1. Medir resultados que se foquem nos doentes, sistematizar práticas e integrar cuidados, procedendo, para cada entidade clínica relevante, a experiências piloto a expandir. 2. Medir, paralelamente, os custos totais para obter esses mesmos resultados e passar, tendencialmente, a financiar por valor criado; não por atos isolados ou por silos terapêuticos. 3. Usar e contribuir para plataformas de informação de big data , que permitirão o registo junto do doente, a administração, a gestão integrada, a melhoria contínua e, depois, o pagamento diferenciado por qualidade e valor. 4. Ponderar a inovação terapêutica com base na relevância e impactos para o doente, seguindo o mesmo princípio para as decisões de grandes investimentos no setor da saúde. 5. A adoção destas medidas promoverá uma transformação, que já está a acontecer, fazendo com que, em 2021, pelo menos um terço dos atores da saúde em Portugal tenham aderido à prestação e ao financiamento de cuidados com base em valor. Este esforço colaborativo será acompanhado por uma task force onde todos se sentirão devidamente representados. Entende-se que não existe outra alternativa que não seja a de favorecer as práticas clínicas que mais ganhos produzem para a saúde das pessoas e para a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde português. Os resultados de saúde de um e de outro prestador podem ser muito díspares. Algumas práticas clínicas geram mesmo mais doença desnecessariamente.
As despesas com cuidados de saúde não param de aumentar e falta dinheiro para pagar os cuidados de saúde de que os portugueses precisam. A iniciativa foi da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, ao mais alto
proposta de documento, que seria depois sancionada por todos os signatários. Os trabalhos decorreram em reuniões plenárias, que tiveram a presença de todas as partes interessadas; em reuniões setoriais, onde estiveram presentes
as organizações de uma mesma área de atividade; em reuniões bilaterais entre o grupo de trabalho encarregue de redigir a primeira proposta de texto e os grupos setoriais; e em reuniões internas de cada organização. O Compromisso de Cascais é o resultado de um movimento societal que conglutina,
nível, à qual se juntou o Health Cluster Portugal na qualidade de coorganizador. Por Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, e ao mais alto nível, digo designadamente o Senhor Vice-Reitor
“O Compromisso de Cascais é o resultado de um movimento societal que conglutina a voz dos principais atores de todos os quadrantes profissionais e sociais com relevo para a saúde.”
da Universidade Nova de Lisboa, Professor Doutor José Fragata, e a plataforma estratégica NOVAsaúde | Value Improvement in Health and Care, que tenho o privilégio de coordenar. Mas o Compromisso de Cascais é o resultado de um trabalho colaborativo que decorreu ao longo de diversas semanas. Um grupo de trabalho, com representantes de todas as áreas de atividade do setor da saúde, foi constituído para redigir uma primeira
num grande uníssono, a voz dos principais atores de todos os quadrantes profissionais e sociais com relevo para a saúde. É um exercício de cidadania feito por organizações e cidadãos que chamaram a si o dever de fazer a transformação para a Saúde Baseada em Valor, para que todos os portugueses possam beneficiar dela tão cedo quanto possível.
+vida _ julho 2019 | 37
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