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A SUA SAÚDE EM PRIMEIRO PLANO

A vida depois da COVID-19 Andreia Maymone Após uma infeção ligeira com COVID-19, Andreia Maymone sofre agora com a chamada “COVID-19 longa”, que a levou à Consulta Pós-COVID-19 do Hospital CUF Sintra. A ndreia Maymone começou por sentir dores de garganta e o nariz entupido. Mais tarde, teve febre e dores no corpo – mas apenas durante uma noite. Em sua casa, não foi a única infetada com COVID-19; também a sua mãe e o marido ficaram doentes. “Ninguém sabe muito bem quem transmitiu a infeção. O certo é que acusei positivo no dia 19 de janeiro”, recorda esta farmacêutica de 32 anos. “No meu caso, as dores no corpo e na garganta foram passando, a única coisa que permaneceu – mesmo depois de ter alta – foi o nariz entupido.” Andreia foi medicada com paracetamol, intercalado com ibuprofeno e um spray para a congestão nasal. No entanto, quando regressou ao trabalho, surgiram-lhe novos sintomas que a levaram a consultar Patrícia Mora, Coordenadora de Medicina Geral e Familiar e responsável pela Consulta Pós-COVID-19 no Hospital CUF Sintra. “Passei por uma fase algo stressante no trabalho, porque toda a equipa teve de ir para casa e eu tive de fazer mais horas para compensar as ausências. Comecei a sentir um cansaço muito grande, que associei a isso, mas também arritmias e, umas semanas depois, insónias”, conta Andreia. Como o marido já era acompanhado na Consulta Pós-COVID-19 da CUF, Andreia decidiu seguir-lhe o exemplo. Na primeira consulta, foi observada e informada sobre a origem e os sintomas da infeção. Seguiram-se vários exames, que incluíram ecocardiograma com doppler , holter , monitorização ambulatória da tensão arterial durante 24 horas e análises ao sangue. “Além do hemograma normal, fiz análises à tiroide, vitamina D, ferro, vitamina B12 e glicémia, que também podem ser afetados pela COVID-19.” Andreia reconhece que é uma vantagem concentrar tudo numa única consulta: “A mais-valia é que, em vez de ter um acompanhamento disperso através do qual se consultam diferentes especialistas, com a Consulta Pós-COVID-19 é feita uma espécie de triagem e, se a doutora detetar algum problema, pode dar diretamente

Ao longo do internamento, manteve o contacto diário com a família, por telefone. “O facto de não podermos receber visitas de familiares e sermos acompanhados por profissionais a quem só vemos os olhos será, talvez, o lado mais estranho de toda esta doença”, confessa. Curiosamente, o internamento de João também acabou por servir para reatar uma amizade antiga. “Percebi que conhecia o meu colega de quarto, embora já não o visse desde 2003. Foi positivo, porque nos apoiámos um ao outro durante todo o tempo em que lá estivemos.” E chegaram até a haver momentos mais descontraídos, motivados pelo futebol: “Enquanto lá estivemos, o Sporting jogou duas vezes – e ganhou nas duas. Num dos jogos, a vitória chegou no último minuto. Devemos ter dado um salto na cama ao celebrar.” Quando regressou a casa, João continuou a medicação durante três semanas e manteve a ginástica respiratória. As insónias também marcaram os seus primeiros dias em casa. “Mas agora está tudo a evoluir bem. Já tive uma consulta de pneumologia e volto a fazer exames em breve”, revela João, que recuperou peso e massa muscular, voltou a respirar normalmente e até já regressou ao escritório da empresa de distribuição de filmes que criou em 2012. “Ao fim de uma semana em casa, comecei a vir todos os dias ao escritório, um bocadinho, e atualmente já retomei a vida normal.”

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