Revista + Vida 27 | A saúde em primeiro plano

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EFEMÉRIDE

Alfredo da Silva: 150 anos do maior industrial português do século XX A Fundação Amélia de Mello assinala o 150.º aniversário de Alfredo da Silva, fundador do Grupo CUF, com um programa de conferências que lembram a vida e obra do industrial português, mas que destacam também o presente e futuro de grandes áreas da economia e da sociedade portuguesa. F oi em Lisboa, no dia 30 de junho de 1871, que nasceu o primeiro de quatro filhos do comerciante Caetano e da sua mulher Emília. Chamava-se Alfredo da Silva e viria a tornar-se o maior industrial português do século XX. Desde cedo demonstrou ter veia para o negócio e, mesmo antes de terminar a formação superior em Comércio – com uma média de 16,1 valores, a melhor do seu curso –, já participava ativamente em empresas nacionais de relevo, como a Carris ou o Banco Lusitano. Estas primeiras experiências foram cruciais para que Alfredo da Silva cultivasse o seu espírito empreendedor, viajasse, conhecesse o que de melhor se fazia no resto da Europa e se rodeasse das pessoas certas para o apoiarem no futuro. Ainda nem 30 anos tinha e já desbravava caminho em áreas tão distintas como saúde, transportes, construção naval, metalomecânica ou banca. O auge da sua carreira acabou, contudo, por ser a criação do Grupo CUF, o maior e mais diversificado grupo empresarial português, que chegou a integrar mais de uma centena de empresas. Não obstante, esse não foi o seu único feito. Também se destacou pela sua obra social. “Alfredo da Silva percebeu o que os empresários da sua época não percebiam – e, mesmo hoje, poucos percebem: o sucesso da produção e do negócio está na forma como se tratam os funcionários”, começa por explicar Jaime Branco, Diretor da NOVA Medical School e membro da Comissão das Comemorações dos 150 anos de Alfredo da Silva. “Quis dar melhores condições de vida aos seus funcionários e às suas famílias, melhores locais onde morar e deixar os filhos, bons espaços para momentos de lazer, entre outros.” Foi esse desígnio

que o levou a conceber o primeiro Hospital da CUF, cujas portas abriram em 1945, já após a sua morte. “Inicialmente, este hospital era dedicado sobretudo aos funcionários da CUF e respetivos familiares, para os proteger na doença. Era uma abordagem completamente nova em Portugal, razão pela qual associamos Alfredo da Silva a responsabilidade social e inovação.” Coube ao genro do industrial português, Manuel Augusto José de Mello, e aos seus netos darem continuidade ao Grupo CUF após a sua morte. Parte dessa herança é o Grupo José de Mello tal como hoje o conhecemos e, mais concretamente, a CUF, ou iniciativas como os Prémios Alfredo da Silva e a Bolsa D. Manuel de Mello, responsáveis pelo apoio a projetos de investigação de jovens médicos. “O fim maior destes prémios é a melhoria da prestação de cuidados de saúde. Têm cumprido a sua função”, assegura Jaime Branco. É tão rico o legado de Alfredo da Silva que, este ano, por ocasião do 150.º aniversário do seu nascimento, o inesquecível industrial será celebrado com um vasto programa de conferências e iniciativas.

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