Reforço da segurança e proximidade De acordo com Célia Alves Leitão, este sistema demonstrou várias vantagens. Em primeiro lugar, permitiu automatizar o processo de contacto, que passou a ser feito de forma mais consistente, num horário específico, sem necessidade de alocar um profissional a esta função. Deste modo, foi até possível duplicar, com maior agilidade, as tentativas de contacto aos doentes que não atendem à primeira. Graças à maior eficiência nestes contactos e ao sistema de alerta, a equipa clínica passa a conseguir também identificar e chegar mais rapidamente ao contacto com os doentes que necessitam de atenção urgente. O projeto-piloto permitiu também concluir que os doentes se sentiram confortáveis a falar com a Clara . Para isso contribuiu o facto de serem previamente informados de que receberiam este telefonema e de lhes ser também facultado um contacto ao qual poderiam recorrer em caso de necessidade. “No final de cada telefonema, a Clara pergunta aos doentes se têm algum comentário a fazer. E houve vários casos de pessoas que aproveitaram a oportunidade para elogiar a equipa clínica”, refere Célia Alves Leitão. artificial (IA) na prestação de cuidados de saúde, com benefícios para os doentes e para a gestão do trabalho das equipas clínicas. Mas como funciona esta assistente virtual? “Diariamente, os dados dos doentes submetidos a uma cirurgia de ambulatório são extraídos para uma plataforma desenvolvida para este efeito. No dia seguinte, a Clara realiza um telefonema a todos estes doentes, colocando questões de avaliação do seu estado de saúde, com base num algoritmo previamente desenvolvido e validado por um conjunto de equipas da CUF”, explica Célia Alves Leitão, Enfermeira Diretora do Hospital CUF Cascais. Caso seja detetado algum parâmetro fora do expectável ou uma situação em que a intervenção humana seja necessária, a plataforma emite um alerta para a equipa clínica, com diferentes níveis: os doentes com um alerta de nível mais elevado são contactados em primeiro lugar. U m dia depois de ter feito uma cirurgia de ambulatório no Hospital CUF Cascais, um doente recebe um telefonema. No outro lado da linha uma voz feminina e pausada identifica-se como Clara e faz-lhe todas as perguntas essenciais para perceber o seu estado no primeiro dia após a cirurgia. Uma voz tão natural que seria possível que o doente nem se apercebesse tratar-se de uma assistente virtual, não fosse a Clara ter-se apresentado como tal e o doente ter sido avisado na véspera pela equipa do hospital de que receberia este contacto de um número previamente identificado. Testada num projeto-piloto que decorreu durante o ano de 2023, e atualmente em fase de integração em toda a rede CUF, a Clara é um exemplo de aplicação da inteligência
CLARA
ASSISTENTE VIRTUAL A Clara é uma assistente virtual que faz automaticamente uma chamada telefónica de seguimento aos doentes submetidos a cirurgia de ambulatório. Esta solução de IA, testada no Hospital CUF Cascais e em fase de integração em toda a rede CUF até ao final de 2024, permite libertar recursos humanos para os cuidados de enfermagem diretos, manter um registo clínico rigoroso e gerar alertas com diferentes graus de prioridade.
Célia Alves Leitão • Enfermeira Diretora do Hospital CUF Cascais
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