Revista + Vida 27 | A saúde em primeiro plano

SABIA QUE ... A sobrevivência dos doentes com cancro digestivo melhorou drasticamente nos últimos 15 anos. “Consequência de estratégias personalizadas no que diz respeito às terapêuticas multimodais, bem como à melhor seleção de doentes e das terapêuticas sistémicas”, explica Nuno Bonito. Abordagens visando a angiogénese, microambiente e interações do estroma são fundamentais para o sucesso do tratamento. “O recurso à biópsia líquida no decurso do tratamento permite uma avaliação em tempo real do status molecular da doença, bem como avaliar a emergência de novos alvos terapêuticos e/ou de mecanismos de resistência.”

O tempo é um fator crítico “Este caso é um exemplo vivo de que, mesmo em contexto de pandemia, não devemos negligenciar sinais e sintomas. Devemos recorrer ao médico assistente e fazer os exames necessários”, explica Nuno Bonito. “O período de tempo que medeia entre o diagnóstico e a primeira atitude terapêutica é a chave para o sucesso.” Na CUF, o protocolo determina que não passem mais de cinco dias úteis desde a referenciação até à consulta de primeira vez; cinco dias úteis será o tempo máximo que medeia entre a consulta de primeira vez e a apresentação em reunião de decisão terapêutica; e outros cinco dias entre essa apresentação e o início do tratamento. Na CUF é sempre privilegiada a estratégia multidisciplinar, por grupos de patologia, explica o Oncologista. Protocolos estruturados, centralizados no doente, preconizados por grupos multidisciplinares, são necessários para melhorar o diagnóstico atempado e minimizar os riscos para o doente. “Neste momento, a Teresa está quase recuperada, em fase de controlo clínico”, garante o Oncologista. Teresa manterá consultas trimestrais, depois passará a um controlo semestral, transitará daí para um controlo anual (até cinco anos) e, nessa não entrei em pânico. Não chorei. Nem sequer pensei na pandemia. Aceitei tudo com muita fé e tem corrido tudo muito bem.” Nem o início da quimioterapia, em novembro, a assustou em demasia. “Fui com um certo receio, é claro, mas não me custou. Fui muito bem tratada no hospital. As pessoas são cinco estrelas!”

altura, a expectativa é que tenha alta. Consciente de tudo isto, Teresa Silva Ferreira só lamenta ainda não ter arranjado forças para tratar do seu jardim. “Mas faço a minha vida normal. Evito carregar pesos, mas posso ir a todo o lado. Posso dizer que estou bem.”

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CARLA TOMÁS (4SEE)

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