Revista + Vida 27 | A saúde em primeiro plano

Critérios de elegibilidade A Hospitalização Domiciliária exige que estejam assegurados determinados critérios clínicos, sociais e geográficos. É, além disso, voluntária. “Tem de haver um consentimento informado”, confirma o Diretor Clínico. “Da mesma forma que o doente tem de aceitar ficar internado num hospital, também tem de aceitar ficar em Hospitalização Domiciliária. Pode perfeitamente recusar e optar pela hospitalização convencional.” Para ser elegível, o doente tem de estar clinicamente estável e com um diagnóstico estabelecido. Os principais diagnósticos elegíveis são os de insuficiência cardíaca, infeções respiratórias, urinárias, de pele e tecidos moles, e, em alguns doentes cirúrgicos, infeções de material protésico. O internamento domiciliário pode ser uma excelente alternativa para antecipar a saída de doentes cirúrgicos do internamento convencional, nomeadamente nas áreas de Neurocirurgia, Ortopedia e Cirurgia Geral. Devem ser cumpridas condições sociais, nomeadamente a casa do doente deve ter boas condições de salubridade, tem de existir telefone para contacto e é obrigatório que esteja definido um cuidador. “Tem de haver • Tratamento médico e de enfermagem individualizado e humanizado • O doente permanece no conforto de sua casa, junto da família • Menos comorbilidades e eventuais complicações associadas ao internamento convencional • Menos quadros de confusão ou delírio nos doentes mais idosos, pois permanecem no seu ambiente familiar • Melhoria da qualidade do sono • Redução do tempo médio de internamento e menor probabilidade de reinternamento • Maior disponibilidade de camas de hospital para os doentes que têm necessariamente de estar em internamento convencional • Promoção da educação para a saúde VANTAGENS DA HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIÁRIA

um familiar de referência que nos possa ajudar a vigiar o doente, bem como um telefone para contactar a equipa – que está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana”, explica Pedro Correia Azevedo. A CUF garante uma visita de manhã, com um médico e um enfermeiro, e outra à tarde, com um enfermeiro (o médico está de prevenção). À noite, mantêm-se sempre de prevenção um médico e um enfermeiro. “Se for preciso, também vamos a casa do doente durante a noite. Afinal, não faria sentido termos internamento domiciliário se depois vertêssemos para outras entidades a responsabilidade sobre o nosso doente em determinadas horas do dia.” Por fim, ainda há que ter em conta o critério geográfico, a fim de garantir a segurança clínica: “O doente tem de estar a uma distância de 30 minutos face à nossa base.” Por enquanto, a Hospitalização Domiciliária está disponível nos Hospitais CUF Tejo, Descobertas, Sintra e Cascais, mas já se encontra a ser preparada a sua extensão ao Hospital CUF Porto. “O objetivo é que este serviço venha a ser uma oferta transversal a toda a rede CUF.”

Pedro Correia Azevedo • Diretor Clínico dos Cuidados Domiciliários e da Unidade de Hospitalização Domiciliária da CUF

EM NÚMEROS 80 em Hospitalização Domiciliária entre junho de 2020 e abril de 2021 INTERNADOS 5 MÉDICOS DE MEDICINA INTERNA e 15 ENFERMEIROS integram atualmente a Unidade de Hospitalização Domiciliária da CUF

UMA RESPOSTA CLÍNICA INTEGRADA

A Hospitalização Domiciliária integra os Cuidados Domiciliários CUF, que são uma extensão dos serviços prestados nas clínicas e hospitais da rede CUF. Integram ainda os Cuidados Domiciliários Especializados, que englobam serviços de reabilitação, cuidados a idosos, apoio a pais e filhos, cuidados paliativos, cuidados na patologia neurológica e oncologia. Os Cuidados Domiciliários estão disponíveis nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto, a qualquer hora ou dia. Na atual fase de pandemia, também é possível realizar testes de despiste a COVID-19 em casa por marcação. “Sentimos um grande aumento de pedidos de consultas domiciliárias por parte de pessoas que suspeitavam ter COVID-19 ou doentes já com diagnóstico que queriam uma reavaliação”, revela Pedro Correia Azevedo. “Para estes

doentes, fomos e continuamos a ser uma boa resposta, já que se diminui o risco de propagação da doença, tendo em conta que o doente permanece no conforto de sua casa. Muitos acabaram por ser referenciados dos Cuidados Domiciliários para a Hospitalização Domiciliária.” Acrescente-se que, para que a referenciação de doentes com COVID-19 aconteça para a Hospitalização Domiciliária, “é necessário que haja estabilidade da infeção respiratória e que tenham decorrido sete dias com sintomas”.

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MIGUEL MADEIRA (4SEE)

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