Revista + Vida 23 | A preparar campeões para a vida

COMER BEM PARA TREINAR MELHOR

Atletas diferentes, refeições diferentes É preciso ter consciência que um atleta de alta competição e um desportista recreacional vão ter planos alimentares distintos. Para a maioria da população o objetivo do desporto é gerar bem-estar, pelo que o planeamento das refeições tem como objetivo garantir que comem de forma a sentirem-se bem quando treinam, que não ficam demasiado cansados e se sentem bem no dia seguinte. “Já no alto rendimento o objetivo é a melhor performance possível. Isso implica um enorme rigor na forma de comer, pois é preciso dosear detalhadamente cada alimento, fazer combinações específicas de alimentos para garantir o aporte de nutrientes específicos e programar rigorosamente os momentos de comer e beber”, explica. A alimentação no pós-treino é importante tanto para atletas amadores como para atletas de alta competição. “Na recuperação do esforço há três pilares essenciais, aquilo a que chamamos os três ‘R’: reidratar, reabastecer as reservas de energia e reparar o corpo”, explica o nutricionista. Imediatamente após o treino, a preocupação deve ser beber água para repor o estado de hidratação. Para recuperar energias é aconselhado o consumo de hidratos de carbono – escolhidos em função da intensidade e duração do esforço –, sendo a reparação dos músculos feita pela ingestão de fontes de proteína com os aminoácidos essenciais e de fácil digestão como carnes e peixes magros, queijo fresco pouco gordo ou clara de ovo. Alimentos a evitar No que toca a alimentos “proibidos”, o álcool é considerado o maior inimigo do desportista. Não só acelera a perda de água (diurese), piorando o estado de hidratação, como afeta o rendimento e a recuperação. “De resto, com a devida conta e medida, há espaço para tudo na alimentação do desportista”, garante Rodrigo Abreu, que sublinha uma vez mais a importância capital de uma boa hidratação. “Variações de apenas 2% no peso corporal, devidas à desidratação, podem afetar tanto o rendimento físico como cognitivo do desportista. Além disso, a desidratação também é fator de risco para o aumento de lesões.” Assim, há que estar atento às condições climatéricas em que se pratica exercício e planear estratégias de hidratação adequadas.

Rodrigo Abreu Nutricionista na Clínica CUF Alvalade e na Unidade de Saúde e Performance da Federação Portuguesa de Futebol

A alimentação tem um papel fundamental na prática desportiva e é essencial para uma boa recuperação depois do exercício. “Sem uma boa alimentação de base é difícil atingir todo o potencial para um bom rendimento desportivo”. Quem o diz é Rodrigo Abreu, especialista em Nutrição na Clínica CUF Alvalade e nutricionista da Unidade de Saúde e Performance da Federação Portuguesa de Futebol. Uma alimentação variada – com uma forte aposta nas frutas e nos hortícolas – e uma boa hidratação são as bases para um bom estado nutricional. “De um modo geral, o desportista deve comer de forma a fornecer ao corpo aquilo que vai necessitar para realizar e/ou recuperar de determinado esforço. Não faz sentido estar muito preocupado em comer determinados alimentos ou tomar certos suplementos se não houver um conjunto de cuidados de base”, afirma Rodrigo Abreu. A estes cuidados somam-se depois outros, mais específicos, consoante o desporto escolhido e o nível a que é praticado. “Um dos primeiros cuidados na Consulta de Nutrição Desportiva da CUF é caracterizar a prática desportiva, uma vez que as necessidades nutricionais variam de acordo com a frequência com que se pratique desporto, a duração dos treinos e a intensidade do esforço”, explica Rodrigo Abreu, para quem há que “sincronizar a alimentação do atleta com o esforço que vai fazer”. “Na recuperação do esforço há três pilares essenciais: reidratar, reabastecer as reservas de energia e reparar o corpo.”

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