Paulo Beckert Diretor Clínico na Clínica CUF Alvalade Coordenador da Unidade de Saúde e Performance da Federação Portuguesa de Futebol Especializado em Medicina Desportiva e Medicina Física e de Reabilitação Foi responsável clínico da Federação Portuguesa de Atletismo e dos serviços médicos do Estoril Open
da saúde pública. A prática do exercício físico tem benefícios, mas tem riscos de lesão ou de agravamento de alguma patologia por via da prática. Os riscos de lesão são comuns e é da responsabilidade do próprio assumir que está em condições de saúde. Mas vejo cada vez mais pessoas a preocuparem-se com a atividade física, o que se nota muito nas faixas etárias mais avançadas. Nos séniores? Sim. Nas conferências científicas que faço, é habitual estabelecer um paralelismo entre os atletas de rendimento e os recreacionais de faixas etárias seniores. Aqui a performance aparece como um conceito relativo: o máximo da performance é, por exemplo em relação à velocidade, o recordista do mundo de 100 metros, mas uma pessoa que consegue andar mais ou brincar mais com os netos também está a fazer uma performance . É tão desafiante pôr um senhor de 80 anos a fazer as suas caminhadas, acompanhado do neto, após uma fratura do colo do fémur, como estar envolvido na conquista de uma medalha olímpica. Que risco corremos quando não fazemos uma avaliação prévia? O risco mais comum é de lesão, mas são coisas menores. O que é mais dramático é o risco de morte súbita. Como o próprio nome indica, é uma morte com uma causa difícil de explicar, mas possivelmente exames médicos mais aprofundados podem minimizar esse risco. Diz que na FPF há uma preocupação em ter equipas multidisciplinares. Essa também é uma preocupação na CUF? Sim. A minha especialidade tem uma abordagem multidisciplinar, por vezes
com cinco e seis profissionais: médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, terapeuta da fala, neuropsicólogo, enfermeiro. São equipas de reabilitação. Acredito que só trabalhando em equipa é que se consegue vencer e tenho transferido esta fórmula para os sítios onde trabalho. Passe a publicidade, mas o nutricionista da CUF, o Dr. Rodrigo Abreu, é o nutricionista das seleções nacionais. O Dr. João Beckert é o médico de Fisiologia do Treino, diretor clínico
do Centro de Alto Rendimento do Jamor. A Dra. Rita Tomás é a médica da Seleção A feminina. O Dr. André Ladeira é o médico das campeãs olímpicas da juventude em futsal. O Dr. Filipe Bettencourt é médico dos Sub-23 do Sporting Clube de Portugal... São os chamados médicos de campeões. Sim [risos]. Neste gabinete, à segunda-feira sai o médico da equipa campeã da Europa e entra o das campeãs olímpicas da juventude.
+vida _ julho 2019 | 35
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