F eliz, tagarela, de bem com a vida. Era sempre assim que Mafalda Teixeira de Abreu costumava descrever a sua “filha do meio”, Inês, atualmente com 8 anos. Por isso, o contraste foi gritante quando, no primeiro ano de escolaridade, percebeu que a criança tinha perdido uma boa parte da sua vivacidade. Inês entrara para a nova escola no ano letivo de 2019/2020, mas foi durante o confinamento que Mafalda se apercebeu de que algo não estava bem. “Os meus filhos tinham os três aulas online e eu ia fazendo o acompanhamento, mas apercebi-me de que a Inês tinha muitas dificuldades na aprendizagem: não associava os sons às letras, tinha imensa dificuldade em ler e em fazer contas, não queria voltar para a escola porque não tinha amigos e detestava sentir-se diferente em relação aos colegas de sala. Foram meses muito desafiantes.” Maria, a filha mais velha, hoje com 10 anos, nunca tinha experienciado este tipo de dificuldades, mas uma das sobrinhas de Mafalda é disléxica, pelo que a sua irmã a alertou que o mesmo poderia estar a acontecer com Inês. Na sequência da sugestão da tia, Inês fez uma avaliação com uma professora de ensino especial que sinalizou, efetivamente, a dislexia, diagnóstico que veio a ser confirmado durante o segundo ano de escolaridade. Numa consulta de rotina, na CUF, Mafalda e o marido referiram o facto de Inês estar sinalizada como disléxica e de não querer regressar à escola em setembro. Mencionaram ainda a relação complicada que estava a desenvolver com a sua irmã mais velha. “O facto de lhe custar imenso a ler inferiorizava-a em relação à irmã”, admite Mafalda. MAFALDA TEIXEIRA DE ABREU
“A médica sugeriu que a Inês fosse acompanhada por um psicólogo que permitisse perceber se a situação estava mais relacionada com a irmã ou com a escola. Foi nessa altura que a Inês começou a ter consultas com a Dra. Rita Antunes.” Mafalda não hesita em elogiar o funcionamento das unidades CUF ao longo de todo o processo. “O acompanhamento integrado funciona muito bem. A Inês é seguida em Pediatria e foi a pediatra que me sugeriu a psicóloga. E, apesar de nunca ter tido uma reunião com as duas médicas, sinto que há uma ponte entre elas. Isso ajuda as famílias a gerirem estes contratempos.” Por seu turno, Inês não podia ter reagido melhor, acabando por desenvolver uma excelente relação com a psicóloga. Olhando para trás, Mafalda aponta vários motivos para ter demorado algum tempo a aperceber-se do que se passava. “Ser a nossa segunda filha, ter mudado para uma escola nova – deixando a professora, que adorava, e os antigos amigos – e com a pandemia à mistura acabou por ser um cocktail explosivo, mas ultrapassámos a situação. A Inês está hoje muito mais segura na escola e melhor preparada para o desafio da dislexia.”
"O acompanhamento integrado funciona muito bem na CUF"
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LUÍS FILIPE CATARINO (4SEE)
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