O ito anos após a entrada em funcionamento, o Hospital de Braga continua a causar impacto pela sua imponência e desenho arquitetónico. Em 2011, quando foi inaugurado, o espanto era ainda maior. “As pessoas chegavam aqui e diziam que nunca tinham visto um edifício tão grande. Uma senhora chegou a dizer que nunca tinha estado em Nova Iorque mas que devia ser assim”, recorda João Ferreira, presidente da Comissão Executiva do Hospital de Braga. O novo edifício, que ocupa uma área de 23 hectares junto à Universidade do Minho, em nada se compara com o do antigo Hospital de São Marcos, que veio substituir. Além de ser muito maior, a forma como o espaço está organizado confere maior conforto aos doentes e melhores condições de trabalho aos atuais quase três mil profissionais. Os quartos são individuais ou duplos (ao contrário dos antigos, com seis ou oito camas) e têm casa de banho privativa; as alas são todas iguais, o que significa que se houver necessidade de transferência de um enfermeiro ou de um assistente operacional, este não perde tempo a ambientar-se com o novo espaço. Fátima Faria, enfermeira diretora desde
junho de 2012, e Alberto Bessa Peixoto, diretor clínico desde 2015, trabalharam no Hospital de São Marcos (uma instituição com mais de 500 anos) e confirmam o quanto todos beneficiaram com a mudança. “As instalações representavam já um obstáculo e uma dificuldade, tanto para as pessoas que acorriam ao hospital como para os profissionais de saúde que ali trabalhavam”, recorda Bessa Peixoto. A construção de um hospital de raiz em Braga fazia parte da parceria público- -privada assinada em 9 de fevereiro de 2009 entre o Estado e um consórcio liderado pela José de Mello Saúde. Faz agora dez anos. No entanto, a revolução mais profunda introduzida pelo parceiro privado não foi ao nível da arquitetura mas da gestão (de recursos humanos, financeiros, materiais) e do projeto clínico. A adoção de um novo modelo de gestão criou um misto de incertezas e esperanças. O período inicial não foi fácil para nenhuma das partes e foi necessário muito tato para gerir esse misto de sentimentos. “Nós sabíamos desde o início que uma das questões essenciais era ter o compromisso e o envolvimento de todos os colaboradores. Não bastava ter novas instalações e os melhores equipamentos”, diz João Ferreira.
+vida _ julho 2019 | 39
JOÃO SILVA/4SEE
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