Revista + Vida 27 | A saúde em primeiro plano

O momento ideal para avaliar potenciais impactos e urgência de reabilitação será de seis a oito semanas após a infeção aguda. “As queixas mais comuns são cansaço, dor muscular generalizada, dificuldade em respirar, menor tolerância aos esforços físicos, dores no peito, alterações de memória, alterações no padrão de sono (e, eventualmente, insónias) e a não recuperação imediata do paladar ou do olfato”, explica a médica. “Mas é algo de muito atípico, muito variado. E até temos pessoas que foram assintomáticas e que desenvolveram esta síndrome a posteriori .” A alta da Consulta Pós-COVID-19 só é dada após o desaparecimento dos sintomas. Até lá, é feito um acompanhamento cardiorrespiratório e fisiátrico, são prescritos exercícios para uma recuperação mais rápida do olfato e do paladar, e é incentivada – e devidamente seguida – a retoma gradual da prática de atividade física. “Muitos doentes que tiveram doença ligeira nunca foram observados por um médico durante a infeção com COVID-19. A consulta e os exames também funcionam, por isso, como um fator tranquilizador, ajudando a minorar os níveis de ansiedade”, assegura Patrícia Mora, para quem a consulta é uma oportunidade para sensibilizar as pessoas para a necessidade de cuidarem delas, atuando na prevenção de fatores de risco como a obesidade, o tabagismo e a hipertensão.

Prevenção e tranquilidade O objetivo da CUF, ao criar a Consulta Pós-COVID-19, foi o de identificar o mais cedo possível eventuais sequelas que possam ser alvo de reabilitação, com vista a uma total recuperação do doente. “Nesta consulta, traçamos a história clínica de forma minuciosa: suspeita e confirmação da infeção, gravidade dos sintomas, características e evolução desde o início da doença”, explica Patrícia Mora. Também é feita uma avaliação dos antecedentes médicos que podem ter sido agravados ou descompensados com a COVID-19 e é realizado um exame objetivo e uma avaliação física e mental do doente. “A parte psicológica é igualmente avaliada, porque a doença comporta em si alguma ansiedade. São depois feitos exames complementares e, consoante a necessidade, o paciente pode ser encaminhado para outras especialidades.” a indicação para eu ser acompanhada por um especialista.” Andreia tem, apesar de tudo, consciência de que os seus sintomas se poderão prolongar por mais alguns meses. “Não havendo nos exames nada que os explique, resta aguardar. A COVID-19 tem uma grande componente inflamatória e pode ser a causa de tudo isto."

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RODRIGO CABRITA (4SEE)

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