Revista + Vida 29 | Saúde Mental

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REPORTAGEM Materno-Fetal, precisamos de ter sempre em mente qual é o risco: pode ser inerente à mulher no caso de uma doença prévia (como as doenças autoimunes), pode ser inerente à gravidez (como a diabetes ou a hipertensão gestacionais) ou pode ser uma complicação do próprio feto, como uma malformação.” O facto de as mulheres programarem, cada vez mais, a sua gravidez, tem aumentado a procura pelas consultas de pré-conceção, o que tem sido importante para identificar situações de saúde desconhecidas e corrigir outras já identificadas. Por outro lado, há cada vez mais mulheres a terem o primeiro filho depois dos 35 anos, idade a partir da qual surgem mais complicações e a possibilidade de engravidar se torna mais reduzida. “É maior a probabilidade de encontrar alterações cromossómicas, de ter a tensão alta ou diabetes na gravidez, e também aumentam as hipóteses de termos bebés mais pequenos. Falamos, portanto, de um leque maior de patologias, daí que a recomendação, nestes casos, seja fazer-se uma maior vigilância”, alerta a médica. São diversas as razões que têm levado as mulheres a adiar a maternidade, como a vontade de estabilizar na carreira ou o facto de ainda não terem atingido a situação financeira e/ou emocional desejadas. Por sua vez, a pandemia provocada pela COVID-19

acrescentou um nível extra de ansiedade e incerteza em relação ao futuro. O que é certo é que há 50 anos que o número de bebés nascidos em Portugal não era tão baixo: foram 79.217 em 2021, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. E a idade média em que uma mulher tem filhos também é mais elevada: superior a 30 anos. Não obstante, se estamos perante um momento de baixa de natalidade ao qual é necessário dar atenção, também estamos, por outro lado, muito mais capazes de dar saúde e segurança a estas futuras mães, mesmo que de idades mais avançadas. A excelência aliada aos cuidados Presente quando e onde é preciso, qualquer que seja o seu polo, no Norte ou Sul do país, a Maternidade CUF conta com equipas médicas, de enfermagem e auxiliares diferenciadas, multidisciplinares, totalmente vocacionadas e especializadas no acompanhamento da gravidez e do parto. Da Maternidade CUF fazem parte as subespecialidades de Medicina Materno-Fetal, Medicina de Reprodução, Ginecologia Oncológica, Patologia Cervical/Colposcopia e Uroginecologia. De acordo com Filomena Cardoso, especialista em Ginecologia-Obstetrícia no Hospital CUF Porto, por estar integrada, com todas as valências, em dois hospitais – Hospital CUF Descobertas e Hospital CUF Porto – a Ginecologia-Obstetrícia beneficia do “suporte complementar de outras especialidades médicas e cirúrgicas fundamentais para o acompanhamento de grávidas, nomeadamente Medicina Interna, Endocrinologia, Cardiologia, Imunohemoterapia, Dermatologia, Urologia, Ortopedia, Cirurgia Geral e Cuidados Intensivos de Adultos, entre outros”. Esta equipa multidisciplinar e diferenciada está ao serviço das mulheres desde o momento em que decidem ser mães, de forma a preparar a sua gravidez. “Sempre que possível, é essencial fazer uma consulta de pré-conceção. Pensar e planear é fundamental”, lembra Ana Patrícia Domingues, Coordenadora de Obstetrícia no Hospital CUF Descobertas. Nessas consultas, são realizados os exames pré-concecionais de despiste dos riscos mais comuns e ajustados todos os fatores que podem influenciar a gravidez, sejam da parte ginecológica, endocrinológica ou de medicina interna. Tudo é feito de forma a garantir que a gravidez corre da forma mais saudável possível. Depois, já durante a gravidez, há consultas mensais e ecografias trimestrais. “Dispomos de ecógrafos de última geração que permitem aos médicos pedirem sempre uma ecografia e verificar se está tudo bem com o bebé. Sabemos que este é um ponto que tranquiliza os futuros pais”, acrescenta. Além disso, toda a equipa está a par do que vai acontecendo durante as gravidezes e, nas reuniões mensais, discutem os casos que podem implicar mais cuidado, de forma a garantir que todas as partes estão preparadas e articuladas para agir e dar resposta a qualquer situação que ocorra, tanto durante a gravidez como durante o parto. Humanização de todo o percurso “Procuramos deixar o casal vivenciar o parto da forma que idealizou, dentro dos limites e normas de segurança, e sempre sob o olhar atento e discreto dos responsáveis médicos e de enfermagem”, refere Filomena Cardoso. A humanização do trabalho de parto tem sido uma das preocupações das equipas envolvidas, permitindo o acompanhamento pelo marido ou familiar, bem como o recurso a analgesia do parto sempre que solicitada, realizada por uma equipa de anestesistas com

Filomena Cardoso • Especialista em Ginecologia-Obstetrícia no Hospital CUF Porto

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ANTÓNIO PEDROSA (4SEE)

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