Revista + Vida 31 | Saúde no masculino

testemunhos

REPORTAGEM

MENTORIA PARA MOTIVAR E FOCAR NO ESSENCIAL

Ser mentor num programa de voluntariado como o 500 MILES é um desafio que traz muita satisfação a quem dá de si em prol das instituições participantes. Quem o garante é Juliana Rodrigues, Gestora de Produção no Hospital CUF Coimbra, que foi a mentora da Associação de Apoio à Juventude Deficiente (AAJUDE), uma instituição que acolhe jovens com deficiências ligeiras e moderadas no concelho do Porto. Ao ouvir o testemunho de colegas da CUF que já tinham participado nas edições anteriores do programa, a gestora decidiu que ser voluntária neste projeto seria “uma forma de dar um pouco de mim à comunidade e fazer voluntariado numa área que nunca tinha feito e que, afinal, é a minha área profissional: a gestão”. Decidiu, assim, participar na terceira edição. O facto de se tratar de um programa a médio prazo deu a Juliana Rodrigues a certeza de que os nove meses de experiência permitiriam “alargar competências de uma forma que não seria possível num projeto a curto prazo, bem como criar ligações mais fortes, como acabou por acontecer”. Em conjunto, as mentoras da CUF e da Fundação Manuel Violante, construíram uma ligação muito estreita com a capitã de equipa da AAJUDE, que influenciou positivamente as várias fases do programa, desde o diagnóstico ao nível das competências de gestão na associação até às ações de formação nas áreas consideradas mais deficitárias, sem

Juliana Rodrigues • Gestora de Produção no Hospital CUF Coimbra

esquecer a implementação do plano de ação centrado nas prioridades da instituição. É um processo, diz Juliana Rodrigues, no qual os mentores desempenham um papel fundamental de motivação, troca de ideias e orientação, e onde “o foco é sempre a melhoria contínua”, que se deseja prolongada para lá do tempo de duração do 500 MILES. Olhando para trás, Juliana Rodrigues assegura que as mais-valias do projeto acontecem para ambas as partes: “Para o setor social, estes programas são extremamente úteis, porque conseguem profissionalizar e tornar mais fácil a atividade na área da economia social.” Por sua vez, ainda de acordo com a gestora, para o setor empresarial este tipo de projetos ajuda a ter “uma visão de outra realidade, a perceber as coisas de forma diferente e a pôr em perspetiva algumas das nossas decisões e das nossas motivações”. Em última análise, reforça a mentora, o 500 MILES ajuda a “perceber o impacto direto que as instituições do setor social têm efetivamente na vida das pessoas”.

Reconhecimento do caminho percorrido Todo o trabalho desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira fez com que esta fosse reconhecida como uma das tr s instituições que mais se destacaram na implementação do programa 500 MILES, obtendo, em resultado, o primeiro lugar no Prémio CUF Inspira 2022. Vera Duque assegura que, embora a equipa não tenha trabalhado especificamente para esse fim, ficou “muito orgulhosa” com a atribuição desta distinção. Vítor Gonçalves também não esconde o orgulho pelo prémio, partilhando que este “representa um reconhecimento de um desafio ao qual estivemos à altura na prossecução e correta implementação de tudo o que foi delineado”. E acrescenta: “O projeto é uma semente que, estou convencido, irá germinar uma bonita árvore.” O prémio monetário, no valor de cinco mil euros, foi investido num novo software que permite o registo da atividade diária e facilita “a tomada de boas decisões de gestão, consubstanciadas na evid ncia da nossa atividade”. Vítor Gonçalves não deixa ainda de enaltecer o papel dos mentores ao longo de todo o projeto: “A mentoria foi indispensável para cortar a inércia, garantir que o processo não se prolongava no tempo e assim conseguirmos cumprir todos os prazos”.

20 | +vida

Powered by