Existe hoje toda uma série de soluções – como os implantes do ouvido interno (implantes cocleares) e do ouvido médio. Se todas estas situações forem avaliadas precocemente, cada elemento da família conseguirá envelhecer de forma mais confortável”, diz o médico que destaca a importância da abordagem multidisciplinar na especialidade. Um trabalho em equipa que acontece tanto dentro do próprio serviço, com profissionais diferenciados nas diversas áreas da especialidade, como a Pediatria, Imunoalergologia, Medicina Interna, Medicina Dentária e Pneumologia – sobretudo durante a infância e adolescência – ou Neurologia, cuja colaboração é preciosa nos casos de desequilíbrio.

acabam por provocar o desvio do septo nasal com consequente má respiração nasal e perda auditiva por perfurações dos tímpanos. É no início da idade adulta que são, muitas vezes, diagnosticadas patologias hereditárias como a doença de Ménière - uma hipertensão ao nível do ouvido interno, cujos sintomas vão da sensação de ouvido tapado, à vertigem, ao zumbido, até à perda auditiva- e, ainda, a Otosclerose, conhecida também por Otoespongiose, que provoca perda auditiva evolutiva por mau funcionamento de um ossículo (pequeno osso) do ouvido médio. Durante a idade adulta são também frequentes os problemas de desequilíbrio, “sendo a doença mais comum a vertigem paroxística posicional benigna. O nome é grande, mas acaba bem: é benigna! Esta doença deve ser tratada com exercícios de reabilitação e não com medicação ou cirurgia”, refere Esteves Marcos, que aponta ainda as alterações do timbre da voz, muitas vezes relacionadas com o componente emocional, outras com uma má colocação da voz, como outro dos motivos frequentes para uma ida ao otorrinolaringologista. “As cordas vocais são músculos e com a idade temos uma perda da tonicidade muscular”, explica o médico. “São também frequentes na idade adulta os problemas de roncopatia e apneia do sono que afetam não só o próprio doente, mas também quem com ele dorme. É importante o doente saber que estas patologias têm tratamento” refere o médico, sensibilizando para a procura de ajuda especializada. Tal como as cordas vocais, também o aparelho auditivo tende a enfraquecer com a idade, registando-se uma diminuição auditiva. “Nos idosos, uma situação também frequente que os leva à consulta é o desequilíbrio. Há até uma entidade clínica chamada “desequilíbrio progressivo do idoso’”, refere o otorrinolaringologista. “O equilíbrio é nos dado pelos olhos, ouvidos e placa neuromuscular – que é o que nos permite saber de olhos fechados a posição do nosso corpo. Com o envelhecimento, o cérebro pode perder a capacidade de processar

"Se todas estas situações forem avaliadas precocemente, cada elemento da família conseguirá envelhecer de forma mais confortável”

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ANTÓNIO PEDROSA (4SEE)

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