A importância do diagnóstico precoce no cancro colorectal
"São exames necessários, que não devem ser evitados."
Com mais de sete mil novos casos todos os anos, o cancro colorretal é o segundo cancro mais frequente em Portugal e também o mais letal, estando a sua incid ncia a aumentar, sobretudo abaixo dos 50 anos. Também nesta patologia os homens são mais afetados do que as mulheres, embora de forma mais ligeira. Como refere Miguel Mascarenhas Saraiva, Coordenador de Gastrenterologia no Hospital CUF Porto e no Instituto CUF Porto, “o risco de desenvolver cancro colorretal ao longo da vida é um pouco menor nas mulheres do que nos homens; cerca de 1 em 23 para homens e 1 em 25 para mulheres”. O diagnóstico precoce faz toda a diferença no prognóstico da doença, reduzindo de forma drástica a taxa de mortalidade, uma vez que possibilita a deteção de lesões numa fase inicial de desenvolvimento, quando são potencialmente curáveis. “Mais importante ainda é que o rastreio não só visa o diagnóstico da doença em fase inicial, mas também a deteção precoce de pólipos benignos, com a sua consequente remoção, evitando o desenvolvimento do cancro colorretal”, sublinha Miguel Mascarenhas Saraiva. Apesar da gravidade, esta é uma doença que pode ser evitada, apostando em comportamentos preventivos. Estes podem visar
uma prevenção primária, com a manutenção de hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, prática de exercício físico e controlo do peso - a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de cancro colorretal-, ou uma prevenção secundária, através de exames cujo objetivo maior é a deteção de lesões pré-cancerosas. “São estas as medidas que, quando aplicadas em massa, poderão, de um modo efetivo, acarretar a diminuição da mortalidade pela doença. Isto porque há um intervalo de tempo - alguns anos - entre o início de um pólipo e o desenvolvimento de um cancro a partir deste”, defende o médico.
Miguel Mascarenhas Saraiva • Coordenador de Gastrenterologia no Hospital CUF Porto e no Instituto CUF Porto | Alexandre Duarte • Cirurgião Geral no Instituto CUF Porto
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ANTÓNIO PEDROSA (4SEE)
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