Revista + Vida 29 | Saúde Mental

J oana Nabais Pinto foi uma das muitas mulheres atentamente acompanhadas pela CUF durante a sua gravidez de risco. Hoje, é mãe de uma menina com cerca de um ano e meio, mas quando começou a pensar em ter filhos, aos 32 anos, um problema de saúde previamente identificado pela ginecologista Luísa Martins, Coordenadora da Unidade de Alto Risco Obstétrico no Hospital CUF Descobertas, gerou algumas preocupações. “Eu sofria de uma síndrome de ovários poliquísticos, o que poderia dificultar a gravidez”, revela. “Fiz, no entanto, medicação para essa condição e acabei por engravidar com facilidade, sem necessidade de fazer mais tratamentos.” Joana deparou-se, no entanto, com um segundo obstáculo: uma anemia congénita que precisou confirmar não ser partilhada com o marido – caso contrário, a criança teria 25% de possibilidades de nascer com uma doença grave. Também neste caso, a questão acabou por ser rapidamente despistada e, uma vez mais, Joana respirou de alívio. Ainda assim, os desafios não ficariam por aqui. Nos exames pedidos durante a consulta de pré-conceção, verificou-se que os valores relacionados com a função da sua tiroide poderiam necessitar de atenção. “A Dra. Luísa Martins encaminhou-me para uma consulta de endocrinologia na gravidez, com a Dra. Inês Sapinho, e fomos fazendo a gestão, através das análises, e adaptando a medicação para controlar melhor a situação”, conta Joana. A médica Luísa Martins explica que “o bom funcionamento da tiroide é importante para o desenvolvimento do feto” e que existe uma relação direta entre “as alterações da função da tiroide na mãe

e alterações cognitivas dos futuros recém-nascidos”. A consulta de pré-conceção e o acompanhamento na Unidade de Alto Risco Obstétrico foram, por isso, fundamentais para o sucesso desta gravidez. “Na Unidade de Alto Risco Obstétrico fazemos a vigilância de gravidezes que têm uma maior hipótese de vir a ter complicações”, esclarece Luísa Martins. “É uma unidade formada por médicos que têm a área de diferenciação em medicina materno-fetal (também designada de alto risco) e que conta com o apoio de várias especialidades médicas que trabalham em conjunto sempre que é necessário.” No fundo, é transversal a toda a área de obstetrícia e, de acordo com a médica, “é a Medicina Interna da grávida”. Acompanhar uma gravidez de risco Ainda de acordo com a Coordenadora da Unidade de Alto Risco Obstétrico no Hospital CUF Descobertas, estamos perante uma gravidez de risco quando a probabilidade de existir uma complicação na gravidez é maior do que a da população em geral. “Nestas mulheres, vamos atuar com o objetivo de tentar reduzir as complicações e de chegar ao final da gravidez com uma mãe e um feto saudáveis, de preferência sem que nenhum problema tenha surgido.” Feto, mãe e gravidez são as três vertentes que têm de ser asseguradas. “Quando falamos em gravidez de risco na Medicina

Joana Nabais e Luísa Martins • Coordenadora da Unidade de Alto Risco Obstétrico no Hospital CUF Descobertas

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ANTÓNIO AZEVEDO (4SEE)

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