EM NÚMEROS
SINAIS QUE PODEM INDICAR DEPENDÊNCIA DE VIDEOJOGOS
das crianças encontram-se dependentes de videojogos 3 , 9 % passam até duas horas por dia a jogar videojogos 70 , 8 % afirmam jogar para relaxar ou esquecer os problemas 44 , 7 %
estão em risco de se tornarem dependentes de videojogos 33 % receberam o primeiro dispositivo eletrónico entre os 6 e os 10 anos 63 , 8 %
Necessidade de jogar para melhorar o humor
Excesso de preocupação com os videojogos
Indiferença ou apatia perante os problemas associados
Irritabilidade, tristeza ou ansiedade quando não pode jogar
Desistência de outras atividades em favor dos videojogos
Incapacidade de parar de jogar
devem estimular atividades desportivas, procurar grupos de jovens que partilhem gostos ou hobbies , aumentar encontros com colegas de escola e promover atividades com amigos ou familiares que estejam desocupados.” Preocupações com violência As preocupações com os videojogos vão além do isolamento social. As questões levantadas relativamente à possibilidade de a violência apresentada poder originar perturbações no desenvolvimento da sociabilização das crianças, ou até mesmo psicopatologias, também são pertinentes. “Não sabemos exatamente se esta exposição poderá ter efeitos nefastos, mas preocupa que possa dessensibilizar a criança para o sofrimento de terceiros, reduzindo a capacidade de empatizar com os outros”, explica Hugo de Castro Faria. Convém referir, no entanto, que ainda não existem resultados conclusivos que justifiquem esta preocupação. Embora os efeitos da utilização excessiva deste tipo de jogos não estejam totalmente esclarecidos, é importante “estar atento a sinais de excesso de utilização de videojogos e comportamentos aditivos”. Por esse motivo, nas consultas de pediatria da CUF os médicos procuram perceber de que modo crianças e adolescentes ocupam os tempos livres, incluindo a utilização que fazem dos videojogos. Hugo de Castro Faria aconselha os pais a definirem regras quanto ao tempo passado a jogar videojogos, explicando-as de forma clara aos jovens para que não haja espaço para equívocos.
“O excesso de videojogos leva a um isolamento social progressivo, exclusão de atividades sociais importantes e diminuição do leque de interesses e experiências.” Hugo de Castro Faria Pediatra no Hospital CUF Descobertas O papel dos pais De modo a contrariar o espaço que, cada vez mais, os videojogos ocupam nas vidas das crianças e dos adolescentes, é necessário que os pais comecem por dar o exemplo e façam eles próprios um uso moderado dos dispositivos tecnológicos. Porque não experimentar, por exemplo, desligar a televisão durante as refeições de modo a fomentar o diálogo em família? Além disso, explica Hugo de Castro Faria, “é fundamental garantir que há tempo e disponibilidade para outras atividades fundamentais como exercício físico, tempo com os amigos, estudo, leitura, etc.”. Nas férias, por exemplo, as atividades devem ser planeadas com antecedência tendo em conta as preferências dos mais novos: “[Os pais]
Insucesso ou absentismo escolar
Tendência a mentir sobre o uso de videojogos
Aumento gradual do tempo passado a jogar
5 REGRAS PARA A UTILIZAÇÃO DE VIDEOJOGOS
Evitar que as crianças pequenas joguem
Não permitir que o jogo interfira com outras atividades Intercalar o jogo com atividades em família
Limitar o número de horas a jogar
Fazer pausas frequentes
+vida _ julho 2019 | 47
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