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INFANTIL
OS VIDEOJOGOS PODEM SER NOCIVOS PARA AS CRIANÇAS?
Um terço das crianças está em risco de se tornar dependente de videojogos, uma condição que afeta quase 4% das crianças, embora ainda não tenha um diagnóstico definitivo.
S e no passado o verão era sinónimo de brincar na rua, ir à praia e fazer piqueniques, hoje em dia as novas tecnologias assumiram uma importância avassaladora na ocupação dos tempos livres. Particularmente no caso dos mais jovens, que durante as férias grandes se sentem com frequência tentados a passar o dia em redor dos ecrãs ou agarrados aos videojogos. Ao ponto de os médicos se começarem a aperceber do “número elevado de crianças e adolescentes que passam horas em excesso a jogar videojogos”, como relata Hugo de Castro Faria, médico pediatra no Hospital CUF Descobertas, no
Hospital CUF Torres Vedras e na Clínica CUF Alvalade. “O excesso de videojogos leva a um isolamento social progressivo, exclusão de atividades sociais importantes e diminuição do leque de interesses e experiências”, explica o médico pediatra. Além do impacto que esta realidade pode causar do ponto de vista do desenvolvimento e crescimento, o isolamento das crianças também as afasta dos momentos de partilha e comunicação em família. “E sem estes tempos é difícil os pais exercerem o seu papel de educadores ativos que conhecem os problemas, atividades e preocupações da criança.” O reconhecimento desta tendência,
aliado à ausência de investigações sobre a problemática em Portugal, motivaram um estudo conduzido por um grupo de pediatras do Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas – Ana Serrão Neto, Filipe Glória Silva, Hugo de Castro Faria e Mariana Nogueira – em associação com Ana Vitorino, da ACES Cascais-Agrupamento de Centros de Saúde do concelho de Cascais, que contou com a participação de 152 crianças do 6.º ano de escolaridade. Os resultados demonstraram que cerca de um terço das crianças está em risco de desenvolver dependência de videojogos. E 3,9% já se encontrará mesmo dependente.
46 | +vida _ julho 2019
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