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ONCOLOGIA

Acompanhamento após o cancro

A psico-oncologia visa promover a adaptação dos doentes e respetivos familiares às diferentes etapas da doença oncológica. Saiba como.

É sobejamente conhecido o impacto psicológico que o cancro pode ter nos doentes, bem como nos seus familiares e amigos, mas será porventura menos falado o impacto que pode continuar a ter mesmo após um tratamento de sucesso, ou seja, na fase de sobrevivência. Magda Oliveira, psicóloga no Hospital CUF Porto, revela que esta é uma fase na qual os doentes são confrontados com várias mudanças no plano de cuidados – “por exemplo, um maior espaçamento entre consultas, diminuição das idas ao hospital, etc.” – que os deixam mais

“São vários os estudos que referem que, a par da adaptação à doença e promoção de mudanças positivas, as terapias de grupo têm um papel central no favorecimento da expressão emocional, na criação de um sentido de universalidade e pertença, na partilha ativa de informação, na facilitação de relações interpessoais, coesão e altruísmo, e na criação de uma rede de suporte social eficaz”, explica Magda Oliveira. E acrescenta: “Um grupo terapêutico constitui um espaço seguro e de partilha onde o doente pode ensaiar mudanças e novas estratégias a implementar nos outros contextos de vida.”

inseguros e com tempo para finalmente “processarem o que a trajetória da doença lhes trouxe” e que até então não tinha sido devidamente assimilado, tanto devido à cada vez mais rápida resposta aos diagnósticos como à tendência que parece existir para invalidar socialmente respostas psicológicas de sofrimento em detrimento de uma atitude positiva que, de acordo com a psicóloga clínica, “nem sempre é genuína e, por isso, não tão saudável psicologicamente”. A intervenção psicoterapêutica, que pode ser individual ou em grupo, poderá ajudar a ultrapassar as sequelas vividas.

50 | +vida _ julho 2018

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