Revista + Vida 23 | A preparar campeões para a vida

JOSÉ FERNANDES/4SEE

“Embora a maioria dos atletas que nos procuram sejam recreativos, queremos oferecer o mesmo nível de serviço que oferecemos a um atleta de elite.” Rita Tomás Médica especializada em Medicina Desportiva e em Medicina Física e de Reabilitação na Clínica CUF Alvalade são quase inevitáveis, estando muitas vezes relacionadas com quedas. “As dores musculares e entorses, sobretudo do tornozelo, acabam por ser as lesões mais comuns que nos aparecem”, afirma Rita Tomás, que associa esta predominância à prática do futebol e da corrida. A estas a médica soma ainda as lesões de sobrecarga e as lesões do cruzado anterior, ao nível do joelho, muito associadas à prática de râguebi mas também de futebol. Sem grande surpresa, o futebol continua, aliás, a ser o desporto mais popular em Portugal. De acordo com dados apurados pela Pordata em 2017, cerca de 30% dos atletas portugueses federados praticavam futebol. No top das modalidades mais populares seguem-se a natação (praticada por um em cada dez atletas federados), o andebol, o voleibol e o basquetebol.

– nem o meu treinador – tomar uma iniciativa sem o aconselhamento do Dr. Paulo Beckert. Se tenho de intensificar os treinos, não o faço sem falar com ele. Se não posso intensificar, mais vale recuar um bocadinho mas poder ir à prova. É que estamos a falar de coisas ao nível do esforço extremo”, explica. Entretanto, e embora com a participação em provas deste tipo acabem sempre por surgir lesões, João Netto garante que se tem sentido cada vez melhor. “Temos de ter em conta que tenho 53 anos e não 23, mas uma coisa posso garantir: as lesões desceram abruptamente e, quando as tenho, já não são tão graves. O próprio Dr. Paulo Beckert já me prepara para saber reagir perante determinadas lesões de maneira a que eu consiga minimizar as causas de qualquer lesão que me surja temporariamente.” Bem a propósito, conclui: “Não é possível alguém chegar a este nível sem um trabalho de equipa conveniente. É fundamental. As pessoas não ligam nenhuma aos médicos e fisioterapeutas e só se lembram de Santa Bárbara quando há trovões, mas se consultarem profissionais experientes evitam 70% das lesões e das chatices.” Ossos (e dores) do ofício Mais tarde ou mais cedo, é natural que as lesões venham a marcar o percurso de um desportista, seja este amador ou de alta competição. “Existe um grande número de lesões desportivas com as quais lidamos diariamente na nossa prática clínica e que podem ir desde as lesões musculares às lesões tendinosas, lesões ligamentares, contusões, stresse”, elenca Ricardo Antunes, que divide as lesões provocadas pela prática desportiva em dois grandes grupos: as de origem traumática aguda e as resultantes da sobrecarga recorrente do sistema músculoesquelético devido a movimentos repetitivos realizados ao longo do tempo. Algumas delas poderiam ser evitáveis através de uma boa preparação, de um bom acompanhamento e de um treino adequado, sem esquecer o aquecimento, mas outras

+vida _ julho 2019 | 29

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