BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO
3 PERGUNTAS A...
PARA O BEBÉ
PARA A MÃE
Promove o vínculo afetivo com a mãe Envolve endorfinas (substâncias que ajudam a reduzir a dor) Previne alergias Previne infeções (em particular gastrointestinais e respiratórias) Protege, a médio e longo prazo, contra a diabetes mellitus tipo 2 e a obesidade Facilita a diversificação alimentar e a aceitação de novos alimentos
Facilita a recuperação de peso e a involução uterina no pós-parto Reduz o stresse Pode prolongar o período de anovulação (em que os ovários não libertam óvulos) Reduz o risco de osteoporose Reduz o risco de doença cardiovascular Reduz o risco de cancro da mama e do ovário
Joana Pimenta Pediatra no Hospital CUF Viseu 1. Até que idade devem os bebés ser amamentados? Não existe uma idade-chave para a manutenção da amamentação. A Organização Mundial da Saúde recomenda-a até pelo menos aos 2 anos, mas estudos científicos demonstram que os benefícios do aleitamento se prolongam além desta idade (ex.: melhor desempenho cognitivo e controlo da pressão arterial). 2. Que cuidados especiais com a alimentação devem as mães adotar enquanto estão a amamentar? As mães devem seguir uma dieta diversificada e equilibrada nutricionalmente. Estudos recentes demonstram que a exposição precoce e diversificada a sabores proporciona uma maior experiência gustativa ao bebé e uma melhor aceitação futura dos sabores e texturas diferentes. A única recomendação é imperar o bom senso e o consumo regrado, sem excessos ou carências. 3. E com a toma de medicamentos? Alguns medicamentos podem efetivamente passar através do leite materno, apresentando riscos para o bebé (ex.: antidepressivos), enquanto outros são considerados seguros e sem necessidade de cuidados adicionais (como o paracetamol ou o ibuprofeno). Recomenda-se o aconselhamento prévio com o médico assistente.
A mãe regressa ao trabalho. E agora?
Embora a perda de peso nos primeiros dias de vida possa assustar algumas mães, a altura de maior ansiedade surge provavelmente quando têm de se separar do bebé. O stresse do regresso ao trabalho antes dos seis meses de vida do filho podem condicionar o aleitamento materno. Para contornar esta situação, as mães podem optar por extrair leite e refrigerá-lo ou congelá-lo. Afinal, o leite materno pode ser conservado até cinco dias no frigorífico (4°C), até três a seis meses no congelador (-18°C) ou até seis a 12 meses na arca congeladora (-20°C). Na altura de alimentar o bebé, o leite “deve ser descongelado à temperatura ambiente ou em água morna e utilizado nas 24 horas seguintes”, explica Joana Pimenta. A introdução a outros alimentos não deve ser feita antes das 17 semanas nem depois das 26 e é tradicionalmente feita com recurso a uma sopa simples de legumes, com uma base de apenas dois ou três ingredientes. Posteriormente poderá ser introduzido um alimento novo a cada três a cinco dias. Por volta dos seis meses pode também introduzir a fruta, “preferencialmente crua, em puré ou ralada” como complemento à refeição, mas evite frutos potencialmente libertadores de histamina (frutos vermelhos, kiwi , maracujá) no primeiro ano de vida.
OS PROBLEMAS MAIS COMUNS
Ingurgitamento mamário A mama fica tensa, dura e/ou quente quando começa a produzir maiores quantidades de leite, dois a três dias após o parto. Dica: Massaje ou aplique calor, por exemplo através de um banho com água morna, para facilitar a libertação do leite. Depois de dar de mamar, aplique compressas frias ou gel por curtos períodos. Mamilo doloroso Dor no mamilo ao iniciar a amamentação, que pode evoluir para o surgimento de fissuras ou gretas. Dica: Verifique se o posicionamento do bebé está correto. Para aliviar a dor, aplique algumas gotas de leite materno no mamilo e aréola e deixe secar. Use roupa confortável e larga. Se necessário, procure aconselhamento junto dos profissionais de saúde.
Mastite A mama fica quente, vermelha, inchada e dolorosa. A mãe pode experienciar febre e mal-estar. Pode ser infeciosa
(agravando progressivamente) ou não infeciosa (neste caso costuma melhorar em 24 horas).
Dica: Mantenha-se em repouso e assegure-se de que esvazia bem a mama no final da mamada. Aplicar compressas frias no peito também pode aliviar os sintomas. Se necessário, procure aconselhamento junto dos profissionais de saúde.
+vida _julho 2019 | 49
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